O impacto das alterações tecnológicas, demográficas e socioeconômicas no ambiente empresarial será sentido nas demandas das competências para o século 21. Não antecipar e abordar essas questões em tempo hábil pode representar um enorme custo para a sociedade como um todo. (Relatório "The Future of Jobs")A primeira edição da Revista Veja do ano - edição 1511 - traz uma reportagem da jornalista Larissa Baltazar (MÁQUINAS, UNI-VOS!) que trata da nova produção da Adidas na Baviera, mostrando que, graças aos robôs, depois de 20 anos ela volta a produzir artigos esportivos em terras onde começou há um século. A fábrica com apenas 160 funcionários produzirá 500 mil pares de tênis por ano. Apesar de representar apenas 1% da demanda mundial, mostra que a quarta revolução industrial está em curso, onde a mão de obra está sendo substituída pôr robôs inteligentes. Ouvindo ou não o que dizem os futurólogos, o que se tem certeza e que há uma transformação rápida e constante num mundo que a cada momento nos surpreende, principalmente na força de trabalho, tendo em vista que as novas competências exigem profissionais mais direcionados a solução dos desafios dos novos tempos. A tecnologia, cada vez se superando, sinaliza que haverá mudanças em vários setores da sociedade e, entre eles, a comunicação por ser a área mais emblemática e uma das principais competências exigidas para domínio do mundo midiático. Porém, não se trata apenas de saber lidar com programas e sim saber analisá-los de maneira crítica, avaliar sua credibilidade e ir além do que é mostrado. Será essencial dominar os processos e sistemas, por mais difícil que pareçam. Será preciso saber como as máquinas funcionam e como resolver possíveis problemas que podem aparecer durante seu uso. A realidade mostra que mudanças socioeconômicas, geopolíticas e demográficas terão impacto direto no mercado de trabalho seja no surgimento ou desaparecimento de novas profissões ou na demanda por novas competências. É o que concluiu o relatório "The Future of Jobs", produzido pelo Fórum Econômico Mundial (janeiro 2016), que afirma que as mudanças são inerentes no contexto da chamada Quarta Revolução Industrial formada pela era da robótica avançada, inteligência artificial, automação no transporte e aprendizagem automática. Os setores mais afetados desde já pelas novas exigências do mercado são o da mídia e entretenimento; do consumo; da saúde e da energia segundo o relatório. No entanto, as áreas de finanças, infraestrutura e mobilidade urbana deverão sofrer transformações mais profundas nos próximos anos. Como já tratado aqui neste blog por diversas vezes, e segundo o Fórum Econômico Mundial, as competências que precisam ser dominadas são as seguintes:
1 - Resolução de problemas complexos Tal habilidade já foi a mais requisitada para 2015 e volta a aparecer em primeiro lugar no ranking de previsões para 2020. Nos próximos anos, 36% das atividades em todos os segmentos da economia deverão exigir a habilidade de solucionar problemas complexos. 2 - Pensamento crítico No relatório, o pensamento crítico é descrito como o uso da lógica e da razão para detectar forças e fraquezas de soluções alternativas, conclusões e abordagens a problemas. O profissional que apresentar a habilidade de se comunicar claramente, de fazer as perguntas certas e de analisar um problema sob diferentes perspectivas, tem grandes chances de se destacar. 3 - Criatividade Os robôs perdem para as pessoas em criatividade. Os profissionais criativos terão a chance de se beneficiar desde cenários de rápidas mudanças em produtos, tecnologias e modos de trabalho. Criatividade estava em 10ª da lista de previsões,agora faz parte das três competências mais valorizadas até 2020. 4 - Gestão de Pessoas O papel fundamental do gestor de pessoas é motivar, desenvolver pessoas e identificar talentos. Essa habilidade é vista como destaque até 2020 nos setores de energia e de mídia. 5 - Colaboração e Cooperação Para quem atua em cargos de liderança, a coordenação, eh competência crítica. Aspectos ligados à colaboração e facilitação de processos são as principais qualidades que especialistas apontam como obrigatórias nos gestores do futuro.Não há como negar as mudanças que estão ocorrendo no mundo. E aqueles que souberem entende-las serão os que obterão mais sucesso, tanto socialmente quanto profissionalmente. Aos educadores, cabe a tarefa e a responsabilidade de debater e encontrar a estratégia de despertar tais habilidades em seus alunos. Afinal, antes de profissionais, estamos formando também seres humanos, para lidar com os mais diferentes desafios do mundo. Mas, na prática, o que o setor educacional pensa realmente a respeito das Competências exigidas para o Século 21, em termos de Brasil, nada conhecemos. O que enseja ser objeto de estudo e pesquisa, pois está ligado à sua própria sobrevivência institucional e econômica. Setor fortemente regulado, onde atuam atores dos mais variados perfis, temos ciência de não ser nada fácil conciliar as diversas maneiras de pensar dos envolvidos na questão. Sabemos que no âmbito de governo será uma tarefa hercúlea unir o modo de pensar e interesses divergentes do MEC, do CNE, das dezenas de Associações e Sindicatos de Professores e de outras Representações. Porém, esta visão realista do Fórum Econômico Mundial - que a cada ano é discutida - tem de ser levada a sério. Uma parceria entre empresas e instituições de ensino superior precisa ser tentada. Ao menos como tema a ser pesquisado, pois, na pior das hipóteses, estar-se-á tratando de acompanhar uma realidade que está acontecendo frente a nossos olhos.6 - Inteligência Emocional
A gestão das emoções é fundamental aos profissionais, uma vez que a inteligência artificial passa longe dos aspectos da inteligência emocional. Entre as características do profissional que domina a inteligência emocional estão: saber ouvir, estar disposto à ajudar e ter autocontrole das próprias emoções. 7 - Capacidade de avaliação e de tomada de decisão Profissionais hábeis em analisar dados e tomar decisões se destacam no mercado de trabalho e tendem a ser ainda mais valorizados até 2020. Um bom líder é aquele que saberá tomar as decisões certas em ambientes de alta complexidade. 8 - Orientação para servir A dedicação em ajudar os outros e uma das habilidades mais demandadas do mercado para 2020. E ainda vista como uma competência indispensável ao trabalho em equipe. 9 - Negociação A habilidade de negociação é importante para todos os profissionais. Mas o relatório destaca os setores de computação, matemática, artes e design como os que mais vão exigir bons profissionais negociadores até 2020. 10 - Flexibilidade cognitiva A flexibilidade cognitiva é a capacidade de desenvolver ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar as coisas de diferentes maneiras. Os setores que mais vão exigir essa capacidade são bens de consumo, comunicação e tecnologia.