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A quarta revolução industrial

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

15/03/2016 04:02:34

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular
***
Uma boa crise é uma coisa terrível de se desperdiçar. (Paul Romer)[1]
Depois da divulgação do detalhado relatório do World Economic Forum (WEF) sobre o que se falou e discutiu em Davos, no início deste ano, começam a surgir timidamente no Brasil algumas preocupações com as habilidades necessárias para vencer os desafios da chamada quarta revolução industrial, que já está batendo às nossas portas. Esta questão, porém, ainda não atravessou os umbrais das universidades brasileiras. Daqui a cinco anos, mais de um terço das competências, que hoje são consideradas importantes na força de trabalho, poderão mudar. Portanto, precisa ser constantemente reavaliada a nossa atenção com as habilidades socioemocionais, visando acompanhar as exigências de um mundo em constante transformação. Ou seja, o aluno que ingressou na faculdade em um determinado ano, ao terminar seu ciclo de estudos, poderá estar completamente desatualizado. Assim, o recado de Davos sobre a quarta revolução, exortado por Klaus Schwab, grande líder e fundador do WEF, é inexorável. No ano de 2020, esta revolução vai nos trazer a robótica avançada, o transporte autônomo, a inteligência artificial, a aprendizagem de máquina, os materiais avançados, a biotecnologia, a genômica, entre tantas outras inovações que estão em gestação. Todos esses fatores vão transformar o modo como vivemos e a forma como trabalhamos. Alguns postos de trabalho desaparecerão, outros vão surgir e atividades que nem sequer existem hoje se tornarão comuns. Por certo, a futura força de trabalho terá que alinhar o seu conjunto de habilidades para manter o ritmo, sobretudo em relação às competências. No quadro a seguir estão reunidas as 10 (dez) habilidades requeridas em 2015, para que se alcance eficácia nas ações empreendidas em qualquer área, e as que serão exigidas em 2020. As 10 habilidades principais
2020 2015
Resolução de problemas complexos Resolução de problemas complexos
Pensamento crítico Coordenação com os outros
Criatividade Gestão de pessoas
Gestão de pessoas Pensamento crítico
Trabalho em equipe Negociação
Inteligência emocional Controle de qualidade
Julgamento e tomada de decisão Orientação de serviço
Foco no trabalho Julgamento e tomada de decisão
Negociação Ouvir atentamente
Flexibilidade cognitiva Criatividade
Fonte: The Future of Jobs (http://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs)   Embora cause espanto, constata-se que a criatividade saiu da décima posição em 2015 para a terceira no ano de 2020. Com isso, tornar-se-á uma das três principais habilidades que as pessoas precisarão dominar. O que é óbvio, e ao mesmo tempo extraordinário, é que a avalanche das novas realidades exigirão produtos, tecnologias e formas de trabalho diferenciadas. Este é o fator determinante para exigir que as pessoas façam da criatividade a estratégia por excelência para vencer os desassombrados desafios deste século. Da mesma forma, a “audição atenta”, considerada uma habilidade fundamental hoje, vai desaparecer do “Top 10” de 2020. A inteligência emocional, que não estava presente, vai tornar-se uma das principais habilidades. Com isso, desestruturou-se o elenco de habilidades de 2015 que norteava toda a orientação nas formações desejáveis, que agora passa a ser referenciado pelo WEF. Se a segunda revolução – a de 1870 – nos trouxe a divisão do trabalho, a eletricidade e a produção em massa, a terceira – a de 1969 – levou o homem aos eletrônicos com a tecnologia da informação e à produção automatizada, com destaque para os voos espaciais. A quarta revolução industrial ainda é uma interrogação com suas propostas de cyber-physical systems. No entanto, já começa a transformar produtos, expectativas de consumidores e o modelo como as empresas gerenciam a produção, nesse ambiente caracterizado pela velocidade – sem precedente histórico, e pelo impacto nos sistemas – com evolução exponencial e não em ritmo linear. Estamos, pois, à beira de outra revolução tecnológica que irá alterar fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, escopo