Você já deve ter lido pelo menos 1 matéria sobre os comportamentos da Geração Z no mercado de trabalho, correto? Muito se discute sobre suas expectativas, sobre seus comportamentos e os desafios enfrentados pelas empresas para atraí-los, engajá-los e retê-los. Contudo, pouco se fala sobre como esse mesmo público interage com o ambiente educacional. Uma das perguntas que me faço constantemente é: por que as instituições de ensino não lideram essa discussão? São elas as responsáveis por preparar esses jovens para o futuro, ou pelo menos deveriam.
A desconexão entre os métodos educacionais e as demandas da Geração Z é evidente. Estamos diante de uma geração hiperconectada, acostumada com respostas rápidas, personalização e participação ativa. Contudo, a grande maioria das instituições de educação superior ainda adotam modelos passivos e centralizados, priorizando currículos engessados e práticas avaliativas desmotivadoras. E, por isso, me questiono constantemente sobre como engajar jovens que nasceram em um mundo de inovações, mas que são colocados em ambientes onde a inovação não é a regra?
A Geração Z consome intensamente histórias que despertam sua imaginação, desafiam normas e promovem a participação ativa. Como de costume, vou para o mundo das artes buscar inspiração para instigar vocês, educadores, a repensarem a educação. No filme “Escola do Rock”, o personagem principal, Jack Black, usa a música para transformar a sala de aula em um espaço criativo e divertido, onde os estudantes colaboram, expressam sua individualidade e superam desafios. Embora ele não seja um educador convencional, sua abordagem não tradicional engaja os estudantes ao conectar o aprendizado a algo que os motiva e os entusiasma.
Outro exemplo é a série Sex Education, a qual apresenta diversos momentos dentro da sala de aula que incentivam discussões abertas e sem julgamento sobre temas muitas vezes tidos como complexos para o ambiente escolar. A mãe de um dos principais personagens, Otis, uma terapeuta sexual, se torna uma referência sobre como abordar educação sexual de forma inclusiva e respeitosa, algo relevante para as demandas da Geração Z.
Precisamos refletir: o que o ambiente educacional oferece que desperta a curiosidade e o propósito desses jovens? Será que os líderes educacionais estão verdadeiramente interessados em ouvir suas expectativas? A falta de estratégias para engajar a Geração Z não está apenas afastando esses estudantes, mas também comprometendo o impacto que a educação pode ter em suas vidas e na sociedade.
Não basta mais repensar currículos, adotar metodologias ativas e integrar tecnologia de forma mais inteligente. É necessário repensar o que se ensina. É necessário repensar a estrutura educacional e o papel dos educadores em tempos de IA. É necessário transformar a cultura institucional, valorizando o protagonismo dos jovens e criando ambientes colaborativos que reflitam as realidades e aspirações da Geração Z.
Se o mercado já se reinventa para essa geração, por que a educação insiste em permanecer parada no tempo? Talvez esteja na hora de todos os líderes educacionais ocuparem o espaço dessa conversa e assumirem o papel de vanguarda na conexão com a Geração Z. Afinal, se o futuro está em suas mãos, a formação deles deve ser prioridade.
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