Não é de hoje que as Instituições de Ensino Superior buscam a “receita” para formar os melhores profissionais para o mercado. Afinal, quanto mais habilitado um ex-aluno chega para exercer a sua profissão, mais bem conceituada a sua IES fica perante o meio em que se insere.
Uma possível saída para esse grande desejo de destaque das universidades no quesito formação pode estar na mudança da forma de olhar o aluno no processo de aprendizagem. Assim, é possível tirá-lo da posição passiva do conhecimento e colocá-lo em destaque para questionar, treinar e descobrir novas competências dentro da área que escolheu atuar.
Entretanto, para pensar na aplicação do desenvolvimento de competências no ensino, é preciso entender, de fato, o significado de termo. Para Maximiano, esse conceito é mais intuitivo e só se revela na ação, quando as habilidades e combinação de saberes específicos de um indivíduo são testados (Maximiano, 2020).
Quando aplicadas ao ensino, as competências se tornam o ponto principal de desenvolvimento nos estudantes para que, quando aplicados às profissões,
esses recursos cognitivos estejam devidamente preparados para o enfrentamento de problemas e situações possíveis. Segundo SOARES WITTACZIK,
Neste contexto o aluno é construtor do conhecimento e o sujeito que aprende, questiona, pesquisa, cria e aprende. É o centro do processo de aprendizagem. O professor é o facilitador, orientador e mediador do conhecimento. Na avaliação, o processo é formativo, buscando avaliar as competências propostas no perfil do curso. (SOARES WITTACZIK, 2007, p.163)
Diferentemente do modelo tradicional, o ensino por competências não acredita que a educação deve ser baseada em aulas expositivas de transmissão de um conhecimento único e padronizado, sem considerar as particularidades dos alunos. Muito pelo contrário, essa metodologia chega para mostrar que o protagonismo da jornada de aprendizagem não é da instituição, e sim do próprio estudante.
As vantagens da adoção desse modelo são inúmeras. Além de um currículo organizado por uma lógica baseada na prioridade da função exercida, o tempo de dedicação ao aprimoramento de uma competência muda de persona para persona, a interdisciplinaridade passa a fazer parte através de projetos colaborativos de diversas áreas de conhecimento e os estudantes vivenciam mais similaridades com o mercado de trabalho, passando a ter uma formação muito mais preparada.
A educação baseada em competências está mais preocupada em desenvolver os conhecimentos e habilidades específicos de cada estudante e curso de forma personalizada. Não é o volume de conteúdo passado em um período de tempo que avalia a produtividade de uma aula, mas a qualidade de uma experiência de aprendizagem funcional, na qual o estudante não vai esquecer no dia seguinte. Segundo GAUTHIER,
A educação baseada em competências (EBC) é um modelo de aprendizagem que dá mais importância à proficiência que ao tempo em sala de aula. Ela avalia o progresso do aluno em detrimento do tempo necessário para a aprendizagem. (GAUTHIER, 2015)
Sendo assim, a EBC se torna uma ótima opção para a construção de uma trajetória de aprendizado condizente com os desejos do mercado. Tanto a instituição, que busca o seu destaque e diferencial no mercado, quanto o estudante, que deseja uma formação mais voltada para o exercício do trabalho, todos se beneficiam com essa metodologia do futuro.
REFERÊNCIAS:
GAUTHIER, C. (15 de Setembro de 2015). O que é educação baseada em competências? Fonte: Desire 2 Learn: https://bit.ly/3qWCnea
MAXIMIANO, A. C. (13 de 11 de 2020). O que são competências e como classificá-las? Fonte: Faculdade Pecege: https://faculdade.pecege.com/o-que-sao-competencias-e-como-classifica-las/
SOARES WITTACZIK, Lidiane. ENSINO POR COMPETÊNCIAS: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES. Atos de Pesquisa em Educação, [S.l.], v. 2, n. 1, p. 161-172, ago. 2007. ISSN 1809-0354. Disponível em: