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Cresce demanda por curso em 2022

Com o aumento da vacinação, a demanda pelo ensino superior volta a crescer. Pesquisa realizada com 1 mil potenciais alunos de instituições de ensino particulares mostra que 63% pretendem ingressar na faculdade no começo do próximo ano. Esse índice é 25 pontos percentuais superior ao registrado um ano atrás, quando ainda não havia campanha de imunização no país e apenas 38% tinham intenção de se matricular no começo de 2021. O estudo foi produzido pela consultoria Educa Insights em parcerias com a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).

O levantamento, realizado neste mês, mostra ainda que entre os entrevistados que escolhem cursos na modalidade a distância, 67% querem iniciar os estudos no começo de 2022 e 13% deles preferem a metade do próximo ano. Quando a opção é por uma graduação presencial, 63% devem ingressar no próximo semestre e 14%, no segundo semestre de 2022.

“A pesquisa identifica o crescimento da confiança dos estudantes em ingressar na graduação a partir de agora, visto que muitos foram vacinados e a pandemia mostra indícios de retração no Brasil”, disse Celso Niskier, presidente da Abmes.

Segundo Daniel Infante, fundador e diretor da Educa Insights, consultoria especializada em educação, os resultados da pesquisa validam o primeiro passo da retomada da intenção de matrícula. “Esse é o primeiro passo e tem uma série de desdobramentos necessários para que a intenção se transforme em ingresso, como o momento da economia que impacta diretamente na renda das famílias”, disse Infante.

As companhias de capital aberto - Ânima, Cruzeiro do Sul, Kroton, Ser Educacional e Yduqs - registraram já no vestibular da metade deste ano um aumento no volume de novas matrículas de cursos presenciais, um desempenho que não era percebido há vários trimestres devido à pandemia da covid-19 e redução do Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal que vem reduzindo de tamanho, gradativamente, desde 2015.

Niskier destaca que praticamente após dois anos letivos com aulas remotas devido ao isolamento social, o modelo pedagógico predominante será o híbrido, cujo conteúdo didático pode ser ministrado presencialmente ou on-line. “Ficou bem claro que o futuro do ensino é híbrido e que as instituições de ensino superior devem aproveitar a oportunidade de retomada das matrículas para oferecer aos alunos uma grade inovadora com conteúdos que sigam o modelo dos quadrantes híbridos”, disse. Os quadrantes híbridos, ao qual Niskier se refere, é um conjunto de quatro modelos pedagógicos que fazem sentido no atual cenário pós-pandemia.

A ideia é que a faculdade tenha liberdade para escolher uma dessas quatro opções de aprendizagem: presencial síncrona (modelo que contempla aulas e atividades práticas realizadas presencialmente com todos os alunos juntos), presencial assíncrona (atividades práticas presenciais, sendo que os alunos podem realizá-las em momentos distintos), virtual síncrona (aulas e atividades on-line ministradas em tempo real) e virtual assíncrona (aulas gravadas e outras atividades virtuais).

Para os alunos pesquisados, só 45% da carga horária dos cursos deveriam ser dedicadas às aulas presenciais tradicionais. O restante deveria ser ministrado por aulas remotas (16%), conteúdos digitais (16%) ou trabalhos práticos em comunidades ou empresas (23%).

Em relação ao Enem, o levantamento mostra que só 10% pretendem usar a nota do exame para se candidatar a uma bolsa do ProUni. Já 79% têm a expectativa de conseguir o melhor desconto ou bolsa possível direto com a faculdade.

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