Liana Merladete
Relações Públicas, Coordenadora de Comunicação e Professora em Webcidadania da FADISMA e mestranda em Tecnologias educacionais em Rede na UFSM
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Os últimos anos trouxeram à Comunicação mudanças significativas. E, como não poderia deixar de ser, o impacto da consequente convergência midiática é sentido, também, nas instituições de ensino de todos os níveis e em todo mundo. Em Santa Maria não é diferente. Quatro diferentes gerações, cada uma com características específicas, convive em sala de aula e fora, on e off line. E, numa nova condição urgente do tempo, onde um novo mundo virtual em redes passou a ter destaque, docentes e discentes ganham novas responsabilidades e obrigações oriundas de uma conexão constante, fomentando a seguinte questão: quais os limites e potencialidades, no contexto dos tempos tecnológicos, para o aperfeiçoamento do primeiro e complementaridade do segundo?
Nesse panorama de alunos e professores familiarizados com as redes sociais virtuais, onde se torna cada vez mais difícil desvincular Educação de Lazer, que a preocupação dos docentes acerca da disputa da atenção com as redes sociais - dada a constante conferência da timeline do Facebook ou dos replies do Twitter - cedeu espaço para o papel das redes sociais enquanto promissor meio de comunicação, potencializador da Educação.
Nem todos notam, nem todos reconhecem. Mas o espaço físico das salas de aula foi ampliado. Alunos e professores não são mais limitados apenas ao tempo de uma aula. Ambos têm a oportunidade de expandir o diálogo, a qualquer instante e de qualquer parte.
Mas e o tempo dedicado pelos professores ao exercício de sua profissão, nessa uma nova versão, como fica? Da mesma forma que os contratos não preveem o trabalho que as mediações tecnológicas impõem, os alunos, nascidos, e com trânsito natural e livre, no mundo digital, desconhecem, talvez, a barreira - se é que existe - entre o mundo real e virtual, assumindo a condição de retratos da era da instantaneidade.
Se na atualidade são múltiplas as formas de interação e de articulação via ambientes virtuais, listas, e-mails, chats e até troca de mensagens privadas, qual é o tempo docente? E o discente? O relógio, enfim, pode “marcar” seus ponteiros na hora exata da conquista da aprendizagem?
Não. Os tempos são líquidos, já disse Bauman. E diante de um novo ano letivo precisamos falar sobre a (in)viabilidade de aperfeiçoamento docente e complementaridade de competências discente quando dessa oferta múltipla de ferramentas e instrumentos disponibilizados, ao mesmo passo do atual congestionamento de informações e tempo cada vez mais escasso – e urgente – de reflexão. A que horas?




