31/01/2018
Sofia Leite
Prof. Gabriel, seu artigo está excelente. Um chacoalhão no setor, que está imóvel enquanto o mundo está evoluindo em velocidade exponencial.
A minha visão enquanto professora é que as preocupações são as mesmas de 15 anos atrás: redução de carga-horária docente, por conta do custo direto; escalar usando EAD e substituindo professores por tutores; forte investimento em conteúdos (materiais didáticos) para as disciplinas EAD (como se não houvesse abundância de informações no google); atividades e avaliações sem objetivos sobre o que realmente se quer avaliar, somente uma mera repetição de conteúdos.
Enfim, a transformação de fato acontece em sala de aula, quando professores engajados, acreditam que podem inspirar e motivar seus alunos a descobrirem seu talento e potencial.
Por mais que seja difícil e penoso investir no professor, não acredito em grandes mudanças sem passar por essa etapa. Mesmo por que a tecnologia não vai substituir o valor humano das interações e do relacionamento social, tão presentes como condição da aprendizagem humana.
Se o senhor puder, veja no netflix a entrevista do Barack Obama no programa do David Letterman. É emocionante, como ele fala que as nações devem investir em uma nova geração de jovens líderes e o quanto o valor do coletivo pode realmente transformar uma cultura limitada de pensar e agir.
http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv/critica/noticia/2018/01/imperdivel-entrevista-de-barack-obama-david-letterman.html
Por fim, seguem algumas questões para reflexão:
Como educar as crianças para um futuro ambíguo de mudanças profundas? Somente investir em tecnologia será suficiente?
Como as novas tecnologias impactarão o que precisamos aprender, bem como a forma como a aprendemos?
O conhecimento é redundante em uma era de acesso constante à internet? Como agregar valor e qualificar a experiência educacional?
Será possível a AI criar tutores pessoais para todos? A inovação, a criatividade e o empreendedorismo podem se juntar as ciências humanas e exatas como fundamentos curriculares?
31/01/2018
Victor Mirshawka Junior
O artigo do prof. Gabriel toca em diversos pontos incrivelmente sensíveis. Atrevo-me a colaborar enfatizando a afirmação de que o diploma está com os dias contados, especialmente se os profissionais e instituições da área educacional não se dispuseram a criar, ou incorporar, velozmente, novos modelos de ensino / aprendizagem (que recuperem relevância) e novos modelos de negócio (que consigam fazer frente às demandas de um aluno / consumidor / mercado muito distintos).
E, especialmente sobre a criatividade, já que essa é área em que mais atuei como professor, faço questão de lembrar: ser criativo é incorporar processos de pensamento e formas de comportamento que facilitem a geração de ideias novas, não usuais. Isso certamente pode ser ensinado. Mas ser inovador é fazer com que ideias se transformem em produtos, serviços, processos, etc..., tenham aplicação prática e se sustentem conceitual e financeiramente.
Todos falam que o povo brasileiro é criativo (concordo) mas para que o Brasil fosse um país inovador, precisaríamos: de um sistema educacional de alta qualidade, desde a primeira infância até a pós-graduação; de um modelo de pesquisa acadêmica em que a aplicação prática de dissertações e teses não fosse mal vista; de investimentos vultuosos, governamentais e privados, no desenvolvimento tecnológico intensivo; de muito menos burocracia no processo de abertura e operação de empresas e de muito mais ecossistemas de inovação organizados formalmente.
Em outras palavras, de um projeto nacional e estratégico, apoiado pela esfera política, pelas instituições privadas e pela sociedade civil.
Não podemos achar que o crowdfunding vai ser suficiente para que os empreendedores brasileiros aumentem sua taxa de sucesso em projetos inovadores... E não podemos continuar esperando pelo Brasil do futuro.
Como não poderia deixar de ser, a imagem de um futuro mais próspero em nosso país só pode ser devidamente pintada pela cores da aquarela da educação e pelo uso sistemático dos pinceis da criatividade que gera inovação.
30/01/2018
Wandy Cavalheiro
Muito coerente esta percepção. A Folha de SP no domingo passado publicou uma excelente matéria dizendo que as empresas estão priorizando as competências sócio emocionais.
Porém poucas IES ( ou quase nenhuma) estão preocupadas em desenvolver estas competências em seus alunos.
Como Headhunter as próprias IES me pedem um profissional com comportamento muito equilibrado, que saiba liderar e não criar conflitos enfim bem resolvido emocionalmente, em vagas até de reitores, mas prepara-los ja é outra conversa.
30/01/2018
Wandy Cavalheiro
Muito boa a reflexão
No domingo retrasado a Folha de SP também comentou que para contratação pesam mais as competências sócio emocionais.
Muito poucas instituições (ou quase nenhuma) estão preocupadas em desenvolver estas competências em seus alunos.
O mundo mudou e posso testemunhar como headhunter que muitas IES pedem um profissional com excelente equilíbrio emocional como primeiro pré requisito na hora de contratar até para uma vaga de reitor.Porém esta mesma IES não está formando este profissional.