“As nossas crenças se transformam em pensamentos. Nossos pensamentos se transformam em palavras. Nossas palavras se transformam em ações. Nossas ações se transformam em hábitos. Nossos hábitos se tornam valores. E os nossos valores revelam nosso destino.” (Mahatma Gandhi)Iniciar um congresso nacional de educação com uma palestra de abertura de juiz federal sobre o tema “O papel da educação no combate à corrupção” é flagrante demonstração de onde chegou o país na administração, tanto na área pública, quanto na dos negócios privados. Não há santo em nenhuma delas. Sociedade sadia não convive com governo corrupto e governo sadio não admite corrupção. Só há conformidade se governo e governados agirem da mesma forma. O Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), promovido desde 2008 pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular e pela Linha Direta, tem uma importante “lição de casa” para o setor cumprir diante do intrincado momento político, econômico e social por que passa o país: o de contribuir para que os egressos de nossos cursos, do infantil ao pós-graduado, assimilem e exercitem os valores sadios da ética, da honestidade e da solidariedade. A 11ª edição começa dia 7 de junho, abrindo-se à noite com a palestra do conhecido magistrado Prof. William Douglas. No dia seguinte, o evento segue com sugestivas mesas-redondas e interessantes painéis direcionados a políticas públicas orientadas para a inovação e inclusão na educação superior brasileira. Coordenaremos a mesa “Perspectivas e soluções educacionais para o Brasil que queremos”, da qual farão parte o Prof. Ronaldo Mota, chanceler do Grupo Estácio; o Prof. Manuel Marcos Formiga, da UNB, e o economista João Noronha, analista de Educação, Saúde e Bens de Capital do Santander. Nossa intenção é refletir como colocar em prática as ideias brilhantes discutidas. Pela experiência destes eventos, aprendemos e trocamos bastante referências, mas, ao retornarmos à nossa lide diária, as obrigações de trabalho fazem-nos esquecer tudo. O Brasil passa por maus momentos e o setor educacional precisa, pela sua experiência, contribuir com ideias para resolver os desafios existentes. O tema de abertura do XI CBESP aponta por onde tudo deve começar: pela educação! No tema que será abordado na nossa mesa, a experiência diz que, para resolver qualquer coisa, antes de tudo precisamos saber primeiro quais são os problemas e depois propor a solução. Façamos uma análise do projeto da TV Globo “Que Brasil você quer para o futuro?” Pelos vídeos enviados, temos uma síntese panorâmica dos problemas do país. Estão na primeira Nuvem de Palavras a seguir: Conhecendo os problemas brasileiros não basta só propor ideias para sua solução. É necessário analisar os que podem tornar-se programas viáveis e compara-los às centenas de similares existentes. E está na cara que o Brasil que queremos aponta muitos deles: Ter ideias é fácil, o mais difícil é viabiliza-las. Se tem demanda e produto ou serviço certo é meio caminho andado. Porém, para executar qualquer pequeno serviço ou grande produto há necessidade de gente motivada e talentosa. Precisa ter recursos econômicos, plano e metas; pelejar noite e dia e persistir sempre. Por mais otimismo que temos, não dá para resolver tudo de uma vez. Por isso, vamos ficar só com aquelas ações que fazemos com a nossa comunidade mais próxima. O setor privado de educação superior tem papel relevante nesse contexto. É preciso mostrar para a sociedade que não corre só atrás de dinheiro e que, por seus corpos docentes e discentes, pode pensar em mais programas para colaborar com a solução dos graves problemas nacionais. O caminho é o da colaboração e compartilhamento de ideias viáveis para encontrar respostas. A ação é formar uma rede de participantes, que, segundo a especialidade de cada um, possam doar algumas horas do seu tempo para o estudo dessa questão. Seria então criar um grupo de trabalho – o GIPP-Grupo Investigativo de Projetos Possíveis. E, para sermos práticos, não vamos tentar resolver o problema da corrupção, pois isso leva ao menos uma geração. É mais inteligente aprimorar os projetos existentes e começar a viabiliza-los. São os seguintes:
- Apoiar o aperfeiçoamento dos professores do ensino infantil, fundamental e médio das escolas públicas
- Prover a ascensão intelectual e cultural gratuita aos alunos pobres que entram no ensino superior
- Promover cursos gratuitos para diminuir a violência urbana e rural
- Preparar novas lideranças para assumir o protagonismo político
- Promover ações de preservação cultural e ambiental
- Promover ações de apoio à população carente nas áreas jurídica, de saúde, de arquitetura, de engenharia
- Abrir as bibliotecas para acesso da população pobre
- Encaminhar aos necessitados máquinas, equipamentos, utensílios que não estão mais sendo utilizados
- Prover cursos de alfabetização e de aritmética
- Organizar cursos gratuitos sobre democracia e como votar
- Trabalhar pelo bairro, pela cidade e pelo país
- Promover palestras sobre prevenção de problemas de saúde e conscientização sobre drogas e alcoolismo
- Promover projetos socioeducativos para esclarecer a população sobre temas como racismo e homofobia
- Apoiar minorias de todas as raças e credos
- Estimular o incentivo à leitura e a produção de materiais que contribuam para a formação de alunos das escolas públicas
- Oferecer Cursos de férias ou para aperfeiçoamento de gestores públicos
- Organizar Apresentações culturais (teatro, musicais e feiras) para a comunidade local
- Criar Eventos esportivos envolvendo moradores de bairros pobres
- Promover a instalação de Escolas e hospitais móveis de apoio à população carente e outros de qualificação técnica, cultural e artística para desenvolvimento profissional
- Incentivar talentos de todas as idades
- Ética, como princípio básico.
- Integridade.
- Responsabilidade.
- O respeito pela legislação e regulamentação.
- O respeito da maioria dos cidadãos pelo direito do outro.
- O amor ao trabalho.
- O esforço para poupar e investir.
- A vontade de ser produtivo.
- A pontualidade.
- O orgulho de cumprir com o seu dever.
* Gabriel Mario Rodrigues participa do XI Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular como coordenador da Mesa-redonda "Perspectivas e soluções educacionais para o Brasil que queremos", no dia 8 de junho.