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Votar conscientemente dá trabalho, mas é a única saída

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

26/04/2016 04:38:39

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular
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No meio dessa crise ética e política que está deixando os brasileiros desolados, fazendo com que tudo mundo se pergunte não apenas em “quem” votar, mas indagando-se até se “vale a pena” votar, dentro desse desconsolo cívico ocorreu-me um pensamento ainda mais perturbador. Pois, carpindo uma “mea culpa”, exercitando a autopunição, de repente, me vi ruminando uma frase dolorosa: “é, na verdade, sempre votei errado!”. (Affonso Romano de Sant´Anna) Em artigo recente, escrevi que só educação será capaz de mudar, a longo prazo,  o descaso com que o brasileiro trata o processo de escolha de seus representantes políticos. Isto ficou evidenciado na semana passada quando os deputados votaram a causa do impeachment. A culpa é toda nossa por termos os representantes que temos. Foi repulsivo ver o desfile de homens parecendo presuntos luzidios, cabelos acaju, falando, em um português capenga,  de familiares — filhos, netos, tios entre outros —e, até, usando o santo nome de Deus em vão. Deputados aos berros, entoando canções e tirando selfies não estavam à altura da gravidade da situação. O pior, e o mais terrível e lamentável, é que muitos deles — da posição e/ou oposição; da esquerda e/ou da direita— também têm sido alvos de processos por corrupção. Vimos, para vergonha nossa, um Congresso, do “alto” ao “baixo clero”, implicado em crimes que vão do recebimento de propinas aos achaques, passando por toda a espécie de processos. Isto sem falar da autoridade maior que presidia a sessão. Absurdo total. Mas em sã consciência os parlamentares estão lá porque nós os elegemos, e guardadas as devidas proporções, eles são a cara da distribuição social da população brasileira, com todas as suas grandezas, defeitos e diferenças. Na ética e na estética, para o bem e para o mal, representam a cara do Brasil. E a questão crucial é como mudar a ideário da maioria deles no desempenho da atividade pública, que é o de cuidar, em primeiro lugar, de seus interesses próprios, concepção que impera desde Cabral? Penso que isto só vai acontecer quando o brasileiro se conscientizar de seu papel como cidadão, da importância que der ao processo político e de seu esforço continuado para promover as mudanças. Nada acontece da noite para o dia. O assunto é apaixonante, provocador e contém, sobretudo, um ingrediente complementar exposto  numa máxima popular — “interesse contrariado, inimigo feito”. Embora a minha "praia" seja a educação, não podia deixar de comentar que a crise atual chegou a um patamar insuportável, asfixiante. Como fomos todos parar na estratosfera, totalmente despreparados, arrisco alguns pensamentos e compartilho-os com os que nos leem. A triste realidade da votação do impeachment, sobre a qual comentei inicialmente, foi ridícula e constrangedora e mostra a nossa falta de educação política, reflexo da precariedade de educação formal e informal no Brasil, que nos faz escolher aleatoriamente nossos representantes. Quem se lembra dos deputados nos quais votamos? Poucos. Pela falta de uma educação libertadora e esclarecedora ficamos sempre na mão de profissionais mal intencionados da política, aos quais faltam espírito público e compromisso com quem lhes outorgou o poder de legislar. O número absurdo de partidos políticos – o Brasil tem 35 registrados oficialmente na Justiça Eleitoral – reduz as possibilidades de efetiva governança. Sete ou oito agremiações poderiam muito bem representar todas as correntes de opinião no país. Mas, não, esses partidos funcionam mais como cabides de emprego do que como instâncias com programas definidos, cumpridos, avaliados e aperfeiçoados. A maioria das agremiações tem "dono" – um líder que quer organizar o próprio espaço político independentemente de um partido maior. Todos eles e seus representantes têm um objetivo único — perpetuação no poder e repasse de suas aposentadorias aos familiares. No sistema político o corporativismo é forte — ninguém mexe porque nenhuma modificação interessa aos seus integrantes. Lembrei-me dos protestos de junho 2013, e daquela pseudomentalidade coletiva de consciência política, direitos e deveres, cidadania, ética... Lembrei-me dos gritos nas ruas contra a corrupção, das mídias que noticiavam que o "gigante acordara"... Lembrei-me do repúdio aos partidos nos protestos e das pessoas comemorando, usando o conhecido jargão — “o povo unido jamais será vencido”. Não creio que todo político seja imoral. No entanto, falar mal dos políticos virou moda, além de nos fazer parecer mais bem informados do que realmente somos. Sair por aí, porém, mostrando nossa raiva em função dos casos de corrupção que a mídia nos apresenta não nos transformará numa nação melhor. No máximo, seremos uma nação raivosa, infeliz e com a sensação de injustiça a tudo dominando. O homem é um ser político e a política é o meio pelo qual nossa democracia transita. Isso faz parte de nossa vida e, por mais que se negue ela ainda é o melhor modelo dentre os vários já tentados. Churchill dizia — “Então, se somos  seres políticos, porque votamos tão mal?”. A resposta é simples: votamos mal porque achamos que exercer a cidadania é ir votar nas eleições e pronto. Não temos o exercício da escolha, de buscar uma opção dentre várias. Só sabemos apontar. O voto é apenas um entre os muitos deveres do cidadão. Mas pergunto: do que adianta votar se não participamos das reuniões comunitárias; se não debatemos e trocamos ideias; se não nos informamos direito; se não conhecemos as propostas dos partidos e se nem sequer entendemos o que significa o poder da escolha? Prova disso é a performance dos deputados no último dia 17 de abril. Um vexame social, cultural, intelectual e, sobretudo, político. Vivemos um dos momentos mais difíceis de nossa história. O povo está sendo mantido na ignorância e sustentado por um esquema que se retroalimenta para assegurar benefícios e poder. Qualquer reforma política não poderá ser feita pelos beneficiários de sempre. Precisamos acabar com o país do jeitinho, dos contratos públicos superfaturados e com as construções fiscalizadas pelos próprios contratantes. Mas como sou conhecido como um homem que acredita nas pessoas e nas instituições, em que pesem os graves problemas que estamos vivenciando, mantenho viva a minha esperanças nas mudanças que o país espera e merece. Afinal, o Brasil não é um país abençoado por Deus? Precisamos deixar de reclamar de tudo e de dizer que a culpa é dos outros e de acreditar e esperar que alguma divindade, líder messiânico ou sindicalista carismático possa solucionar nossos problemas. Salvadores da pátria não existem. Precisamos fazer um mea culpa e por de vez nas nossas cabeças que a solução dos graves problemas brasileiros está nas nossas instituições sólidas e que ainda funcionam, na capacidade de mobilização da população em geral, na descoberta de espaços legítimos de debates e de diálogo, de forma real e honesta e, sobretudo, na educação de nosso povo.  

