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O sistema educacional brasileiro é ainda muito conservador

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

25/10/2016 05:09:11

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente do Conselho de Administração da ABMES ***
O mundo real se transforma continuadamente e, apesar de todo o progresso conseguido, terá sempre enormes desafios a serem vencidos. São cenários altamente competitivos, e, por estar presa ao passado, a universidade tem pouco comprometimento com estas demandas do futuro.
Os dados do Censo da Educação Superior 2015, divulgados pelo Inep no último dia 6, apresentaram poucos fatos relevantes. São as mesmas informações de sempre, que reforçam o modelo tradicional do nosso sistema educacional. Há décadas que o segmento superior particular é expressivamente majoritário, sendo que os últimos dados apontam que 87,5% da rede de educação superior brasileira é formada por instituições particulares e apenas 12,5% são públicas. Destas, 40,7% são estaduais, 36,3% federais e 23,0% municipais. O Censo mostra também que estão matriculados 8.027.297 alunos, dos quais 53,2% estudam em universidades, 16,9% em centros universitários, 28,0% em faculdades e 1,8% em IFs e Cefets. Observamos que, apesar de 1.980 Instituições de Ensino Superior (IES) serem faculdades, ou seja, 83,8% do total das instituições sediadas em todo o Brasil, essa organização acadêmica concentra pouca quantidade de matrículas, sendo quase todas no ensino presencial. Como sempre, o segmento particular detém ainda o maior número de matrículas, representando 75,7% do total (6.075.152). O crescimento da matrícula em relação ao ano anterior foi de apenas 2,5%, sendo que, as particulares tiveram aumento de 3,5% e, por incrível que pareça, na rede pública houve uma queda de 0,5%, fato acentuado principalmente nas instituições municipais. Esses números indicam que há 2,6 alunos matriculados na rede privada para cada aluno na rede pública nos cursos presenciais. Outros pontos que merecem ser destacados do Censo da Educação Superior 2015:
  • O Ensino a Distância (EAD) representa 1,4 milhão de matrículas, 17,4% do total, sendo a maioria na rede particular e nas licenciaturas;
  • Em 2015, houve uma queda de ingresso no EAD de 4,6%. No presencial, a queda foi de 6,6%, ocasionada, principalmente, pela crise oriunda do Fies;
  • Os bacharelados representam 68,7% do total de matrículas, contra 18,3% das licenciaturas. E estas, surpreendentemente, estão em sua maior parte (65,1%) nas universidades. Na rede particular, mais da metade das licenciaturas (51,1%) são a distância;
  • Na educação tecnológica, cresce o número dos matriculados em EAD, enquanto há uma pequena queda nos tecnológicos presenciais e isso se explica pelo custo x benefício;
  • A presença de alunos estrangeiros tem aumentado e já são 15.605 alunos na graduação, sendo 30% do continente africano e de Angola o maior número (2.263);
  • O curso de Pedagogia é o mais concorrido entre as mulheres, com 608.868 matrículas. Entre os homens, o mais concorrido é Direito, com 381.541 matrículas, sendo este o curso com o maior número de matrículas no total (853.211);
  • Estão ainda entre os maiores cursos de graduação em número de matrículas no Brasil os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Civil, Enfermagem, Psicologia, Gestão de Pessoal, Serviço Social e Engenharia de produção, sendo que na maioria deles, as mulheres estão em maior número;
  • Os ingressos em 2015 foram de mais de 2,9 milhões de alunos, sendo que 81,7% foram para a rede particular;
  • O total de vagas oferecidas em 2015 soma 8.531.655: apenas 764.616 em IES públicas e 7.767.039 de IES particulares;
  • Não foram aproveitadas 2.362.789 vagas: 174.136 nas públicas e 2.188.653 em particulares;
  • Mais de um milhão de alunos concluíram seus cursos, sendo 910.171 na rede particular e 239.896 na pública. Portanto 79,1% dos concluintes vieram da rede particular;
  • O número de concluintes de cursos presenciais cresceu 9,4% em relação a 2014 e, em EAD, aumentou 23,1%;
