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Carteira de trabalho – vai virar peça de museu?

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

20/10/2015 05:59:51

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular
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A sociedade em que cada qual podia esperar ter um lugar, um futuro direcionado, uma segurança, uma utilidade, essa sociedade – a sociedade do trabalho – está morta. (André Gorz[1])
Ensinou-me Miguel Mastrobuono, meu professor de história do colégio Santo Alberto, que a filosofia nasceu na Ásia Menor porque lá havia uma sociedade opulenta que não precisava trabalhar e podia dedicar-se ao ócio. Nos tempos atuais, Domenico de Masi defende a teoria de que o futuro pertencerá a quem souber libertar-se da ideia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de mesclar atividades – trabalho, tempo livre e  estudo –  isto é, de quem souber praticar o “ócio criativo”, expressão mundialmente conhecida. Para Masi,
vivemos em um mundo não mais industrial, mas pós-industrial, cuja sociedade se dividiu em dois grupos: os analógicos, impregnados pelo industrial e com medo de mudanças, e os digitais, que têm mais facilidade com a informação e são predispostos às inovações.
O declínio dos empregos estáveis e de tempo integral é um dos sinalizadores dessa mudança irreversível. Se o medo de que o desemprego se espalhe por todo o planeta é real, o temor de que as máquinas tomem o lugar dos homens não é novo: no século XIX, os partidários do ludismo[2] destruíram fábricas que substituíam trabalhadores braçais por máquinas a vapor. No entanto, na história das "revoluções produtivas" o desemprego é momentâneo. A introdução da máquina no campo substituiu o homem, que migrou para a cidade à procura de novos empregos. Quando na cidade a máquina tomou-lhe o lugar nas fábricas, o homem foi para a área de serviços. Ou seja, o homem é resiliente, tem inteligência – e é, de longe, o mais versátil e o mais móvel dentre todos os ativos econômicos. A adoção de máquinas no lugar da mão de obra humana permitiu que todo o mundo se tornasse mais produtivo. E aumento no padrão de vida está diretamente relacionado a um aumento na quantidade de bens e serviços disponíveis – tudo possibilitado pela automação. Erik Brynjolfsson, diretor do centro do Massachussets Institute of Technology (MIT) para negócios digitais, e Andrew McAfee, também pesquisador do órgão e ex-professor de Harvard, em seu livro The Second Machine Age, afirmam que estamos vivendo a maior transformação na história desde a Revolução Industrial: a tecnologia digital faz para nosso poder mental o que o motor a vapor fez para nosso poder físico. O problema é que a inovação está ocorrendo rápido demais. Se antes uma ocupação demorava décadas para sumir, hoje elas morrem num passe de mágica: por exemplo, onde estão as locadoras de vídeo? Os telefones públicos, as televisões analógicas, as enciclopédias e o livro impresso que está com os dias contados e até as centenas de serviços que estão sendo substituídos por inovações tecnológicas? Solução? No curto prazo, Brynjolfsson e McAfee recomendam foco total na educação, estímulos para o empreendedorismo e apoio à ciência. Sobreviver nesse novo mundo exige novas competências e habilidades relacionadas à gestão da própria carreira como se ela fosse um negócio. Se o emprego está em crise, o empreendedorismo, não. A era do “fim do emprego” é só o efeito colateral do início de outra era – a do empreendedorismo de massa. Glauco Cavalcanti, em seu artigo “Tempos modernos – o fim do emprego de Carlitos”, adaptou um interessante quadro (que reproduzo a seguir) do livro “Oficina do empreendedor”, de Fernando Dolabela. Nele, descrevem-se as características que permitem que o empreendedor se adapte melhor ao novo mercado do que as pessoas focadas no emprego tradicional.
Empreendedor Empregado
É visionário Consegue ver o futuro para seu negócio e para sua vida. Dependente Necessita de alguém para tornar-se produtivo; para trabalhar, precisa de supervisão.
Sabe explorar as oportunidades Identifica mercados e cria produtos revolucionários que atendem o consumidor. Tem visão restrita Não busca conhecer o negócio como um todo (cadeia produtiva, dinâmica dos mercados, evolução do setor).
