“Quando observo a mim mesmo e os meus métodos de pensamento, chego à conclusão que o dom da imaginação foi mais importante para mim, que a minha capacidade de assimilar conhecimento”. (Albert Einstein)Ter ideias é descobrir relações novas entre coisas conhecidas. Para as pessoas criativas, as ideias mais simples são as melhores. Normalmente, complicamos as resoluções simples e nos distanciamos do óbvio. Fomos educados para acreditar que soluções criativas são sofisticadas e que o processo criativo é restrito a algumas áreas do conhecimento e às pessoas superdotadas. Um grande exemplo encontra-se na área das Tecnologias. As conquistas que envolvem os meios de produção social coexistem com a revolução das tecnologias, e estão relacionadas ao modo de vida de um modelo de sociedade que, ao evoluir, cria processos tecnológicos usando criatividade e inovação. Valorizamos as tecnologias, a incorporamos em nosso cotidiano e muitas vezes subvalorizamos o valor da criatividade humana que as desenvolveram. Vale ainda ressaltar que o processo criativo é de domínio público, ou seja, todos nós nascemos criativos. O que precisamos é aprender a trabalhar tais habilidades e desenvolver o nosso “viver criativo” pelos hábitos e processos mentais que favoreçam ao exercício da criatividade. Socialmente construído e reproduzido nos processos educacionais, combinamos as competências criativas do ser humano ao seu desenvolvimento individual. No entanto, por exemplo, o processo criativo – a capacidade de implementar e realizar projetos, de transformar contextos e ideias em ações – é naturalmente um processo colaborativo. Assim como a criatividade, a colaboração está no cerne da essência humana. O nosso desafio é construir uma cultura social de aprendizagem que reconheça que a criatividade deve ser uma das prioridades para estimular a colaboração e a participação produtiva das pessoas nas sociedades. Ressalto que a motivação neste contexto se torna uma importante ferramenta de transformação, partindo do individual para o coletivo, proporcionando novas crenças e valores, para uma percepção positiva em relação ao nosso futuro enquanto sociedade e para as nossas realizações pessoais e profissionais. Afinal, todos nós temos sonhos, projetos de vida e desejamos um mundo melhor para viver. Para isso, precisamos acreditar que é possível transformar nossas realidades e que podemos usar a motivação, a criatividade e a colaboração para sermos mais fortes nesta empreitada. É preciso ter consciência de que pela criatividade o homem tem transformado o mundo. É essa capacidade potencializada em conhecimento que deve ser disseminada para gerar valor individual e coletivo. Observar o explícito e o implícito à nossa volta deve ser um exercício diário, para que a nossa forma de pensar, de resolver problemas e encontrar soluções inteligentes não se torne mecânica e padronizada. Mas, pensando no futuro, como estará nossa civilização? Numa visão pragmática, temos certeza de que em todas as áreas, na engenharia, na medicina, na agricultura e em todos os domínios das ciências e da cultura, a humanidade cada vez mais estará trilhando o progresso. Porém, numa competição desenfreada movida cada vez mais pelo avanço da tecnologia, os desafios empresariais e dos governos serão maiores. Por outro lado, com o passar do tempo, a tecnologia será uma conquista e bem comum, de domínio de todos. E, neste cenário altamente competitivo, de pessoas talentosas e preparadas, a tecnologia é um commodity, e o que vai fazer o diferencial entre os profissionais será o pensamento criativo. Nos próximos anos, sem dúvida alguma, a criatividade será pré-requisito de entrada em qualquer setor. E agora pergunto: estamos produzindo esses hábitos mentais, estimulando a criatividade e a colaboração em nossos estudantes? Em tempos difíceis como os atuais, no cenário econômico e político, qual é a motivação passada nas salas de aula? Sem dúvida alguma, a inteligência criativa será o maior capital das pessoas. É esta conscientização que desejamos passar à sociedade brasileira. A criatividade não surge exclusivamente em indivíduos, ou culturalmente em uma sociedade, mas na interação e colaboração entre as duas. Ambos os lados são importantes: o indivíduo imagina, cria e origina novas ideias e a sociedade e sua cultura, com o apoio que inspira essas ideias, estimula e incentiva suas realizações. Nesta engrenagem cíclica, vejo a educação, enquanto componente essencial no sentido social e cultural, como fundamental para mudar a vida das pessoas pela criatividade e colaboração. Acredito que o sistema universitário, com determinação, colaboração e criatividade, pode transformar a vida dos nossos estudantes, fazendo-os confiar em sua capacidade de construir uma sociedade melhor, acreditando fundamentalmente em seu potencial criativo de mudar o mundo.