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Herança cultural e estagnação colidem com inovação

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

28/01/2014 05:40:46

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***
A cada época, correspondem processos novos de educação para uma adaptação constante às novas condições da vida social e à satisfação de suas tendências e de suas necessidades. As ideias e as instituições pedagógicas são essencialmente “o produto de realidades sociais e políticas”. (Do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 1932.)
Na sociedade da informação e do conhecimento, que caracterizam este início do século XXI, a inovação em educação é fundamental para reverter estratégias de ensino e principalmente números preocupantes: pouco mais de 10% dos brasileiros entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior, enquanto a média mundial é de quase 40% e de 60% na Coreia do Sul. Em seu discurso de posse como ministro da Educação, em janeiro de 2012, Aloizio Mercadante disse: "Devemos nos contentar com programas tradicionais ou devemos ousar, inovar e dar um salto de qualidade? Temos de dar este salto. A hora é agora". Dois anos depois, de fato figuram avanços na execução de projetos e programas que foram herdados pelo ministro. Não houve, porém, ações que de fato atacassem os grandes gargalos, como a baixa qualidade do ensino médio ou a pouca atratividade do magistério. Foi um modelo “cópia e cola”. No que se refere à inovação, o ministro obteve “nota zero”. Mas a novela é antiga. De acordo com Isaac Roitman[1] , em 1932, foi lançado o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” assinado por 26 intelectuais. Apesar das excelentes propostas contidas no documento, a educação não atingiu a qualidade esperada. Em 1959, novo manifesto foi construído e assinado por 161 intelectuais (...)”. Passados 51 anos, foi  promulgada a Lei nº 10.172/2001 que  instituiu o Plano Nacional de Educação,  contendo um conjunto de metas e propostas para um período de 10 anos, cuja maioria não foi atingida. O segundo PNE (2011-2020) ainda está em tramitação no Congresso e corre o risco de – tal como o primeiro – ser uma apenas uma lista de intenções. Enquanto muitos anseios não passam de ilusões travestidas de perspectivas, é imperativo saber que o ponto terminal das ilusões será sempre a decepção. Para os crédulos, dominados por esperanças (não para os proféticos, porém), a inovação decorre de discursos, mas não de efetivas iniciativas da conversão de pesquisa em resultados reais. Muito tempo perdido, muita discussão que não leva a nada. Muito proselitismo político ideológico e de transformação nada. Se a escola, em todos os níveis, é o lugar da reflexão e da produção do conhecimento, é no ensino superior que devem se articular ensino e pesquisa, para responder às necessidades impostas pelo próprio mercado que requer novas habilidades e competências (aí incluída a técnica). No entanto, a obsolescência de processos, materiais e ferramentas de aprendizagem denuncia a crise de um modelo centralizador, no qual a escola é a única detentora do saber. Hoje há mudanças profundas na sociedade e o jovem adquire informação fora da escola, em ambientes muito mais atrativos que a sala de aula. A Internet, sobretudo, proporciona um manancial inédito de informações que, para se transformar em conhecimento, precisa de um tratamento adequado. Compete à escola promover essa transformação, mas, para isso, precisa inovar e instaurar uma nova era educacional centrada no aprendiz, no ambiente de ensino-aprendizagem, na sociedade e no mundo. Aparatos tecnológicos não são milagrosos, mas devem ser considerados na composição dos diferentes aspectos da inovação: por meio deles, o jovem se conecta num fluxo de informação intenso, em permanente mudança, absolutamente desterritorializado (sem barreiras de tempo e espaço). A mediação pedagógica poderá organizar esse caos de informações desarticuladas e difusas, mas para isso a escola precisa se reinventar, precisa inovar. Abertura, diálogo, intercomunicação, parceria com várias fontes de produção do conhecimento, trabalho colaborativo, capacidade de se