"Somente com a educação baseada em valores de honestidade, solidariedade e lealdade acabará a corrupção. Os políticos vêm do povo e por este são eleitos. Se há políticos corruptos é porque a própria sociedade os corrompeu. ” (Aracy Pereira Silveira Balbani, Tatuí/SP)A revista Você S/A deste mês, em sua reportagem de capa – “Revolução na educação” – tendo como fonte o Worldwide Education for the Future Index, cita as competências atuais que todos os profissionais devem dominar, frente ao avanço das novas tecnologias. Conhecidas por muitos, são relatadas com diferentes ênfases nos seminários e congressos de educação há mais de 10 anos. O que falta é colocar em prática. São elas:
- Liderança
- Senso Empreendedor
- Interdisciplinaridade
- Habilidades Digitais
- Criatividade e Senso analítico e
- Consciência Global e Cívica
“Como é que o cidadão vai participar da eliminação da corrupção se ele não tem a mínima ideia dos seus direitos, tampouco sabe votar e, pior, não tem nenhum interesse em se tornar um político e participar ativamente para ajudar a mudar está casta que está no poder há centenas de ano?”Relato isto porque todos falam, mas poucos praticam. Haja visto o resultado da enquete aplicada no XI CBESP, mencionada no artigo da semana passada, que assinala que, dentro dos 10 males que agridem o Brasil atual, os 3 principais são pela ordem: Corrupção (50,8%); Educação (25,3%) e Desigualdade social (14,2%). Vejam o conceito de corrupção trazido pela Wikipedia:
“corrupção, corrução ou corrompimento, em sentido lato, corresponde à ideia de decomposição. Na esfera das relações humanas em particular, está relacionada ao suborno: ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata, na qual se favorece uma pessoa e se prejudica outra. Segundo Calil Simão[1], é pressuposto necessário para instalação da corrupção a ausência de interesse ou compromisso com o bem comum. ‘A corrupção social ou estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum. Vale dizer, os cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes tragam uma gratificação pessoal’. Entre os crimes contra a administração pública previstos no Código Penal Brasileiro[2] estão o exercício arbitrário ou abuso de poder, a falsificação de papéis públicos, a má gestão praticada por administradores públicos, a apropriação indébita previdenciária, a lavagem ou a ocultação de bens oriundos de corrupção, o emprego irregular de verbas ou rendas públicas, o contrabando ou descaminho, a corrupção ativa e passiva, entre outros.”Desde o início dos anos 2000, circula pela internet um texto de origem desconhecida, mas que traduz bem esse momento atual pelo qual passamos. Ou seja, infelizmente, o tema não é novo, muito menos é novidade deste milênio. “O Brasil tem uma triste tradição de escândalos envolvendo políticos que realizam operações fraudulentas com o dinheiro público, buscando beneficiar-se pessoalmente com isso. Segundo especialistas, a corrupção está ligada a vários fatores, entre eles a fragilidade das instituições democráticas, como a Justiça, e a ausência de mecanismos de fiscalização populares desses órgãos. A falta de transparência no trato do bem público, especialmente durante a realização de grandes negócios, como privatizações, também estimula as autoridades a aceitarem propinas.” Vejam alguns depoimentos que expressam a percepção do cidadão brasileiro.
"A corrupção é fruto do sistema que valoriza o ter, e não o ser. Que estimula o individualismo, em vez da solidariedade. Enfim a corrupção é fruto do sistema que subverteu os valores morais da sociedade e busca sempre cada vez mais acumular bens materiais. Tudo pode ser vendido e comprado." Jose Neumar - Porto Velho/RO "O problema da corrupção está imbuído na cultura brasileira. Nós crescemos ouvindo que a corrupção faz parte do dia a dia. A corrupção começa dentro de casa, e é a partir daí que deve ser podada. É um problema social grande no Brasil, mas também encontrada em países de Primeiro Mundo." Luis Zoccoler - Sydney (Australia) "A verdade é que só há corruptos porque também há corruptores. No entanto, o problema do Brasil é bem maior, é da base estrutural, de formação como cidadão, que envolve ambiência familiar, social, religião, economia, estrutura educacional, etc. A solução para iniciar um processo de mudança está, primordialmente, na educação, na mudança de legislação para evitar a impunidade, além do amor ao próximo, pois à medida que se obtêm benefícios através da rede ilícita de corrupção, renegam-se os milhares de desabrigados e famintos que sobrevivem abaixo da linha de pobreza." Reginaldo Batista dos Santos – Vitória/ES "A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa." Jô Soares “A má educação gera bons telespectadores, péssimos eleitores e muitos candidatos. ”Autor desconhecidoNa apresentação de seu livro “Falta de Educação gera Corrupção” - Ed. Novo Século - o presidente da ABMES, Prof. Janguiê Diniz, escreve:
“A educação é arma poderosa contra a corrupção. Só ela tem força de mudança. É indispensável haver investimentos sociais para mudar a realidade educacional existente, se quisermos de verdade, construir um pais sério. Educação tem que ser prioridade; ela é a mola propulsora da cidadania.”No mais, como ficam a desigualdade social e o desemprego senão por via da educação, que a tudo responde e presta contas, ainda que na atualidade exista um grande esvaziamento da carreira do magistério quando o docente é a mola propulsora de toda a sociedade? E sem ele não há educação. Por esta razão propusemos a criação do Instituto “SÓ A EDUCAÇÃO SALVA O BRASIL” a ser formado pelas mentes brilhantes deste país, que tem como objetivo maior encontrar programas viáveis para salvar o Brasil dos centenários males que nos impedem de dar melhor qualidade de vida aos nossos concidadãos. Será o elo propositor de ideias e programas entre o Brasil atual e o Brasil que precisamos e que queremos. Ou vamos colocar em prática e deixar que nossos “bondosos políticos” resolvam?
[1] Calil Simão, advogado, escritor e jurista brasileiro. Presidente do Instituto Brasileiro de Combate à Corrupção, professor associado do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional e pesquisador vinculado à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. [2] Uma das formas mais comuns em que se podem classificar as corrupções é a divisão entre corrupção ativa e passiva. A corrupção ativa ocorre quando se oferece vantagem indevida a um funcionário público em troca de algum benefício. Por outro lado, a corrupção passiva só pode ser praticada por funcionário público. O simples ato de oferecer proposta ilícita é o suficiente para caracterizar o crime, não sendo necessário que o outro aceite.