Antônio de Oliveira
Professor universitário e consultor de legislação do ensino superior da ABMES (1996 a 2001)
antonioliveira2011@live.com
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Canta o samba: Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou... Quem não tem paladar para uma boa música, sobretudo clássica, é ruim de gosto, não sente o “céu da boca”, e não sabe que está perdendo um outro mundo. Um outro mundo. O mundo articulado dos sons acrescido ao universo, harmonicamente divino, dos sons da natureza. O cantar dos pássaros, o farfalhar das folhas ao vento, o marulhar cristalino das ondas, o mergulhar ininterrupto das cachoeiras, o falar silencioso de um remanso. Quem tem ouvidos de ouvir ouve e escuta a voz de Deus. A música é capaz de nos tornar capazes de transcender o mundo além de nossa bestialidade. Vivemos emocionados com tanta obra musical que tem o toque divino. O mundo é cheio de coisas lindas. Quem caça acha. Achar é preciso.
Shakespeare relata, em Otelo, o aviso do general aos músicos: O general aprecia tanto a sua música que ele deseja, pelo amor de Deus, que os senhores não façam mais barulho com ela (“the general so likes your music, that he desires you, for love’s sake, to make no more noise with it”). Hoje também existe muita gente para quem música é barulho que se consome. A propósito, nem é preciso falar alto, gritando. Basta falar “fortiter et suaviter”. Firme e suavemente.
Difícil escolher e indicar os melhores compositores eruditos. Seria como escolher o doce mais gostoso de todos os doces. Alguns consideram a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky como a quintessência da beleza musical. Outros escolheriam outras quintessências entre tantas doçuras, suavidades, arrebatamentos. Um clássico como Bach, Beethoven, Chopin, Haydn, Mozart, Strauss. Verdi, Vivaldi. Para completar esse time imbatível de profissionais convocados do exterior, todos titulares, quem sabe um Brahms, um Debussy, um Puccini, um Rachmaninoff, um Schubert, um Stravinsky. Já pensaram ser técnico de uma equipe assim, de extraordinários, fantásticos talentos de nossa música erudita?