26/04/2016

PAULO VADAS

O fato é, Professor Gabriel, que, com poucas exceções, o sistema educational brasileiro não respeita a própria Constituição Federal que assim define os objetivos da educação brasileira: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Das três responsabilidades determinadas pela CF, as escolas só focam a última: "a qualificação para o trabalho," entendendo que o educando deve ser, como uma máquina de produção, um ente puramente voltado ao sistema economico. Não existe a preocupação em desenvolver a pessoa (leia-se: o pensador crítico) e, muito menos, o cidadão (leia-se: o participador ativo das decisões sociais). Os projetos pedagógicos, de domíno das escolas e, portando, espelhos dos valores que elas promovem, refletem bem essa visão miopica que foca a oferta de cursos somente em cursos profissionalizantes. Na minha forma de pensar, o problema do sistema educacional brasileiro é não entender que a educação (formal e informal) é a base da formação cultural de um povo. Essa falta de entendimento, caracterizada, inclusive, na separação dos conceitos "educação" e "cultura" (exemplo: MEC - Ministerio da Educação e Cultura ou, o que é ainda pior, ter um ministério de educação e outro de cultura) transformou o conceito de "educação superior" (leia-se: formação do Ser, em todas as suas dimensões) em "educação para o trabalho". Há que se entender que "educar" significa "transformar", em todos os sentidos: pessoal, familiar, social, político, econômico, tecnológico. O modelo educacional de um país reflete claramente as prioridades daquele país em relação aos seus constituintes. O projeto pedagógico da escola reflete claramente como aquela escola entende sua função e seus objetivos educacionais. Cabe ao sistema educacional brasileiro e a cada dirigente escolar refletir profundamente sobre o quanto de tudo isto que está acontecendo no Brasil é reflexo das decadas de descaso em relação "ao pleno desenvolvimento da pessoa" e ao "seu preparo para o exercício da cidadania". Tema, quem sabe, para o próximo Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

26/04/2016

Mirian Nere Martins

O senhor conseguiu sintetizar bem muito do que a maioria das pessoas está pensando após a deplorável tarde noite do domingo da votação do impeachment. O tema Educação Política, ou nos moldes da ditadura militar, a Educação Cívica, causa muita polêmica, mas acredito que a IES poderiam ser provocadas a abrir um espaço para discutir os direitos e deveres do cidadão político brasileiro. Eu particularmente cansei que ouvir que sala de aula não é ambiente para os professores discutirem política, é claro que a questão aqui são as posições e preferências ideológicas, mas os estudantes universitários, e cada IES deveriam exercitar e simular as questões críticas nacionais, e terem seus próprios Congressos e Senados para propor projetos de lei para melhorar o país, se possível com o compromisso de que pudessem ser encaminhados oficialmente ao deputados e senadores, ou que pudessem se tornar Leis de iniciativa popular, que com 1 milhão de assinaturas, podem, segundo a constituição vigente, tornarem-se leis de verdade, http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699735/paragrafo-2-artigo-61-da-constituicao-federal-de-1988 Educar também é praticar para experimentar e sentir na pele como as coisas acontecem. A política é a instituição mais desacreditada no país, e criar nas IES, congressos e senados com procedimentos idênticos ao legislativo brasileiro, emponderando-os com o direito a serem ouvidos, e em sua representações municipais, estaduais e nacional, permitindo seu direito a voz e voto, pode ser a grande chance de uma virada ética e qualitativa do processo democrático brasileiro, um marco na história da política do país, a criação de câmaras universitárias para discutir os caminhos do Brasil.

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Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

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