![Gabriel Mario Rodrigues2](http://blog.abmes.org.br/wp-content/uploads/2016/01/Gabriel-Mario-Rodrigues2-150x150.jpg)
Encontrar uma criança superdotada é tão importante quanto descobrir um poço de petróleo ou uma mina de diamante. (Clara Sodré [1])Início de ano gozando férias no litoral baiano, fui visitar amigos em Imbassai, à margem da Estrada do Coco. Na conversa de final de tarde, a menina Alzira, de seis anos, neta do caseiro, se intromete no que dizíamos e, por assombro nosso, falando sem parar, discorre sobre futebol, artistas de televisão e história do Brasil. Incomodada, a avó pede desculpas a todos e diz que a neta é assim mesmo “deseducada” e não sabe onde ela aprende “estas coisas”. Na realidade, uma criança com extraordinário talento verbal completamente desperdiçado. No Brasil, anualmente, perde-se 41 mil toneladas de alimentos, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resources Institute (WRI) Brasil, uma instituição de pesquisa internacional. Isso coloca nosso país entre os dez que mais desperdiçam alimentos no mundo. Fosse só esse escandaloso desperdício, já poderíamos ser tachados de irresponsáveis. Mas a tragédia brasileira vai criminosamente além. Fala-se muito do desperdício de comida, desperdício de água e similares. Mas pouco se fala no desperdício de talentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 3% e 5% da população brasileira seja superdotada. Ou seja, os superdotados estão espalhados pelas salas de aula e por todas as classes sociais, independentemente de cor e gênero. Uma pessoa superdotada (o conceito mais apropriado é o de alta habilidade) é aquela que demonstra capacidade acima da média em uma disciplina específica ou em várias. Trata-se de estudantes com habilidades acima da média em artes, matemática, ciências, liderança, esportes ou português. Valorizam-se, assim, as mais diferentes habilidades, porque, na verdade, existem diferentes tipos de inteligência. Para definir os alunos com altas habilidades, não se considera apenas o teste de QI, criticado por boa parte dos especialistas da área de educação para superdotados por avaliar apenas a capacidade de raciocínio lógico e vocabulário acima da média. São levados em conta também os conceitos apontados pelo psicólogo americano Howard Gardner, da Universidade de Harvard, que considera oito tipos de inteligência: verbal, musical, matemática, espacial, corporal, intrapessoal, interpessoal e naturalista (capacidade de compreender os fenômenos naturais). A psicóloga Ângela Virgolim, professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB), elaborou este elucidativo infográfico sobre os diferentes perfis da superdotação, no qual se percebem alguns dos diferentes tipos de inteligência. (clique na imagem para ampliar)
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