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Novo teto do Fies para Medicina é vitória da educação

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

28/07/2025 09:00:00

Na última quarta-feira (23), o Ministério da Educação (MEC) anunciou uma medida que merece ser celebrada: o aumento de 30% no teto de financiamento do Fies para os cursos de Medicina, passando dos atuais R$ 60 mil para R$ 78 mil por semestre. A decisão, segundo o ministro Camilo Santana, deve contemplar até 85% dos cursos médicos do país, corrigindo uma distorção que, nos últimos anos, vinha comprometendo o acesso e a permanência de estudantes de baixa renda em um dos cursos mais desejados do país.

A medida tem potencial de aliviar significativamente a pressão financeira sobre milhares de jovens. São estudantes que, mesmo após conseguirem aprovação no vestibular e financiamento pelo programa, precisavam complementar as mensalidades, desembolsando recursos, muitas vezes, incompatíveis com sua realidade financeira. Casos como o da estudante baiana que acumulou R$ 120 mil em dívidas para tentar concluir o curso de Medicina se tornaram emblemáticos e revelaram a urgência da revisão do teto. Muitas dessas trajetórias chegaram a ser interrompidas, e agora ganham uma nova chance.

Entretanto, embora o anúncio do MEC represente um avanço significativo, é preciso ressaltar que, desde 2017, o Fies perdeu seu caráter social. Reformulações promovidas ao longo dos últimos anos transformaram o programa, antes a maior política pública de acesso à educação superior do país, em um mecanismo cada vez mais restritivo. Os critérios de acesso se tornaram mais duros, o número de vagas caiu drasticamente e a burocracia cresceu. O financiamento passou a favorecer estudantes com maior capacidade de planejamento financeiro, afastando os jovens mais vulneráveis, ou seja, justamente aqueles que, originalmente, o Fies pretendia alcançar.

Hoje, a política pública de financiamento estudantil está longe de ser o que já foi. Em vez de funcionar como ponte para milhares de brasileiros realizarem o sonho do diploma, passou a operar como uma linha de crédito limitada, com gargalos que comprometem seu alcance e sua efetividade. A elevação do teto para Medicina é, sem dúvida, um passo na direção certa, mas não pode mascarar as deficiências estruturais do programa. É preciso avançar em outras frentes, como a ampliação do número de vagas, a revisão dos critérios de renda, a simplificação do processo seletivo e a eliminação de barreiras que inviabilizam o ingresso e a permanência na educação superior.

O verdadeiro sucesso de uma política pública como o Fies não se mede apenas pela quantidade de estudantes atendidos por semestre, mas também pela taxa de permanência, pela conclusão dos cursos e, sobretudo, pela capacidade de inclusão social. É urgente resgatar a essência do programa, voltando a enxergá-lo como instrumento de democratização do acesso e mobilidade social, especialmente em um país ainda marcado por desigualdades profundas.

Além disso, em regiões onde há carência histórica de profissionais de saúde, garantir o pleno financiamento de estudantes de baixa renda não é apenas uma questão de equidade, mas também de saúde pública. Ao assegurar que esses jovens possam concluir seus cursos e atuar em comunidades desassistidas, o Estado contribui diretamente para o desenvolvimento regional, a geração de renda e o fortalecimento do sistema de saúde.

Em outra frente, em um cenário no qual o poder público enfrenta um grave quadro de restrições orçamentárias, investir na formação de médicos por meio do Fies é, também, uma estratégia de custo-benefício altamente eficaz, pois aproveita a infraestrutura já existente nas instituições privadas de educação superior e reduz a necessidade de investimentos em expansão de universidades públicas, que, inclusive, contam com custos operacionais bem superiores aos verificados nas instituições privadas.

Por isso, a elevação do teto do Fies para Medicina deve ser vista como uma conquista concreta e relevante, capaz de transformar vidas. No entanto, para que essa vitória se consolide como uma política pública de amplo alcance, é fundamental que o programa volte a priorizar quem mais precisa. Isso exige vontade política, compromisso com a educação e uma visão de país que enxergue no acesso ao ensino superior não apenas um direito individual, mas uma base para a construção de uma nação mais desenvolvida, próspera e justa.

Resgatar o caráter social do Fies é uma urgência moral e estratégica. O Brasil precisa voltar a tratar a educação como vetor de transformação e o financiamento estudantil como ferramenta de inclusão. O aumento do teto foi um passo; agora é preciso seguir firme na caminhada.

 

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