• portugues-Brasil
  • ingles
  • espanhol
  • Associe-se
  • Newsletter
  • Imprensa
    • Assessoria
  • Contato
  • CAA
  • Associados
  • Associe-se
  • Newsletter
  • CAA
  • Contato
  • Associados
  • Blog
  • Portal ABMES
  • LInC

O desafio de inovar a educação tradicional

Outros Autores

18/04/2013 04:10:35

Elisa Wolynec* Presidente do conselho administrativo da Techne ewolynec@techne.com.br ***
O MOOC (Massive Open Online Course) é o ultimo estágio de um processo iniciado no ano 2000 pelo MIT, com a proposta de abrir o conteúdo de todos os seus cursos e disponibilizá-los a custo zero na Internet.  Em seguida várias outras instituições de renome juntaram-se à iniciativa e com a evolução da Internet estas iniciativas foram transformando-se em cursos online gratuitos. A quantidade e qualidade desses cursos, destinados a centenas de milhares de alunos, evoluiu muito, possibilitando que estudantes interessados e motivados possam obter um nível de educação com o qual nem poderiam sonhar no passado, desenvolvendo habilidades sofisticadas que lhes permitem acesso a empregos de salários elevados, sem ter gastos com mensalidades. Nos Estados Unidos várias instituições de renome já estão aceitando cursos MOOC como parte dos créditos necessários à obtenção de um diploma. Estamos vivendo uma transição, de uma forma passiva de aprendizagem, onde os estudantes eram consumidores, para uma situação em que estudantes e professores são produtores. Nesta nova situação os estudantes, especialmente adultos, querem decidir o que estudar, em que ordem estudar e em que velocidade adquirir as novas competências e habilidades. Neste cenário o importante para as IES (Instituições de Ensino Superior) brasileiras é desenvolver modelos que levem em conta estas novas tendências, que paulatinamente estão destruindo o modelo do ensino presencial. A tendência é de um ensino baseado em competências e não em prazos, ou seja, o aluno aprende na velocidade dele para adquirir as habilidades e competências que são o objetivo do curso. No ensino tradicional a velocidade é imposta pelo professor, pela duração do curso. O desafio para as IES brasileiras é conseguir introduzir inovações no modelo de ensino-aprendizagem, restritas pelas amarras atrasadas do MEC. Mas podem e devem, entretanto, inovar nos cursos que não são controlados pelo MEC, testando o novo modelo, provando a sua eficácia, preparando-se para implantação em todos os cursos. Estão sediadas nos Estados Unidos as duas maiores organizações que fornecem MOOCS visando lucro: Coursera (http://www.coursera.org/) e Udacity (http://www.udacity.com/). Receberam capital de investidores e, até o momento, o modelo de negócios é vender serviços de recrutamento para empresas de tecnologia de ponta, selecionando os estudantes mais competentes, mais criativos. Na verdade o modelo de negócios ainda não está completamente definido. Cogita-se cobrar futuramente uma taxa de vinte dólares, por exemplo, para o aluno prestar o exame e ter um certificado. Com o enorme número de participantes o resultado financeiro pode ser bastante. Diante de tantas mudanças no cenário da Educação Superior, tomei uma decisão, matriculei-me em um curso MOOC da Coursera. Fui professora na USP e pesquisadora, sou entusiasta quanto ao que a tecnologia, utilizada adequadamente, pode produzir em termos de qualidade da aprendizagem e de evolução institucional. Minha paixão por pesquisa e por desvendar coisas novas obrigou-me a essa experiência. Acabo de concluir o curso: “Grow to Greatness: Smart Growth for Private Businesses, Part I “  ministrado pelo Prof. Edward D. Hess da Darden School of Business, University of Virginia, que conta com mais de 70 mil inscritos. Falta apenas fazer o exame final. O curso é assustadoramente eficaz, muito bom mesmo. Já decidi fazer a parte II do curso em Maio. Aconselho todo decisor, todo responsável por planejar o rumo da IES, a matricular-se em um curso destes. Só participando de um curso é possível avaliar o quanto entusiasma, o quanto é eficaz e conveniente, o quanto agrega interagir em fóruns com estudantes de todo o globo. O curso tem a duração de cinco semanas e para cada semana há um material de leitura obrigatória antes da aula e um conjunto de perguntas que devem ser respondidas depois da leitura, para auxiliar o estudante a refletir sobre o que leu. Para cada semana há um conjunto de vídeo aulas distribuídas em vídeos que duram mais de 5 minutos e menos de 20 minutos. Muito bem produzidas, o tempo todo eu tinha a impressão de que o Ed falava comigo, dava aula especialmente para mim. Depois de cada vídeo há em geral um teste online, corrigido e comentado automaticamente, que auxilia o estudante a auto avaliar sua aprendizagem. Toda semana há um horário online com o professor, por uma hora, para responder perguntas dos alunos. Os alunos postam as perguntas com antecedência e quem quiser fazer uma pergunta já postada coloca um voto na mesma. As perguntas mais votadas são as que o professor irá debater. As aulas ficam disponíveis com um mês de antecedência e há um espaço de tempo entre a última semana e a data do exame final. Dessa forma o estudante pode regular em que velocidade quer aprender. Graças a essa flexibilidade, viajei durante o curso, tive outros compromissos e consegui distribuir meu tempo com tranquilidade. O que enriquece muito a aprendizagem são os fóruns de discussão, com participantes dos mais variados cantos do mundo, cobrindo ampla faixa etária, compartilhando experiências, dando palpites, apresentando a sua visão e contribuindo com sua vivência. O ambiente de cooperação que se estabelece é incrível, com grupos de alunos voluntários oferecendo-se para colocar subtítulos, traduzindo as aulas para outros alunos com dificuldades em Inglês. Há também uma ferramenta, o Coursera Meet-up, para colocar em contato os “Courserians” de uma mesma localidade e organizar encontros. Na cidade de São Paulo há atualmente 157 Courserians e alguns encontros já foram organizados. Ainda não participei. Atualmente, Coursera conta com 62 Universidades associadas e 2,7 milhões de alunos matriculados, oferecendo cursos em Inglês, Italiano, Francês e Chinês, contando no momento com um total de 325 cursos ofertados, alguns ainda não iniciados. Coursera está entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo (The World's 50 Most Innovative Companies 2013) e recebeu, também, o prêmio “Best New Startup Of 2012” . É uma nova experiência e um novo modelo de negócios. Como esse novo modelo afetará as IES baseadas em cursos presenciais, só o futuro dirá. Entretanto, os dirigentes das IES devem levar em conta as tendências claras que se delineiam quanto à preferência dos estudantes, às vantagens em termos de aprendizagem e o público que está interessado nessa nova modalidade de curso, na sua flexibilidade e interatividade, para agregar inovações ao seu ambiente de ensino-aprendizagem.  O importante é oferecer aos estudantes um valor muito maior do que a simples venda de informações, pois a Internet vem sendo a maior destruidora de negócios baseados na venda de informações. Atenta às mudanças, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) lançou um projeto inovador: um curso MOOC sobre Língua Portuguesa, que teve início no dia 8 de abril. Esse MOOC é coordenado pelo Prof. João Mattar e o GPTED (Grupo de Pesquisa em Tecnologias Educacionais do TIDD – Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP) e seu objetivo é oferecer, gratuitamente, um programa de nivelamento para estudantes de ensino superior[1]. A utilização de MOOCs para suprir as deficiências de formação de estudantes matriculados no Ensino Superior é uma iniciativa que poderá ter grande impacto para o país, pois poderá viabilizar, a baixo custo, o desenvolvimento de cursos MOOC para suprir deficiências da Educação Básica, que impedem muitos estudantes de ter uma aprendizagem satisfatória na Educação Superior.


