“Escolas são pessoas, mas o que são as pessoas? Pessoas são os seus valores”. Ouvindo essas palavras do Educador José Pacheco parece óbvio, porém em um mundo onde muitas vezes o negacionismo e a opinião pessoal falam mais alto que fatos científicos e educadores, colocar as escolas como pessoas é fundamental, pois somente desta forma é possível abordar de fato a importância da educação enquanto função social e transformadora.
Conhecer a comunidade em que se vive, entender e respeitar sua história, compreendendo a importância de conviver com as diferenças são valores que hoje, muitas vezes, passam despercebidos e são deixados de lado, diante desse contexto é imprescindível colocar em foco iniciativas que colocam o ser humano e sua relação com a comunidade como centro da educação.
Através da série “Sementes da Educação” percorremos todas as regiões do Brasil, registrando 26 práticas educacionais inovadoras que vão desde o ensino infantil, EJA até o ensino superior e técnico, mostrando que para educar não existe idade, credo, raça ou gênero.
Durante nossas pesquisas e vivências ficou claro que a escola deve ter como objetivo principal formar sujeitos transformadores da realidade onde vivem, e que esta realidade muitas vezes permeia um contexto de dúvidas e descrenças, além da falta de recursos financeiros, porém sabendo que desafios fazem parte do espaço de aprendizagem e que somente através das pessoas é possível derrubar os muros que limitam nossos estudantes.
Não há aprendizagem sem a troca humana, assim como não há escolas sem pessoas. Por isso, encontrar práticas inovadoras que colocam o ser humano e sua relação com a comunidade como centro da educação, em um país grande e tão diverso, como o Brasil, é um abraço e, também, um alívio em tempos de pandemia.
Artigo veiculado originalmente no Estadão
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