Meu caríssimo e estimado presidente Celso Niskier, meus caríssimos diretores da ABMES, Débora Guerra, Daniel Castanho e Janguiê Diniz – meus amigos de 39 anos de lutas pelo ensino superior particular. Senhores e senhoras premiados da 24ª edição do Prêmio Top Educacional Professor Mário Palmério, quis a generosidade do nosso pai celestial e de nosso presidente, que eu tivesse a honra de participar dessa solenidade de premiação dos vitoriosos do Top Educacional.
Sou muito grato também pela lembrança que a ABMES teve de me trazer na hora da premiação para relembrar a minha criação, enquanto presidente, deste Prêmio Top Educacional.
Conheci e convivi com Mário Palmério, admirável autor e educador, opulento de físico, homem de cabelos longos e prateados, de um vozeirão ensurdecedor, de dispensar microfone, mineiro da melhor cepa, e que viveu, por algum tempo, na minha Amazônia.
No meu tempo de criação do Prêmio, talvez eu não tivesse totais aplausos de meus pares pela minha ligação com os integrantes da SESu, embora reconhecesse a exagerada “legismania” que, naquele tempo campeava no MEC. Um horror: tudo portarias e notas técnicas para nossa obediência.
Alguns influentes dessa terrível “legismania” acabaram, pelo entendimento próprio, a perceber a seriedade da ABMES e passaram a conviver com o necessário pluralismo: público X privado. Conscientes disto, o próprio MEC entendeu de levar ao debate a questão das mensalidades. Não posso esquecer de Lindemberg Faria num encontro, no próprio MEC, presidido por Eunice Ribeiro Durham do qual participei com ele, no nono andar do Ministério, jovem destemido e grande debatedor.
Eunice Ribeiro Durham, que eu sempre soube admirar como grande antropóloga, da maior severidade pela sua postura moral, a ponto de se desligar, por iniciativa própria, de cargos tão cobiçados por outros, muito me ensinou.
Se me cabe agradecer a Deus pela inspiração de haver criado esse Prêmio Top, agradeço a ele por me haver permitido publicar a Coleção “Série Grandes Depoimentos”, na ABMES, no qual a querida Eunice pontifica, à ocasião de receber, em 18 de abril de 2002, o título de professora emérita da Universidade de São Paulo.
Não sei quem se converteu ou se convenceu, posto que, ao publicar seus depoimentos, ensaiei enunciar as doze tábuas dessa conversão, mais que sincera e, ao saudar os vitoriosos premiados tenho de clamar a atenção por serem as mais importantes confissões da seriedade de Eunice e de seu admirável amor pela Educação, amor que rejeita gente apegada ao mero texto constitucional.
Selecionei algumas poucas dessas tábuas para lhes dizer-lhes que:
- As universidades de ensino e pesquisa são indispensáveis para o desenvolvimento cientifico, tecnológico, econômico e social de qualquer país;
- As universidades de ensino e pesquisa precisam ser públicas ou contar com recursos públicos para assim se haverem como comunidade acadêmica;
- O ensino de qualidade associado à pesquisa é caro demais; não pode ser praticado apenas com mensalidades escolares e os recursos públicos são finitos;
- O modelo único de ensino superior, que considera apenas a universidade de pesquisa é intrinsecamente elitista e iníquo.
Eunice, ao acenar contra o modelo único de universidade, fez a sociedade brasileira despertar para os centros universitários, hoje de grande sucesso no país.
Nesta breve saudação aos vitoriosos do Prêmio Top Educacional Professor Mário Palmério, recorro às palavras de Alceu Amoroso Lima que disse, pertinente, sobre o passado da criação deste Top Educacional: “O passado não é aquilo que passa, é aquilo que fica do que passou”.
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