  • Havia 388.004 professores em exercício em 2015, dos quais 57,3% tinham vínculo com o segmento particular e 42,7% com a rede pública;
  • Quanto à formação dos professores da rede particular, 20,8% tinham Doutorado, 48,2% Mestrado e 31,0% algum curso de Especialização.
Uma análise imediata aponta que as vagas oferecidas pelo sistema não estão sendo aproveitadas em sua totalidade e que a quantidade de vagas remanescentes tem aumentado ao longo dos anos, na proporção do aumento da expansão do setor. O segmento particular mostra maior presença comparativa nos cursos tecnológicos, mas a quantidade de matrículas ainda é muito pequena nas formações especializadas. A grande questão é verificar se esse tipo de curso não seria o mais adequado para atender a demanda por qualificação de mão de obra, conforme dados do IBGE, tendo em vista que seus egressos podem, num segundo momento, dar continuidade aos estudos de maior duração, já estando em atuação no mercado de trabalho. O setor público não tem se mostrado receptivo a esse tipo de curso e esta é outra questão de política pública: no mínimo 15 novas universidades oferecem cursos tradicionais, quando as tendências no mercado ocupacional sinalizam para áreas que exigem maior rapidez no processo de formação. Os tecnológicos deveriam ser organizados, em sua maioria, em módulos de conhecimentos específicos, de competências e habilidades. O investimento público em cursos tradicionais parece não ser a melhor política, cabendo maior reflexão por parte dos dirigentes, considerando que a rede pública federal é totalmente gratuita. O que fica evidente, nos dados do Censo, é que aumentou significativamente a qualificação dos professores da rede particular e seu grau de dedicação, sendo que a maioria já atua em regime de trabalho parcial, ficando relegado o modelo hora-aula, tradicionalmente em maior número. Fica demonstrado também que o grande número de vagas ociosas sinalizam o problema da falta de financiamento para a demanda do segmento particular. Isto está claro nos dados apresentados. Destaque deve ser dado ainda à maior presença feminina nas matrículas totais do ensino superior e, principalmente, entre os cursos mais procurados. A presença feminina em algumas carreiras tradicionalmente ocupadas pelo sexo masculino já se mostra majoritária, excetuando-se as Engenharias. Importante salientar que para viabilizar a meta de 33% preconizada pelo PNE- 2014/24 é necessário dobrar em 9 anos  os atuais 17,7% de alunos na faixa de 18 e 24 anos. Os estudantes das classes A e B já estarão atendidos, restando o acesso dos alunos provenientes das classes C e D, e, para isso, o estado inevitavelmente terá de encontrar políticas de financiamento. Por outro lado, o modelo de cursos estanques apresenta sinais claros de esgotamento, o que merece uma reflexão de mudança, como previa o projeto de Reforma Universitária que está parado no Congresso Nacional. O número de instituições de ensino superior continua crescendo, todavia, o que é lastimável é a inexistência da diversificação da oferta. Os cursos tradicionais prevalecem porque a cultura bacharelesca enraizada determina que todos ainda devem ser médicos, advogados, administradores e engenheiros. Vivemos um tempo em que o percentual de qualificados desempregados aumentou significativamente. É preciso que se tenha presente a relação custo x benefício entre os cursos oferecidos e as principais demandas do mercado para avaliar onde os investimentos devem merecer mais atenção. Os dados do Censo trazem poucas novidades, mas o reflexo na nossa sociedade demonstra que está na hora dos números mudarem para que, assim, podemos atender de fato às nossas carências.  

25/10/2016

Edson Franco

Belo estudo, Gabriel, sobre o CENSO. PARABÉNS. Édson Franco

Precisamos de uma educação que prepare os estudantes para o futuro

Mozart Neves Ramos

Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

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Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

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Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

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