[1] Detalhes sobre o MOOC-LP podem ser encontrados nos links:

http://www.abmes.org.br/abmes/noticias/detalhe/id/779

http://www.abmes.org.br/abmes/public/arquivos/compartilhamentos/material_de_divulgacao_mooc_lingua_portuguesa.doc http://www.abmes.org.br/abmes/public/arquivos/compartilhamentos/mooc_lingua_portuguesa.pptx    
* bacharel em Física pela Universidade de São Paulo, Master of Science pela Universidade de Sheffield, Inglaterra, Doutora e Livre Docente pela USP, onde Coordenou Cursos na Escola Politécnica, dirigiu o Laboratório do Acelerador Linear e foi Pró-Reitora de Administração. Atualmente é presidente do conselho administrativo da Techne, atuando como consultora em projetos de gestão educacional e e-learning. Desenvolveu vários projetos junto ao MEC, Ministérios de Educação da América Latina, Secretarias Estaduais de Educação e várias instituições de Ensino Superior, públicas e privadas.  

Entre a Sustentabilidade e a Realidade: O Que as IES Precisarão Enfrentar em 2026

Max Damas

Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

10/12/2025

6 

2025: um ano para ficar na história do Brasil Educação

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

08/12/2025

2 

Pesquisa para todos: por que o PIBIC não pode excluir a EAD

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

01/12/2025

2 

Censo da Educação Superior

...
...
...
...
...
...
Previous Next

ABMES

  • Portal ABMES
  • Central do Associado ABMES
  • Associe-se
  • Contato

Serviços

  • ABMES Podcast
  • ABMES Play
  • ABMES Cursos
  • ABMES Lab

ABMES Blog

Atualizado diariamente, o blog da ABMES reúne artigos de gestores, reitores, coordenadores, professores e especialistas em diversos temas relacionados ao ensino. São inúmeros debates e pontos de vistas diferentes apontando soluções e melhores práticas na luta por uma educação cada vez mais forte e justa.

ABMES Blog © 2020