Descartado da folhinha, de 2021, o seu primeiro mês, janeiro...
Janeiro em homenagem a Jano, que acolhera Saturno expulso do céu. Agradecido, Saturno concedeu a Jano a faculdade de conhecer o passado e o futuro. Daí ser representado com duas cabeças, podendo olhar para trás e para frente, ao mesmo tempo.

Porteiro celestial, Jano segura, na mão direita, uma chave, pois foi ele quem inventou a porta (“janua”, em latim) e, na esquerda, um báculo a indicar domínio sobre os caminhos a seguir.
Numa Pompílio, séculos a.C., segundo rei de Roma, fez erguer, no Foro Romano, o templo de Jano, que só permanecia fechado quando a República também estava em paz. Numa decidiu que, em vez de dez, o ano deveria ter doze meses, antepondo janeiro e fevereiro, explicação condizente com o fato de que setembro corresponde ao 9.º mês; outubro é o 10.°, novembro o 11.°, e dezembro, o 12.°. 

Angelina Jolie, no filme O Turista, mostra a Johnny Depp, com quem contracena, uma medalha com a figura de Jano. Uma bela mulher envolve um homem tímido numa perigosa conspiração. Era como se ela acreditasse no poder mágico de Jano que, olhando para o futuro, certamente já soubesse o que irá acontecer. Muita gente se interessa pelas cenas do próximo capítulo de novelas. Transcorrido o mês de janeiro com inundações, acidentes rodoviários, e após meses de coronavírus, é o caso de saber, de Jano, o que ainda está para acontecer.

Ulisses se protege do canto das sereias:
– Aproxima-te, detém a nau a fim de escutares os mais belos cantos.
Conhecemos o presente e o passado, e dir-te-emos o que o futuro te reserva.

Seria necessário perguntar a Jano o que ainda nos reserva o Anel Rodoviário de BH?