• portugues-Brasil
  • ingles
  • espanhol
  • Associe-se
  • Newsletter
  • Imprensa
    • Assessoria
  • Contato
  • CAA
  • Associados
  • Associe-se
  • Newsletter
  • CAA
  • Contato
  • Associados
  • Blog
  • Portal ABMES
  • LInC

Sobre "velhos" adolescentes ...

Outros Autores

31/08/2013 05:40:02

Ricardo Lengruber Lobosco docente no Instituto Metodista Bennett (Rio de Janeiro), Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia (Nova Friburgo) e no Educandário MIOSÓTIS ***
Há adolescentes e adultos. Há, todavia, adultos que se comportam como adolescentes. São os velhos adolescentes! Adolescência é a fase da vida que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Caracteriza-se por transformações físicas, mentais e sociais; ocorrem mudanças muito profundas interna e externamente. Representa para o indivíduo, por conta de tudo isso, um processo de distanciamento de formas de comportamentos e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que capacitam a assumir os deveres e papéis sociais do adulto. O vocábulo ‘adolescência’ tem sua origem etimológica, no Latim, “ad” (‘para’) + “olescere” (‘crescer’); portanto ‘adolescência’ significaria, strictu sensu, ‘crescer para’. Expressão que remete à ideia de desenvolvimento, de preparação para o que está por vir. Mais do que a ideia de transição, "adolescer" significa crescer. Colocada assim, como etapa de um desenvolvimento linear e progressivo, a adolescência parece ser uma fase de preparação para o futuro. Há, porém, além disso, que se levar em conta que a vida já está, desde seu despertar, acontecendo. Para a vida, não há ensaios e preparações; nas palavras do Millör, "viver é desenhar sem borracha". A beleza da adolescência está no fato de ser o momento em que somos despertados para a provisoriedade da vida e seus muitos caminhos e possibilidades. Adolescente é o que descobre que, "para crescer", precisa sempre se permitir infundir pelo novo e pela novidade; é aquele que se deixa ser visitado pelo futuro. Nesse sentido, a adolescência não é só uma fase da vida, como etapa a ser superada; trata-se de uma condição para que a vida seja renovada e transformada constantemente. Não é uma época da vida, mas uma qualidade que nos outorga a suprema capacidade de auto-reinvenção. É óbvio que, como toda característica humana, "adolescer" (permitir-se crescer e ser transformado) também tem seu risco patológico. Diferente de máquinas que apresentam defeitos, os seres humanos são teias complexas de arranjos muito tênues, onde as fronteiras entre sanidade e doença não são absolutamente claras; atendem muito mais à padrões esteriotipados do que à avaliações objetivas. O risco patológico se consuma quando a abertura para o novo (exigência existencial da adoslecência) se confunde com a cristalização do novo do passado para o resto da vida. Há que se ter em mente que o mundo muda, sim. Mas é preciso mais que isso: urge abrir a mente para pensar além do óbvio e não perder as oportunidades que esse novo mundo tem a oferecer ou que está a exigir de nós atitudes diferentes. Para o professor Mario Sérgio Cortella, existem três grandes fatores que limitam a percepção das pessoas sobre as inúmeras possibilidades que o mundo em constante mudança oferece: “o primeiro deles é a limitação mental, a recusa em abrir a cabeça para aquilo que é novo, diferente. Em segundo lugar, está o cinismo ético. Ou seja, a pessoa até anuncia boas coisas como valores, mas na prática age completamente diferente do que se propôs. O último fator é a arrogância na suposição que algo tem que ser feito exatamente como sempre foi, já que foi assim a vida toda. Essa é uma atitude extremamente perigosa, porque é auto-destrutiva”. Quando o que foi novo (no passado) se torna um valor absoluto (no presente), ocorre a inviabilização da utopia (no futuro). Em outras palavras, sempre que se agarra a valores já caducos corre-se o risco de não se permitir visitar pelo futuro e, com isso, de remoer indiscriminadamente o passado. A vida se torna, assim, uma espécie de sepultura repleta de lamúria e mau humor. Não se deve, por outro lado, cair num relativismo irresponsável e sem ética. Reconhecer que o futuro está batendo à porta é diferente de negligenciar valores e princípios. Nesse sentido, a adolescência é uma fase