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Projeto educação e saúde na descoberta do aprender

ABMES

18/11/2013 04:59:27

Hermínia Maria Lima da Silva[1] Carlos Augusto Fernandes Eufrásio [2] ***
Conheça esse e os outros dois projetos premiados na 20º Edição do Top Educacional Professor Mário Palmério no ABMES Cadernos 27. Acesse aqui a íntegra da publicação.
As inscrições para a 21ª edição já estão abertas. Acesse www.top.abmes.org.br e saiba mais.
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é caracterizada por uma perda da função renal, que ocorre de forma lenta e gradual até o ponto em que os rins não se mostram mais capazes de executar suas funções normais, de excretar as toxinas, manter o equilíbrio corporal da água e eletrólitos e produzir hormônios. Muitas vezes, os sintomas inexistem até que a função renal chegue a níveis inferiores a um décimo do normal. Acomete duas  em  cada  dez  mil  pessoas  e suas causas mais comuns são as Glomerulonefrites,Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Rins Policísticos, Cálculos Renais, Pielonefrites entre outras. A disfunção renal nos seus estágios finais compromete o funcionamento de muitos órgãos e sistemas, provocando nos pacientes sintomas sistêmicos, como a perda de peso, náuseas, vômitos, fadiga, dor de cabeça, soluços, hipertensão arterial, palidez, impotência sexual, hálito urêmico (odor de urina), deformidades ósseas, dentre outras. O Projeto Educação e Saúde, uma parceria da Fundação Edson Queiroz com os Institutos do Rim e de Doenças Renais e com o Centro Integrado de Diálise, trabalha com duas das principais necessidades básicas do indivíduo – saúde e educação. Desde 2000, o projeto proporciona a alfabetização de crianças, jovens, adultos e idosos nas próprias clínicas enquanto os pacientes realizam a hemodiálise. As atividades do projeto são direcionadas para dois objetivos: suprir a deficiência na formação escolar e amenizar, através de exercícios lúdicos, o sofrimento desses pacientes durante o tratamento. Alguns objetivos específicos do projeto são:
  • Proporcionar à clientela a aquisição de conteúdos lógicos e matemáticos através de uma vinculação afetiva do processo de ensino-aprendizagem, considerando as limitações de cada aluno;
  • Favorecer nas crianças e adolescentes a aquisição de conhecimentos na área de linguagem oral e escrita e dos conceitos matemáticos;
  • Sensibilizar os pais a trabalharem com seus filhos, aprendendo a respeitar a iniciativa e a produção das crianças.
Este trabalho vem sendo executado dentro do enfoque experimental, utilizando recursos da Psicopedagogia na ação pedagógica, facilitando o processo ensino aprendizagem dentro do ambiente da clínica de hemodiálise. As atividades são desenvolvidas na própria clínica durante as sessões de hemodiálise, com duração de 3 horas e abordam os seguintes temas: ludicidade, linguagem oral e escrita e conceitos matemáticos. Também é realizado acompanhamento individual e em grupo aos pais, proporcionando interações familiares. Diante dos relatos adquiridos nas entrevistas, pode-se perceber como alguns adolescentes compreendem o que vem a ser o projeto e sua repercussão no ambiente institucional aonde vem sendo executado. Vale ressaltar que o material apresentado não tem como finalidade generalizar os sentimentos de todos os adolescentes que são beneficiados por essa iniciativa, pois se trabalhou apenas com uma parcela restrita destes indivíduos. A partir das colocações feitas pelos adolescentes, foram construídos três temas centrais que serão discutidos posteriormente: a Importância do projeto, o Relacionamento com a Equipe Pedagógica e a Repercussão do projeto na Vida Cotidiana. O primeiro tema central diz respeito à Importância do projeto no momento da Hemodiálise. Ao iniciar as colocações acerca do projeto os entrevistados sempre pontuavam a dificuldade em dar continuidade aos seus estudos como uma das perdas mais significativas para o paciente renal crônico.
“Antes eu ia pra escola. Hoje eu não estudo. Eu deixei de estudar só por causa da doença porque eles não aceitam... Porque três vezes na semana para estudar... aí só estuda um dia. Aí tem que ser direto”.(J.B.R.F. 14 anos).
Este fato aponta para uma impossibilidade existente na rotina desses pacientes o que reforça o caráter de dependência do tratamento, bem como a exclusão de atividades habituais presentes na vida de qualquer jovem. Em relação ao impacto do projeto propriamente, os entrevistados ressaltaram a importância dessa iniciativa para a rotina da clínica no momento da hemodiálise. Relataram que esse trabalho colabora para amenizar o impacto clinico e psicológico negativo proporcionado pelo tratamento. Através das atividades lúdicas e pedagógicas a monotonia do longo período de inatividade é quebrada, contribuindo assim para a redução de alguns fatores clínicos e emocionais presentes no momento da hemodiálise.
"Eu acho legal e também gosto muito e é muito importante para nós porque enquanto elas estão ensinando a gente, o tempo de diálise passa mais rápido e a gente não passa mal porque nós estamos distraídas” (S.R.S., 15 anos). “O projeto mudou bastante a nossa rotina de diálise, pois a diálise atrapalha bastante o nosso dia a dia principalmente na área escolar. Hoje estamos mais envolvidos e não percebemos o tempo passar e isso faz com que passamos menos mal e diminui a ansiedade pela saída (R.F.R.S., 18 anos).
No que se refere ao relacionamento com a equipe pedagógica observou-se uma estreita ligação entre professores e alunos. Através dos depoimentos pode-se perceber que essa vinculação transcende os aspectos eminentemente pedagógicos proporcionando o desenvolvimento de uma relação afetiva que contribui de forma positiva para melhorar a motivação para o tratamento, assim como fortalece a auto-estima dos beneficiados.
"(...) as professoras são maravilhosas. Elas brincam com a gente, ensina, quando alguém está aniversariando elas fazem uma comemoraçãozinha e tudo isso que elas fazem é com amor e tudo que vem com amor nós adoramos porque nesse momento de nossas vidas precisamos de amor e carinho e isso pode ter certeza que todos da clínica e o pessoal do projeto dão. Com eles a gente se desliga um pouco desse sofrimento." (S.R.S., 15 anos).
Em relação à repercussão do projeto na vida cotidiana, observou-se que as atividades desenvolvidas num clima de compreensão e carinho propiciam o surgimento de sentimentos de aceitação que impulsionam os adolescentes a criarem seus projetos pessoais. Como consequência da maior adaptação e motivação para o tratamento o adolescente atinge uma visão concreta e mais otimista de suas perspectivas futuras relativas ao seu crescimento pessoal e profissional.
”(...)eu acho que eu estou me achando muito melhor do que antes, eu conheci muitas pessoas, aprendi a ler, só não sei escrever muito bem assim ainda, mas eu vou aprender se Deus quiser”. (R.B.P., 17 anos).

