Sandra R. Remondi Introcaso Paschoal Coordenadora da Avaliação Institucional e Presidente da CPA da UNIFENAS Humus News *** A Autoavaliação Institucional só tem significado quando servir de instrumento no processo de aprimoramento da prestação de serviço educacional. Muitas vezes, quando o desempenho de docente é avaliado insatisfatoriamente, a justificativa dada é que se trata de um “professor exigente”, razão pela qual os alunos não o avaliaram bem. Assim, a interpretação dos resultados da autoavaliação é importantíssima e, sempre que possível, deve ser corroborada por outras avaliações e informações disponíveis na IES. Cada Coordenador de Curso/Diretor de Departamento deve procurar conhecer as potencialidades e deficiências de cada membro do corpo docente, de modo a favorecer a manifestação e o desenvolvimento das potencialidades individuais em sintonia com as necessidades da instituição. Na UNIFENAS, a CPA cruza os dados da avaliação do docente pelo discente com a avaliação dos docentes pelo Coordenador do curso e com as demandas da Ouvidoria. Ao avaliar o desempenho do corpo docente, entre vários aspectos, o Coordenador tem que indicar se houve reclamações sobre o professor quanto aos critérios de avaliação, à didática, à assiduidade, ao relacionamento interpessoal, ao não cumprimento do horário, do cronograma e do plano de ensino, bem como suas potencialidades e fragilidades. Portanto, temos dados importantes para comparar com a avaliação do docente pelo discente, cujos quesitos coincidem com os acima mencionados. Também é feita pela CPA a inter-relação da avaliação docente com as demandas da Ouvidoria. Hoje em dia, surge em cena um cidadão muito mais exigente, que gosta de participar, ansioso em melhorar sua qualidade de vida, defensor de seus direitos e com uma crescente consciência do seu poder como membro da sociedade em que vive. A Ouvidoria oferece um espaço de comunicação que possibilita uma gestão democrática no qual estão envolvidos os sujeitos das comunidades interna e externa e os setores administrativos e acadêmicos da IES. Geralmente as Ouvidorias, através de um canal prático e de fácil acesso aos usuários do serviço e a sociedade em geral, recebem as manifestações (pessoalmente, telefone, internet etc.) e encaminham para os órgãos responsáveis, cobrando soluções e respondendo ao cliente no prazo estabelecido, sendo caracterizadas como um espaço para registro de críticas, sugestões, reclamações, denúncias etc. Se o professor obteve avaliação insatisfatória é de se esperar que tenha havido reclamações durante o semestre e se o coordenador não registrou isso em sua avaliação é porque os alunos não confiaram em seu trabalho e disposição para resolver o problema. Assim, o outro caminho disponível ao aluno e comunidade externa é a Ouvidoria. Daí a importância em se confrontar os resultados da avaliação do docente com as reclamações registradas na Ouvidoria. Ouvir também os alunos em reuniões de discussão dos resultados da avaliação institucional é um momento importante e muito rico em informações. Muitas vezes, uma média baixa em um quesito avaliado não indica necessariamente que o serviço não foi bem realizado. Pode-se indicar como exemplo a avaliação insatisfatória da limpeza da sala de aula, sendo que o que estava desagradando aos alunos era a quantidade de insetos por falta de tela nas janelas; avaliação insatisfatória do projetor de multimídia, quando o problema era apenas o som. Assim, ao ouvirmos os alunos, professores e coordenadores, os resultados da autoavaliação podem ser interpretados melhor e de uma forma mais fidedigna. Do exposto, depreende-se que se deve ter o cuidado para que a autoavaliação forneça dados rigorosos e reveladores, mas, ao mesmo tempo, legitimados pela comunidade, com vista à tomada de decisões.