sim. Fase em que se firmam valores mais duradouros; fase em que se alicerçam os princípios éticos que devem nortear a vida. O grande desafio da existência é reconhecer que o ser humano é como uma árvore, cujas raízes dão alimento e sustentação, força e vitalidade, princípios e valores; raízes que situam, limitam e fixam-na a um lugar específico no tempo e no espaço. Mas, por outro lado, árvore que possui uma copa frondosa que convive com os ventos e com o sol, com as tempestades e as cores do crepúsculo; copa que dialoga com o universo e se abre ao infinito. O presente é uma profusão de novidades, de modismos que passam rapidamente. Diferente das novidades efêmeras é o "novo", aquilo que revoluciona e permanece no tempo. O novo é aquilo que mantém a vitalidade.  Independente de há quanto tempo exista, o novo mantêm-se sempre atual e, por paradoxal que pareça, conserva o frescor da vida. Beethoven, apesar de distante no tempo, é novo; e o que o faz novo é sua atualidade, sua capacidade de interpelar o homem de hoje. Os velhos adolescentes são aqueles indivíduos que pararam no tempo e cristalizaram mentalidades ultrapassadas como se fossem valores absolutos. Não sabem distinguir o transitório do perene e, por isso, assumem ideologias como se fossem princípios éticos intransponíveis. Não bastasse essa confusão patológica, os velhos adolescentes - como todo adolescente que se preza! - faz muito barulho e, não raro, ofende e agride; toma as questões da vida sempre como se fossem pessoais e acabam, por isso, afastando e machucando. A diferença entre jovens e velhos adolescentes é que os primeiros se permitem arejar pelos ventos do futuro, ao passo que os outros sequer se apercebem que o futuro existe; são, a rigor, inconsequentes. Segundo a perspicaz ironia do Rubem Alves, há apenas duas regras para se lidar com os adolescentes. A primeira é: "Não faça nada. Tudo o que fizer estará errado". A segunda é: "Fique por perto para 'catar' os cacos". O adolescente não está interessado em fazer a coisa certa; ele quer fazer a coisa "dele". Isso porque fazer a coisa certa é, segundo pensa, confessar uma condição de dependência e inferioridade, o que é insuportável para um adolescente. Sobre isso, vale a criativa comparação do próprio Rubem entre adolescentes e maritacas. Comparação que cabe perfeitamente para os "velhos adolescentes" de plantão. Andam em bandos e se vestem parecido.  Gritam todas ao mesmo tempo e não se importam com a direção para a qual o bando voa. Interessam-se, apenas, em fazer parte do grupo e fazer barulho. Diferentes das maritacas são os sábias, que não padecem dessa crise de identidade. São aves solitárias e por isso cantam bonito e, quando cantam, todos se calam e escutam. A adolescência é um impulso humano fantástico. É ela que nos dá a força para ousar e protestar. É ela que nos abre para o futuro e nos impele a avançar. O problema é quando uma experiência em particular vivida na juventude se cristaliza para a vida toda; isso inibe a criatividade, tranca o indivíduo no passado e o faz se sentir "dono da verdade". É isso: há pessoas que vivem como revolucionárias e com ideias aparentemente muito avançadas e críticas, mas, na verdade, não passam de gente agarrada ao passado e completamente estranha ao seu tempo. São os "velhos" adolescentes!  

Entre a Sustentabilidade e a Realidade: O Que as IES Precisarão Enfrentar em 2026

Max Damas

Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

10/12/2025

6 

2025: um ano para ficar na história do Brasil Educação

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

08/12/2025

2 

Pesquisa para todos: por que o PIBIC não pode excluir a EAD

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

01/12/2025

2 

Censo da Educação Superior

...
...
...
...
...
...
Previous Next

ABMES

  • Portal ABMES
  • Central do Associado ABMES
  • Associe-se
  • Contato

Serviços

  • ABMES Podcast
  • ABMES Play
  • ABMES Cursos
  • ABMES Lab

ABMES Blog

Atualizado diariamente, o blog da ABMES reúne artigos de gestores, reitores, coordenadores, professores e especialistas em diversos temas relacionados ao ensino. São inúmeros debates e pontos de vistas diferentes apontando soluções e melhores práticas na luta por uma educação cada vez mais forte e justa.

ABMES Blog © 2020