Cristiano Sieves
Especialista em ludopedagogia da Playmove
***
Quando falamos sobre a construção e a prática da cidadania, é importante considerar que cada indivíduo tem seu papel, contudo, por vivermos em sociedade, não se pode negar que trata-se também de uma responsabilidade coletiva. A inclusão de pessoas com deficiência é uma questão de respeito à cidadania e, de forma muito semelhante ao que afirma o provérbio africano "É preciso toda uma aldeia para educar uma criança", devemos refletir sobre a importância de construir uma aldeia que favoreça a inclusão em todas as esferas.
Na essência, a ideia de aldeia no caso do provérbio remete à responsabilidade social e de todos no desenvolvimento pleno e na defesa dos direitos das crianças. Pensando na idealização de uma nova realidade, mais justa e igualitária, promover uma educação mais inclusiva se torna fundamental. A disseminação e o compartilhamento de boas práticas nesse sentido podem influenciar as mudanças de mentalidade e de atitude necessárias para dar luz à ideia da inclusão, portanto, tornam-se ações urgentes.
A inclusão pedagógica de alunos com deficiência é fundamental para a formação de cidadãos, o que consequentemente vai refletir na inclusão destas pessoas no convívio social, e no ambiente de trabalho, por exemplo. Diante disso, municípios, instituições públicas e privadas são responsáveis por reformular suas propostas educacionais, em direção à educação de qualidade e acessível a todos.
No município de Blumenau, no Vale de Santa Catarina, há 27 salas de recursos multifuncionais, equipadas com jogos pedagógicos de inclusão, inclusive tecnologias educacionais. Entre as unidades, está a da Escola Municipal Adelaide Starke, referência no uso da tecnologia para o atendimento educacional especializado na região. A tecnologia também é a aposta para a inclusão nas 11 escolas de educação básica da rede municipal de Fraiburgo (SC), que já celebra avanços consideráveis na área. Ou seja, é possível perceber que as ações de inclusão e de construção da cidadania podem gerar um efeito em cadeia, inspirando a mudança pelo exemplo.
Sendo assim, a aldeia que almeja um novo cenário, prezando pela cidadania e pela inclusão no desenvolvimento das futuras gerações, deve estar atenta não só ao uso das novas tecnologias como uma ferramenta poderosa; mas, sobretudo, à disseminação das boas práticas, que contagiem positivamente o maior número possível de agentes sociais. Engajar é inspirar e, muitas vezes, a inspiração é o combustível que falta para a transformação da realidade.




