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Transformações demoram, mas começam a acontecer no ensino superior

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

26/11/2013 05:34:10

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***
Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo. (Peter Drucker)
Quem vivencia o ensino superior, há mais tempo, vai se lembrar dos tão falados “cursos de fim de semana” do século passado. Embora criticados na época, representavam uma oportunidade para aqueles que não tinham a possibilidade de frequentar cursos regulares em uma instituição de ensino superior. Cidades como Bragança Paulista, Mogi das Cruzes, Franca, Presidente Prudente, Itapetininga, Ouro Fino, Niterói e tantas outras ficaram famosas por oferecerem cursos – especialmente os de Administração, Direito, Contabilidade e Pedagogia – com calendário especial. Os fins de semana eram uma festa. O comércio daquelas cidades se expandia, graças ao aumento de consumo nos bares, hotéis e restaurantes. Os estudantes tinham aulas na sexta-feira à noite, no sábado inteiro e no domingo pela manhã.  Era tudo muito corrido, as aulas bem apostiladas, ao lado de infindáveis trabalhos para leitura e exercícios a serem entregues na semana seguinte ou no final do mês. Na realidade, havia muito mais atividades práticas do que aulas. Faço referência a esses tempos remotos porque li a excelente entrevista de Edson Nunes na Folha Dirigida, repercutida no site da ABMES na semana passada. Ele faz uma análise crítica do sistema de ensino superior atual e aborda, dente outras questões, a carga horária do ensino brasileiro comparada com a dos sistemas norte-americano e europeu. Nestes, a carga de trabalho varia de 1.500 a 1.800 horas por ano, enquanto que no Brasil é de 600 horas, das quais 400 são dedicadas às aulas expositivas. Além disso, há de se levar em conta o relativo aproveitamento do alunado brasileiro que, em grande número, estuda à noite, depois de um extenuante dia de trabalho. Os alunos ouvem passivamente, sempre, e se exercitam muito pouco. Tal fato demonstra que a estratégia das aulas de fim de semana não era tão ruim, porque, em muitos casos, poderia até trazer melhores resultados.  Penso que tal modelo, à época, deveria ter sido aperfeiçoado, em vez de demonizado. A obsolescência total do sistema universitário mundial – principalmente a dos métodos de transmissão do ensino – é o tema “da hora”. O estudante não suporta mais ouvir conceitos jurássicos sobre uma matéria que ele nunca mais vai usar na vida e à qual poderá ter acesso, sempre que quiser, no Google. Realmente há uma transição no modelo atual, com maior participação do aprendizado fora da sala de aula, graças ao ensino a distância – um misto de sistema híbrido e blended – caracterizado pela prevalência da imagem visual. Edson enfatiza em sua entrevista outra questão importante:
“No Brasil, ensinam-se profissões, quando os alunos deveriam aprender Literatura, História, Ciência, Métodos Quantitativos, Lógica, Línguas, enfim, uma gama de conhecimentos necessários para prepará-los para a vida, para exercer qualquer ocupação do mundo moderno.”
Há de fato um processo de mudança paradigmática da educação superior, que está deixando de ser uma prerrogativa das classes mais privilegiadas, para ser um direito inalienável das populações de menores recursos. As famílias e a sociedade como um todo já perceberam que a educação superior é a maneira de propiciar a ascensão social e de aumentar as oportunidades no mercado de trabalho. Nesse sentido, enquanto reivindicação de toda a sociedade, a educação precisa ser modernizada para atender a uma população cada vez mais numerosa de estudantes. Outro fator a ser considerado é que a área de abrangência de uma instituição não está limitada à rua, à cidade ou ao país. Está no mundo. O ensino não pode ser mais local, e sim global, e deve possibilitar a interação do aluno com as áreas do conhecimento, com os fenômenos de natureza e com as questões sociais, políticas e econômicas mundiais.  O estudante precisa estar conectado com a realidade, ser um cidadão do mundo, e estar consciente de que as oportunidades de trabalho se encontram onde talentos sejam demandados. Não afirmo que as universidades devam relegar a um segundo plano o seu papel local, regional ou nacional, substituindo-o por uma perspectiva de ação global. Pelo contrário, creio que devem ter fortes raízes locais, porque sua identidade e diversidade são essenciais para o sucesso como instituições. As mudanças só acontecerão graças aos avanços da tecnologia de informação e comunicação, já citadas inúmeras vezes em artigos deste blog. A tecnologia é um meio colaborativo imprescindível para romper com o atraso educacional. O certo é que a administração superior das instituições educacionais deve assumir um papel proativo de enfrentamento dos novos desafios da globalização e dos avanços tecnológicos e ter uma visão estratégica centrada na inovação. Tais fatores são imprescindíveis para todos os que estão empenhados em garantir a sobrevivência do sistema. Creio que os desafios dos novos tempos educacionais devem ter como meta a desconstrução do atávico sistema universitário vigente há mais de mil anos. Creio, finalmente, que os cursos de fins de semana de trinta anos atrás provaram que os focos nas atividades extracurriculares, nas discussões em grupo e na determinação do estudante em aprender valem mais do que a “hora bunda cadeira”. Imagine hoje esses cursos, com projetos aprimorados aliados às forças da tecnologia? Poderiam mudar todo o conceito do ensino presencial. Certa ou errada, essa é uma provocação que faço para suscitar a discussão. “Vamos nessa?”  

29/11/2013

Gabriel Mario Rodrigues

Professor Plinio, gostei muito de seu comentário. Ainda bem que há muitas pessoas que pensam da mesma forma. Mas mudar o modelo e negócio do ensino tradicional é problema.

29/11/2013

Plinio Vicentini

Caro Dr. Gabriel, Acredito que suas palavras constantes nesta missiva, buscam abrir os olhos das pessoas que julgam saberem tudo sobre educação e esquecem que o mundo mudou, que as tecnologias são outras e que o modo de aprender também mudou. Acredito que todos os cursos de graduação atualmente já possuem condições de ter sua grade curricular com 50% presencial e 50% de outras atividades de ensino, sem necessidade do aluno ficar sentado em uma cadeira. Desta sorte, poderíamos voltar com os cursos de finais de semana pois conheço grandes advogados que se formaram nesta modalidade. Penso ainda que a regulamentação é muito simples só depende da boa vontade do MEC. Por outro lado, essa forma poderia reduzir os custos das IES e essa redução ser repassada ao aluno. Dr. Gabriel no Livro Universidade Inovadora, consta que Harvard já praticava esse método em 1945. Então, que o Dr Gabriel continue a mudar a cara dos cursos de graduação e que a modernidade bata na porta das nossas IES. Porém, a venda dos olhos quem tem que tirar é o Sr. MEC. Parabéns pela sua ousadia pois há a necessidade de mudarmos a cara do ensino superior.

26/11/2013

Prof. Roney

Dr. Gabriel continua o Príncipe da Educação nacional sempre desejando trazer o futuro para o presente. Afinal, como dizia Georges Buffon(1707-1788) em seu Discours sur le style, "O estilo é o próprio homem." Não abre mão de provocar os acomodados sempre desejando subsidiar pensamentos e ações junto aos que passivamente esperam a banda passar. Pena que ele não grite nem esbrabeje. Acertou na mosca ao propor revoluções nos cursos de final se semana como ótima alternativa para a atualidade. E bastou única frase ao final com "Vamos nessa?" Ele não é um visionário nem faz parte da família dos Simpsons, mas é um privilegiado, sem bola de cristal, que sabe onde as respostas estão. Depois dessa "luva de pelica" é esperar pra ver QUEM VAI NESSA ?

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