Mais um ano se passou e com ele registramos avanços e conquistas, cuja preservação implica crença no futuro. Na ABMES nós acreditamos e investimos em novas iniciativas e por isso contamos com os nossos associados para mais uma empreitada em 2016.As atuais comemorações natalinas e de fim de ano não possuem mais aquele entusiasmo de país rural, onde as famílias se reuniam para celebrar a data magna do calendário cristão e o novo ano que surgia. Os tempos mudaram e as festas se tornaram um evento de notadamente comercial. A tradição, porém, ficou para renovar sentimentos e esperanças de melhores dias para a vida de cada um e de cada família. Este é momento de confraternização e de reflexão por meio do qual somos invadidos por sentimentos que nos aproximam dos encantamentos da vida e que, nas entrelinhas, nos pedem não só para renovar as nossas relações de amizade e repetir as boas experiências e os bons momentos, como também para recusar ou afastar o que não representou contentamento, satisfação ou felicidade. Este é também o momento de refletir sobre a realidade das atividades educacionais nestes últimos anos. Percebe-se que o setor particular do ensino superior continua em ascensão, apesar das dificuldades econômicas, sociais e políticas atuais e dos impactos das medidas reguladoras, em 2015, a partir da desaceleração do Fundo de Desenvolvimento Estudantil (Fies) que abalou o setor, mas não o desestruturou, porque as instituições educacionais encontraram soluções para minorar o desajuste provocado pelas mudanças. O Censo da Educação Superior de 2014 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) mostra que, dos 32.878 cursos de graduação oferecidos no Brasil, 66,4% são oferecidos pelas instituições de ensino superior (IES) particulares que acolhem cerca de seis milhões de alunos. O dado mais positivo, e que precisa ser registrado, é que entre 2000 e 2014 o número de alunos no ensino superior particular aumentou 224,6 %. O setor privado atingiu números que dobram e redobram a nossa responsabilidade de executores da oferta educacional superior brasileira e que não nos deixam perder a perspectiva do futuro para conquistar méritos que dignificam nossa atividade de educar. No que se refere à ABMES, entidade representativa das mantenedoras de ensino superior, todas as ações empreendidas confirmam o sucesso de sua participação como proponente de soluções para as questões regulatórias e burocráticas impostas às IES. A ABMES possui uma equipe profissional atenta que acompanha o desenvolvimento da área educacional nas suas interfaces com os cenários de hoje e do futuro do país. É certo que passamos por turbulências políticas e econômicas que decorreram de vários fatores tais como a falta de coesão nacional, a ausência de um sistema sério de representação política alinhado com os interesses do país, o descontrole das contas públicas e a burocratização do Estado. Esses problemas estão travando o desenvolvimento e o futuro dos jovens que anseiam por melhores dias. A economia brasileira vai mal. Há quatro anos, o crescimento decepciona. A indústria está estagnada e sua produção é hoje menor do que em 2007. A inflação está subindo. O mercado de trabalho está piorando. O país está sem rumo político e os ajustes para controlar a inflação e as contas públicas causam nova decepção com a estagnação em 2015. Nestes momentos, surgem as oportunidades. Quando o pessimismo reina a maioria se retrai, a concorrência diminui e as grandes chances aparecem. Em um momento em que os brasileiros manifestam sua desilusão com a atual situação do país, precisamos conhecer melhor a nossa realidade, pensar no longo prazo e vislumbrar os caminhos para a evolução da sociedade. No entanto, nem no Brasil nem em outro qualquer lugar do mundo existe um ambiente mágico em que uma ideia tenha sucesso do dia pra noite. Portanto, a melhor coisa a fazer é conhecer a realidade brasileira, aproveitar as oportunidades que existem e colocar as mãos à obra! Acreditem, prezados associados, fazer o possível pode nos levar muito além do que imaginamos. E para concluir esta mensagem de final de ano, nada melhor refletir sobre um texto do jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho, Caio Fernando de Abreu que nos deixou em 1996:
(...) fecho os olhos e começo a pedir. Não são coisas muito complicadas de serem atendidas. Ao menos eu acho que não. Apenas me concentro em cada rosto que já conheci até hoje e nos sentimentos que tenho por cada uma dessas pessoas. Que não nos faltem bons sentimentos sejam no Natal ou em qualquer dia do Ano Novo que se aproxima. Que nos falte egoísmo. Que nos sobre paciência pra enfrentar mais trezentos e sessenta e cinco dias. Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer. Que não nos falte esperança. Que novos amigos cheguem. Que antigos amigos sejam reencontrados. Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas. Que músicas de letras e melodias bonitas nos façam suspirar. Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança. Que nos sobre tempo para beber e conversar com os amigos. Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir apesar dos pesares. Que sejamos leves. Que sejamos livres de preconceitos. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não nos falte fé e amor.Em nome da ABMES, desejamos a todos um Feliz Natal e que em 2016 possamos buscar intensamente – com ética, idealismo e esperança – um futuro digno para a educação brasileira.