Valmor Bolan
Doutor em Sociologia
Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá
Representa o Ensino Superior Particular na Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade para Todos do MEC
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Os Jogos Olímpicos são sempre um espetáculo de beleza, que empolga a todos, pelo nível de exigência a cada atleta, que chega para dar o melhor de si, em sua modalidade esportiva. Cada um dedica anos de treinamento intensivo param se prepararem àquele grande momento, muitas vezes, apenas alguns minutos, para, aos olhos do mundo, mostrar a sua capacidade técnica, disciplina, concentração, esforço e habilidade.
Os que chegam ao pódio sabem o percurso que fizeram, e bater recordes não é fácil. Mas deve prevalecer o espírito da competição com o respeito a cada pessoa que participa do grande evento esportivo. Muitas vezes, gestos humanos de valorização da pessoa valem mais do que uma medalha.
De qualquer forma, é preciso registrar o entusiasmo do povo brasileiro, que sabe torcer pelos seus atletas, aplaudindo ou vaiando como necessário. Sérgio Buarque de Hollanda identificou como uma das características do nosso povo a cordialidade, que não quer dizer sentimento açucarado, mas, pelo contrário, paixão desmesurada, muitas vezes passionalidade. Por isso ele afirmou que o Brasil dará ao mundo o “homem cordial”, que aplaude ou vaia com o coração, como vimos no episódio que envolveu os atletas do salto com vara, o brasileiro Thiago Braz e o francês Renaud Lavillenie. O público no Engenhão não poupou o francês com vaias, que o fizeram chorar durante a execução do hino nacional, no pódio. E também não economizou aplausos a Thiago Braz. Essa manifestação calorosa de sentimentos surpreendeu Lavillenie, mas que acabaram depois sendo reconciliados por Sergei Bubka, e o brasileiro demonstrou também disposição de manifestar o respeito por Lavillenie.
O fato expressou bem uma das características do povo brasileiro, mais ainda a nossa capacidade de vibrar com os acontecimentos e reconciliar-se.
Lições como essas fazem das Olimpíadas um momento único de aprendizado e confraternização dos povos do mundo através do esporte.




