O Prêmio Milton Santos de Educação Superior chega a sua 5ª edição este ano e irá homenagear personalidades que contribuem e/ou contribuíram para o engrandecimento e aprimoramento do ensino no país. Ao longo desses oito anos, desde o seu lançamento em 2004, o prêmio reconheceu o mérito e empenho de pessoas que de algum modo ajudaram a melhorar e incentivaram o avanço da educação brasileira.

Criado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), o Prêmio Milton Santos reconhece os trabalhos realizados em três categorias: administração de instituições de ensino superior, gestão empresarial e desempenho na área política.

Segundo o presidente da ABMES, Gabriel Mario Rodrigues, o Prêmio Milton Santos é muito importante. “Ele não somente reverencia a memória de um dos maiores intelectuais brasileiro do século XXI, o geógrafo Milton Santos, como também manifesta publicamente o reconhecimento da entidade às personalidades que têm prestado sua colaboração, em diferentes áreas, ao desenvolvimento da educação brasileira”, explica.

A premiação acontece a cada dois anos e as indicações para a edição 2012 já podem ser feitas no hotsite http://miltonsantos.abmes.org.br. As mantenedoras associadas à ABMES, com a situação cadastral e de contribuição em dia, poderão indicar apenas um candidato para cada categoria. Podem concorrer, mantenedores, professores, pesquisadores, empresários e políticos com atuação reconhecida na área educacional.

As indicações de candidatos deverão ser encaminhadas para a ABMES até o dia 1º de outubro. Os agraciados serão escolhidos pela Diretoria da Associação, em reunião ordinária, e a cerimônia de entrega dos troféus e diplomas será em dezembro de 2012, em Brasília.

A última edição, em 2010, agraciou as seguintes personalidades:

• Gestão de instituição de ensino superior - Pe. Décio Batista Teixeira: Diretor- presidente da União Brasiliense de Educação e Cultura (Ubec); diretor administrativo da ABMES;

• Gestão empresarial - Mozart Neves Ramos: Professor da Universidade Federal de Pernambuco; membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CES-CNE) e conselheiro do movimento Todos Pela Educação;

• Desempenho político - Marisa Serrano: Senadora (PSDB/MS).

Milton Santos – o brasileiro do século

Nascido no dia 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúba, na Chapada Diamantina/BA, e filho de professores, Milton Santos teve uma alfabetização precoce e não precisou frequentar nenhuma escola para aprender o bê-á-bá. Com cinco anos de idade, já sabia ler e escrever um português perfeito. Aos oito anos, a álgebra passou a ser o seu domínio e começou a estudar francês. Dois anos depois, passou a frequentar um colégio, onde cursou o ginásio.

No Instituto Baiano de Ensino, em Salvador, frequentado pela classe média da época, o menino negro e sem dinheiro se tornou destaque por seu brilhantismo intelectual. 

Milton Santos se formou em geografia e ofereceu a possibilidade de se compreender a totalidade do mundo. Entre os assuntos que mais abordou estão a problemática da urbanização no Terceiro Mundo, a teoria e a metodologia geográficas, temas que renderam mais de quarenta livros e cerca de 300 artigos, traduzidos para o espanhol, francês, inglês e japonês.

O geógrafo ensinou em diversas universidades na Europa, África, América do Sul e América do Norte. E teve reconhecimento do seu trabalho intelectual com o título de Doutor Honoris Causa de inúmeras universidades no Brasil e no exterior e o Prêmio Vautrin Lud, correspondente ao “Prêmio Nobel” da Geografia.

Sua vasta obra, ainda pouco conhecida e estudada no Brasil, revolucionou não apenas a Geografia mas as ciências humanas e sociais. Milton Santos foi professor emérito da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e faleceu em São Paulo, no dia 24 de junho de 2001 deixando um legado de cultura e ensinamentos que revolucionaram a forma de estudar e entender a geografia.