Resiliência, disciplina, dedicação e trabalho em equipe são competências essenciais para chegar ao pódio que também garantem boa performance no setor empresarial e ajudam o profissional a lidar com frustrações e a se manter motivado. (Fernando Mantovani - diretor da recrutadora Robert Half no Brasil)Inegavelmente foram dias muito lindos vividos nessas Olimpíadas disputadas no Rio de Janeiro. Iniciados na Grécia antiga, os Jogos Olímpicos nos fazem rememorar o desejo do homem pela superação de seus limites e a vontade de vencer as competições para demonstrar a pujança física de seus esportistas e a grandeza de suas nações. O Brasil sediou a 36ª Olimpíada da Era Moderna em meio a muitos debates gerados por uma crise local de ordem político-econômica e ainda em clima mundial de desarmonia e terrorismo. A grandiosidade do evento gerava desconfianças tanto internamente como pela comunidade internacional, que suspeitava que não seríamos capazes de realizá-lo com eficiência. Uma Olimpíada é um evento de extrema complexidade, porque envolve uma série de fatores além de um trabalho enorme na cidade sede para preparar sua infraestrutura de recepção, hospedagem, transporte, mobilidade urbana, segurança, áreas de recreação, esportes e lazer. Mesmo o Rio de Janeiro, que pela sua beleza natural é a mais hospitaleira cidade brasileira, precisou passar por ajustes e adequar sua malha urbana para oferecer espaços que fossem compatíveis com a dimensão evento. Todos devem se lembrar de quando o Rio foi escolhido para sediar os jogos, a ênfase das críticas tanto da mídia brasileira como da internacional, de que a cidade não tinha condições para hospedar as Olimpíadas. Manchetes destacavam que as águas da baía da Guanabara intoxicariam os velejadores e que o lixo existente quebraria seus barcos. Isso sem dizer dos roubos, assassinatos diários, da insegurança total e da invasão dos desordeiros das favelas aos locais das competições, do desconforto apavorante da transmissão do Zika Vírus. Entretanto, chega 5 de agosto de 2016 e, com uma apoteótica abertura, o Brasil mostra em cerimônia de mais de três horas, com muita música e dança, a diversidade étnica de sua formação e a maravilha tropical que é. A equipe organizadora da festa, capitaneada pelo cineasta Fernando Meirelles, a cenógrafa Daniela Thomas e o diretor Andrucha Waddington e centenas de participantes, expõe o que é de fato o Brasil. Múltiplos recursos visuais trazendo as histórias de seus indígenas e a representação da escravidão. Os ciclos econômicos e a urbanização das grandes cidades invocam sua riqueza e sua cultura. As cenas, construídas com certo grau de realismo, amparadas por nosso repertório musical, muito bem coreografadas e iluminadas, compuseram um cenário de extremo bom gosto, bastante comovente e que lograram contar ao mundo nossa realidade sem complexos, pudores ou ufanismos. Pode-se dizer que a festa aplacou os temerosos, calou os descrentes e elevou a estima dos brasileiros: lavou a alma! Não descreveremos o legado urbanístico de um Rio todo modernizado e transformado que estas Olimpíadas deixaram. É uma cidade completamente renovada e ampliada e com espaços de convivência que nenhuma cidade brasileira possui. Vamos nos ater ao exemplo que os atletas deixaram para os estudantes brasileiros e aos jovens em geral, que, a meu ver, é o maior legado que permanecerá como exemplo para a nossa mocidade: a ousadia de perseguir objetivos e alcançar sucesso em suas metas de vida. Estes moços e moças representam na atividade esportiva o que de melhor existe no mundo. São todos fora de série, sem dúvidas. Possuem atributos e aptidão para a atividade física como ninguém. Mas também precisam ter perseverança para conseguir seus objetivos e ter disciplina rígida em suas atividades. Quantos erros cometidos, quantos tombos e quantas “voltas por cima”. Quantas decepções e cabeça altiva para correr atrás da vitória e, derrotado, precisar começar tudo de novo. Porém, além de precisar diariamente superar o cansaço corporal de infindáveis horas de treinamento, eles também passam pelos mesmos desafios que temos para vencer nossas batalhas diárias. Assim como todos nós, precisam ter a motivação para seguir em frente para conquistar os nossos objetivos de vida. Temos exemplos da tenacidade de atletas que foram mostrados pela mídia. Como Rafaela Silva, Thiago Braz, “Baby” Silva, Robson Conceição, Maicon Siqueira, os baianos Erlon e Zacarias, as meninas da vela, o pessoal do vôlei e do futebol e todos os outros participantes que brilharam em suas participações. (Os medalhistas do Brasil nos Jogos do Rio) Mas gostaríamos de destacar o emblemático caso do ginasta Diego Hypólito. Não desanimou depois de fracassar em duas olimpíadas como favorito quando, realizando apresentações quase irretocáveis, desmoronou com quedas inacreditáveis. Nestas Olimpíadas em seu país, quando não era cotado sequer como possível medalhista, conseguiu ser vice-campeão olímpico. Um feito épico, considerando a força requerida para superar fracassos e reerguer-se ante a descrença. Além de ter passado nestes últimos anos por mais de 10 cirurgias, o que o obrigou a paralisar seus treinos inúmeras vezes. Para alcançar a vitória, os atletas mostram que há necessidade de perseverança, dedicação, planejamento, treino; as mesmas competências exigidas no setor empresarial. O site Eventbrite fez uma pesquisa com os atletas olímpicos e sintetizou uma lista de 10 atitudes motivacionais que eles praticam (10 lições de motivação que os atletas olímpicos utilizam que podem servir para você também). Ei-la:
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Visão de sucesso – É preciso ter bem nítido o que deseja e imaginar-se conquistando seu objetivo. Estabeleça metas e programe-se.
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Tenha clareza de seu objetivo – Esteja consciente do sonho que deseja ver realizado. Ele deve ser seu e não de alguém que ordenou para você fazer.
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Interesse-se pelo processo e não somente pelos resultados – Tal qual os atletas, é preciso encontrar motivação pelas tarefas repetitivas. Você precisa gostar do que está fazendo.
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Avalie o seu progresso – Sua meta tem 1.000 degraus diferentes, e você precisa analisar onde está a cada dia.
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Pensamento positivo – Por mais difícil que sejam seus passos, tenha uma percepção otimista dos acontecimentos. Atitude otimista faz parte da cartilha dos campeões.
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Não faça comparação com os colegas – Não temos controle sobre os outros. Os esforços devem ser só orientados para você.
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Apoie-se em sua equipe – Ninguém alcança nada sozinho. Os atletas, além do treinador, têm pessoal da saúde cuidando deles.
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Divida seus objetivos por etapas – Os maratonistas começam treinado etapas iniciais de um quilômetro. E com o correr do tempo vão aumentando.
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Arrisque e não tenha medo do fracasso – Treine sua mente para os As dificuldades sempre existirão e você precisa estar treinado para quando acontecerem.
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Desenvolva um ritual todo seu – Cada pessoa tem seu ritmo e você precisa estar preparado para o que surgir.