É criativo Cria produtos e serviços nos quais ninguém havia pensado antes. Pouco criativo Não se preocupa com o que não existe ou não é feito, apenas procura entender o que já existe, especializando e melhorando a ideia dos outros.
Sabe tomar decisões Não se sente inseguro para decidir, mesmo em momentos críticos. Pouco oportunista Não se preocupa em transformar as necessidades do consumidor em produtos/serviços rentáveis.
É determinado e dinâmico Comprometido com o que faz, atropela as adversidades. Mantém-se dinâmico e cultiva certo inconformismo diante da rotina. Acomodado Não é proativo, apenas reativo. Só percebe que está em perigo quando recebe a carta de demissão.
É apaixonado pelo que faz Adora o trabalho que realiza, e é essa satisfação que o leva ao sucesso. Medroso Tem medo de errar, prefere participar de projetos com baixo risco e de preferência com algum supervisor com muita experiência de mercado.
Planeja Tem um elaborado Plano de Negócio. Estuda pouco Não se atualiza e fica obsoleto para o mercado de trabalho. Sua única forma de reciclagem são os cursos que a empresa fornece e julga importantes para o empregado.
Assume riscos calculados Sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Detesta tomar decisões Sente-se ameaçado quando tem de tomar uma decisão e busca a solução menos arriscada e que gera menor desgaste pessoal.
Cria valor para a sociedade Gera empregos, dinamiza a economia, inova e procura melhorar a vida das pessoas com seus produtos. Não planeja Vive o aqui agora, não está pensando no futuro, apenas na próxima visita da alta gerência da empresa. Seu único planejamento é para atender a chefia no curto prazo.
Nesse contexto, é difícil acreditar que algum dia se volte a ter algo parecido com o pleno emprego. Se o emprego da forma como o conhecemos hoje tende a ser cada vez mais escasso, por que continuamos exclusivamente a formar jovens para serem empregados? Por que não formamos também nossos jovens para serem empregadores? Ou, melhor, empreendedores? O mundo está mudando profundamente e não se pode impor aos jovens os desejos, os anseios e os medos das gerações passadas. É preciso formá-los/instrumentalizá-los para o empreendedorismo, para o trabalho autônomo, para o associativismo, para o cooperativismo, para a economia colaborativa, que surgem como novas possibilidades de geração de trabalho e renda na economia criativa. Essa ideia das novas formas de trabalho, e não exclusivamente de emprego, tem de ser levada para o jovem desde o ciclo básico até a universidade, de modo que ele seja educado para a mudança e não para estabilidade. Ele deve ser ensinado a conviver com o risco e aprender com ele, a pensar grande, a ter autoestima, coragem, confiança e capacidade para gerir a própria vida, vendo na mudança oportunidade e não ameaça. E ter pensamento positivo e criatividade para enfrentar desafios. Como já disse Érico Veríssimo, “quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras e outras constroem moinhos de vento”. Estarão os atores do processo educacional dispostos a mudar, mudar, mudar sempre, e cada vez mais?   [1] André Gorz (1923-2007): filósofo austro-francês, também conhecido pelo pseudônimo Michel Bosquet. Como jornalista, ajudou a fundar em 1964 o semanário Le Nouvel Observateur. [2] Ludismo, movimento coletivo, iniciado por Ned Ludd, que se estendeu pela Inglaterra pelo século XIX e que era contrário à mecanização do trabalho e visava à destruição da máquina, responsabilizando-a pelo desemprego e pela miséria social nos meios de produção.  

Precisamos de uma educação que prepare os estudantes para o futuro

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Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

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A universidade como a conhecemos vai acabar (e isso é uma boa notícia)

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Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

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Equilíbrio e segurança: STF traz clareza quanto ao intervalo dos professores

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Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

24/11/2025

 

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