e complexidade, a transformação será diferente de tudo que a humanidade experimentou anteriormente. E essas possibilidades serão multiplicadas por avanços tecnológicos emergentes em áreas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas, veículos autônomos, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência de materiais, armazenamento de energia e computação quântica. A Dassault Systèmes – empresa francesa líder mundial na criação de softwares de desenho em 3D e prototipagem em 3D – publicou recentemente um relatório de previsões, incluindo alguns itens que já são uma realidade, mas que só vão continuar a proliferar em uma parte maior de nossas vidas. São eles:
  1. Experiência do consumidor – Insights sobre os gostos dos consumidores, impulsionados por grandes dados, irão conduzir lançamentos de novos produtos que oferecem aos clientes um nível de influência nunca antes visto;
  2. Customização em massa – Consumidores terão os seus carros na cor que desejarem, incluindo a preta;
  3. Globalização (global+local) – A frase "Pense globalmente, aja localmente" nunca teve mais peso do que hoje;
  4. Internet das coisas – ABI Research estima que, até 2020, 30 bilhões de dispositivos – de um forro jateado a uma agulha de costura – será conectado à internet.
  5. Controle remoto – Mobilidade hoje permite que os gerentes da fábrica monitorem e gerenciem a produção, a partir de dispositivos móveis.
  6. Impressão 3D – Tecnologia de produção será capaz de fazer, on demand, produtos que irão revolucionar a fabricação;
  7. Objetos inteligentes – Dispositivos inteligentes de condução, empresas inteligentes, serão possíveis, podendo cada um deles se comunicar diretamente com os usuários para criar uma experiência nunca vista antes;
  8. Re-shore de fabricação – Um novo modelo de decisão está emergindo com a inclusão de novos fatores. Já existe nos EUA e Europa um movimento para trazer de volta as suas fábricas instaladas na China;
  9. Regulamento e conformidade – Com a produção mundial vem a necessidade de cumprimento global. Colaboração e partilha de dados em maior escala serão essenciais para ajudar a dinamizar um impedimento potencialmente prejudicial para a expansão da produção mundial;
  10. Sustentabilidade está em toda parte – processos e capacidade de resposta mais eficientes não só irão melhorar a demanda do produto e time-to-market, mas também gerar novos níveis de sustentabilidade, reduzindo o desperdício durante o processo de produção e na cadeia de fornecimento.
A Dassault Systèmes está provocando as universidades do mundo. Quando isso será possível, por aqui? No nosso sistema educacional – do Ensino Básico à Universidade –, os pífios resultados no Exame Nacional de Curos (Enem), consolidados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), demonstram absoluto divórcio e espaços profundos com o compromisso e com a responsabilidade formativa. Isto sem falar nos problemas que poderão advir da implantação em nível nacional da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, a Base), cuja construção, seguida de abertura de consulta pública por parte do Ministério da Educação, vem sendo alvo de muitas críticas da comunidade acadêmica e da sociedade. A Base – que já recebeu pela internet mais de 10,2 milhões de contribuições e críticas e comentários – tendo em vista a abrangência da proposta e a falta de recursos humanos e financeiros para a sua concretização, tem poucas chances de atingir os seus ambiciosos, quais sejam o de desenvolver conteúdos, competências e habilidades que serão exigidos no século 21. O maior desafio a ser vencido na quarta revolução industrial será a transformação das mentes dos que, tendo responsabilidade nos vários setores que atuam na educação brasileira, deverão perceber que o mundo mudou e que terão um papel de suma importância, para atender às novas realidades das instituições. Deixo esta reflexão final para todos aqueles que atuam no sistema nacional de educação nos diversos níveis e esferas governamentais – federal, estadual e municipal.   [1] Paul Romer economista, empresário e ativista norte-americano, atualmente professor de economia na Stern School of Business da New York University.  

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