"Eu tenho um sonho e eu quero conquistar. Eu vou conquistar tudo o que eu quero, eu quero ser médica não só por ser uma profissão boa, mas porque eu gosto da profissão de médico de ajudar as pessoas. (...) Eu estou estudando, fazendo os exames pro transplante porque se eu não fizer os exames eu nunca vou transplantar. Eu tenho certeza que, se eu estudar e me dedicar, eu vou ser uma boa profissional do jeito que eu pretendo ser um dia." (R.F.R.S., 18 anos).

A partir dos depoimentos levantados podemos perceber como os adolescentes entrevistados concebem o Projeto “Crianças e Adolescentes com Insuficiência Renal Crônica Interagem Educação e Saúde na Descoberta do aprender” desenvolvido nas Clínicas: Instituto do Rim e Instituto de Doenças Renais. A análise do material, mostra com relação à Importância do projeto um reconhecimento, por parte dos jovens pesquisados, da relevância das atividades desenvolvidas pelo trabalho, não só no sentido de transmissão dos conteúdos, mas primordialmente na melhora da autoestima e consequente aceitação do tratamento hemodialítico. Embora não tenha sido o enfoque principal desta pesquisa, vale ressaltar que desde a sua implementação o projeto já alfabetizou várias crianças e adolescentes, o que vem legitimar seus propósitos de aquisição de conhecimentos formais. O tema central referente ao relacionamento entre alunos e professores nos conduz a conclusões evidentes de que existe uma ligação afetiva muito estreita entre os ensinantes e aprendentes. Essa solidez de sentimentos contribui para que o trabalho se desenvolva de maneira satisfatória, proporcionando assim, benefícios educacionais e emocionais aos alunos implicados no projeto. Quanto às repercussões do projeto na vida cotidiana, ficou evidente que o apoio, a compreensão e o compromisso envolvidos nessa ousada proposta educacional contribuiu para que os jovens vislumbrassem novas possibilidades em suas vidas, configurando assim, um novo sentido na sua condição de paciente renal crônico. Os resultados apresentados por intermédio do projeto levaram os dirigentes da clínica e todo o seu Staff a visualizar a necessidade de investir na humanização do atendimento dessa clientela de um modo geral criança, jovens e adultos. A partir desse empreendimento outras iniciativas já foram executadas (dia das mães, festas juninas, dia das crianças) com o intuito de abrandar a realidade desses pacientes e proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida.


[1]   Coordenadora Geral do Projeto e Professora da Unifor
[2]   Chefe da Divisão de Responsabilidade Social da Unifor
 

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