O Brasil está entre os países que fecharam escolas por mais tempo durante a pandemia. Praticamente desde março as escolas públicas e privadas estão fechadas, com prejuízos incalculáveis em todos os aspectos, principalmente as pequenas e médias escolas particulares, que não tiveram como sustentar seus quadros de professores e profissionais, para manter as suas atividades. As aulas on line, de modo algum supriram suficientemente as demandas, sem que saibamos ainda dimensionar o impacto na vida de milhões de crianças e jovens por todo o País. Especialistas se indagam se realmente foram necessárias medidas tão draconianas, mas o fato é que as mesmas apreensões permanecem sobre como lidarão com a situação, em 2021, tendo em vista que a pandemia ainda continua assolando e fazendo vítimas, em várias partes do mundo.

Matéria da BBC News tratou do assunto, dizendo que “a pandemia do novo coronavírus tem sido como um ‘abalo sísmico’ na educação global”, apresentando um relatório da OCDE, em 8 de setembro de 2020, afirmando que “até o fim de junho, de 46 países avaliados no relatório, 52% deles haviam fechado suas escolas por 12 a 16 semanas e 28% as mantiveram fechadas por 16 a 19 semanas. O Brasil, onde a maioria das escolas permanecem fechadas, está bem no limiar — com 16 semanas contabilizadas até 30 de junho”. O quadro já era dramático na metade do ano, o que não dizer agora do final do ano, sendo que as escolas continuaram fechadas durante todo o segundo semestre. Ainda segundo a reportagem, “o Brasil tem uma situação mais desafiadora que a maioria da OCDE: aqui, o tamanho médio das turmas dos anos iniciais do ensino fundamental é de 24 alunos nas escolas públicas, contra 21 na média de países da organização. Esse número sobe para 28 alunos por turma nos anos finais do ensino fundamental (contra média de 23 na OCDE)”.

E mais: “a necessidade de reduzir o tamanho das turmas pode depender de outros fatores, como espaço físico, disponibilidade de salas e de funcionários e decisões pessoais de estudantes e educadores sobre o retorno às aulas”. E acrescenta: “Como e quando reabrir escolas lembra o relatório, ‘é uma das decisões mais difíceis e sensíveis das agendas políticas’ da atualidade, destacando que diferentes países foram forçados a tomar diferentes medidas com base nos estágios da pandemia e nas possibilidades de novas ondas de contágio”. É fato que um dos setores mais afetados da sociedade, no Brasil, foi o educacional. Por isso temos que buscar ampliar o debate sobre os efeitos das medidas adotadas, sobre as perspectivas do que podemos fazer no próximo ano para evitar agravar ainda mais a crise, e buscar soluções que atendam as demandas de alunos, pais, professores e demais profissionais da Educação. É uma tarefa que cabe a todos nós, e cujas respostas a tão grande desafio, serão encontradas com união dos esforços, de governo e sociedade, sempre tendo presente que a vida é princípio basilar de tudo.