Le cabe a cada uno dar el primer paso en dirección a una cultura en que empresas y personas puedan colaborar cada vez más unas con otras, iniciando una relación de interdependencia, cuidado y reciprocidad. Este nuevo patrón de interacción colaborativa demanda la formación de nuevos tipos de liderazgos que funcionen en una lógica más dinámica y basada en la participación. Solo así será posible formar empresas con propósito, que sean válidas y que generen real valor a la sociedad como un todo. Tomás de LaraHá cerca de dez anos, li na revista Carta Capital uma matéria sobre pequena cidade italiana onde seus moradores trocavam serviços, usavam o tempo prestado como valor de moeda e, para disciplinar as transações, criaram o “Banco do Tempo”. Com esta referência fui a Wikipédia e obtive informação mais exata sobre o “Banco”:
(...) Consiste na ajuda mútua de pessoas, de uma cidade ou de um bairro, que fazem serviços comunitários em troca de outros serviços. A capitalização é de serviços, nunca de dinheiro, pois não se visa o lucro. É um sistema de troca de serviços para os serviços ou favores por favores. Propõe fomentar as relações sociais e a igualdade entre diferentes camadas econômicas. O uso deste tipo de economia pode resolver vários problemas presentes na economia de mercado. Atualmente, esses projetos são melhorados com o apoio da tecnologia da informação.No entanto, atividades tais como compartilhar o carro, a furadeira e a casa; encontrar quem fique com o seu cachorro enquanto você viaja; trocar aulas de inglês por outras de guitarra e compartilhar tecnologia geram desconfiança natural, porém incômoda. Nessa hora, o papel das plataformas tecnológicas é decisivo, pois são capazes de desenvolver mecanismos de confiabilidade, seja verificando documentos, seja oferecendo fichas de avaliação dos serviços. Rachel Botsman – líder do pensamento global sobre o poder da colaboração e do intercâmbio por meio das tecnologias digitais para transformar a forma de viver, trabalhar, financiar e consumir e autora do livro “O que é meu é seu” – afirma que “a reputação será a moeda de troca que diz que você pode confiar em mim”. Segundo Botsman, se o maquinário era o capital mais precioso da Era Industrial, a reputação é o ativo mais valioso da economia colaborativa. A economia colaborativa ou compartilhada tem florescido pelo mundo todo, é bem ativa em Portugal (www.bancodotempo.net/pt/), e vem chegando, ainda que timidamente, ao Brasil. Este tipo de economia representa uma forma de usar a tecnologia para várias finalidades entre as quais fazer negócios entre pessoas (peer-to-peer), economizar, ganhar renda extra, promover a sustentabilidade e, até mesmo, renovar a fé na humanidade. Em outras palavras, a economia colaborativa permite repensar social e economicamente as formas de organização das pessoas e definir o que elas esperam dessas relações. Este tipo de economia se materializa em três modelos: prestadoras de serviços, fomentadoras de mercado e provedoras de plataformas. Trata-se de um movimento descrito como a principal tendência econômica do século XXI, considerando que conecta desconhecidos com interesses e necessidades comuns e utiliza, numa escala sem precedentes, redes sociais e aplicativos, facilitadores do compartilhamento e da troca de conhecimentos, serviços e objetos. Há quem atribua à economia colaborativa o poder de reduzir o desperdício, aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais, combater o consumismo e até reduzir a desigualdade social no mundo. O consumo colaborativo sempre existiu, seja entre amigos ou famílias. Hoje, com a difusão tecnológica e modernos sistemas de reputação para gerar confiança, vemos diversos setores econômicos absorvendo o novo modelo e superando crises financeiras. Além de transformar pessoas em microempreendedores, possibilitar que ganhem dinheiro e a economizar a partir de seus ativos, a economia colaborativa gera conexões entre estranhos, resgata o caráter humano das transações e deixa de tratar as pessoas apenas como consumidores. Ao suplantar premissas como a competição e a posse de bens, a economia colaborativa se desdobra em um universo novo e vasto. Outra forma de sociedade emerge baseada na informação e no conhecimento, na qual o acesso é mais importante do que a posse. A esse respeito, Dora Kaufman, pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), citada por Diego Viana, explica que "alguns autores creem que o trabalho e a posse dos bens não são mais o centro da estrutura social, e que o contexto geral do intercâmbio social e econômico, que foi competitivo na era industrial, será colaborativo". Apenas para se ter uma ideia de onde a coisa pode chegar, a plataforma Airbnb – oferta de cômodos vagos e imóveis para locação por temporada e segunda maior start up do mundo, só atrás do Uber – tem hoje um valor de mercado de U$ 12 bilhões, superior aos de grandes grupos hoteleiros como o Hyatt, por exemplo. Só em 2014, segundo a revista Forbes, os empreendimentos colaborativos movimentaram mais de U$ 110 bilhões em todo o mundo. Se no século XX a invenção do crédito transformou o nosso sistema de consumo, no século XXI as novas redes de confiança e o capital de reputação vão reinventar as formas de pensar a riqueza, os mercados, o poder e a identidade pessoal de uma forma que ainda nem conseguimos imaginar. Assim, as empresas existentes devem repensar seus negócios para evoluir com seus clientes e não serem atropeladas por eles. Philip Kotler, professor de Marketing Internacional na Kellogg School of Management da Northwestern University, explica a evolução ao longo do tempo dos modelos econômicos e estratégicos, classificando-os em “quatro ondas”: na primeira, a Era Agrícola, o capital mais importante era a terra; na segunda, a Era Industrial, o maquinário assumiu o papel principal; na terceira, a Era Informacional, a tecnologia e a informação se tornaram os bens principais do negócio. Na “quarta onda” – que se levanta agora – a criatividade, o meio ambiente e a cultura têm grande importância. Com a transformação gerada pelo mundo digital e a conexão cada vez maior de informações e de pessoas, a partir da quarta onda, o consumidor/cliente deixou de ser uma abstração, se tornou mais ativo e ganhou status definitivo de ser humano. Nesse contexto, as instituições de ensino superior (IES) devem conhecer cada vez mais os princípios básicos que regem a economia colaborativa não só como um caminho muito grande para inovar como também preparar os seus alunos para viverem em situação real a “quarta onda”, se tornarem empreendedores e ganharem o mercado. Se a sociedade, o consumidor e o relacionamento com o cliente/consumidor estão mudando, as IES também precisarão mudar seus métodos de ensinar e suas interrelações com a tecnologia da informação, com o mercado e com o mundo, visando fomentar as relações sociais e a igualdade entre os diversos setores da economia.