antecipar aos problemas são, hoje, os requisitos para o jovem interagir num mundo global, altamente competitivo, em que o lifelong learning (a necessidade de continuar a aprender sempre...) tem sido a tônica do mercado produtivo. Poucas empresas admitem que a pesquisa em universidade seja alternativa para agregar tecnologia em produtos e processos, daí a ausência de parcerias e de investimentos na área educacional. Como tudo que é grande começa pequeno, à escola urge empregar muitas forças para estimular a pesquisa, a partir do desenvolvimento de ações tradicionais tais como Semana de Ciências, Iniciação Científica, Projetos Experimentais e outros com grande possibilidade de desaguar nos cursos de pós-graduações que hoje, embora com números expressivos, ainda não atendem à inovação tecnológica diante da timidez de nossas empresas, para as quais, parece, é mais barato comprar pronto. Buscando socorro com o mestre Houaiss, inovar é introduzir novidade; fazer algo como não era feito antes. Assim, a provocação léxica ou semântica é perturbadora para identificar que nada de novo realmente existe na progressão histórica das ações educativas dos séculos. Conforme Cerqueira Leite, “desde os seus tribulados primeiros passos, talvez em Bolonha (Itália), a instituição que hoje chamamos de universidade teve uma missão monolítica: gerar e difundir conhecimento. Embora ainda haja equívocos quanto à sua missão, um grande progresso foi alcançado quanto à compreensão da sua importância para a civilização. Após 40 anos de proselitismo, parece que algumas verdades finalmente se tornaram autoevidentes. Hoje todos reconhecem que sem capacitação tecnológica não há desenvolvimento econômico e que sem atividade de pesquisa em ciência não há inovação. Por conclusão, sem universidades de qualidade, não há desenvolvimento econômico e social”[2]. Se inovação é o mote do dia, busquemos mais com as considerações a seguir. O que precisamos fazer para sair do imobilismo? Imobilismo é medo. Medo dos desafios, pois as pessoas se acostumaram às zonas de conforto das décadas de 1980-1990 e até 2000. Senão também incapacitados de pensar em caminhos diferentes, de criar alternativas e de ter ideias que inovem e gerem resultados. Com tais bloqueios grandes oportunidades se perderam. “No Brasil não temos a cultura de desinibir a capacidade criativa, pois as regras sociais são restritivas, como o medo de errar, que destacam a concordância e a acomodação, em vez da ousadia e da descoberta pelo novo”, afirma Marcos Cintra. Ultimamente, a mídia resolveu adotar a pauta da inovação tecnológica estabelecendo um colar de tags, com a preponderância das palavras investimento, tecnologia e empreendedorismo, agregando a esse tripé a condição de sustentação da evolução, da inovação e das forças capazes de alavancar o futuro nacional. O mundo é movido por ideias, consequência da capacidade criativa das pessoas que podem ou não gerar inovação. Ideias, criatividade e inovação mudam o mundo. Vale refletir sobre as questões: Onde e quando nasce uma (nova) ideia? Quem vende e quem compra a (nova) ideia? Quanto custa uma (nova) ideia? Empresas desconhecem que a pesquisa em universidade é alternativa para agregar tecnologia, em produtos e processos, daí a ausência de investimentos na área educacional. É preciso pensar diferente: inovação é, sobretudo, criar ideias que geram resultados. Refletir sobre a capacidade inovadora, potencial inerente a todo ser humano, é oportunidade para destacar a criatividade que precisa somente ser provocada para se manifestar. Estas são, entre outras, as condições para um processo criativo desenvolvido no CPSI – Creative Problem Solving Institute (CPSI), fundação ligada à Universidade de Bufallo. Ali, por mais de 30 anos, aplica-se no mundo corporativo uma metodologia permissionária de incontáveis soluções criativas e a identificação de oportunidades de negócios. É a busca pela inovação como diferencial competitivo e um belo exemplo a seguir.


[1] http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/11872/opiniao---o-terceiro-manifesto-da-educacao-nova
[2] Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Folha de S.Paulo. Tendências & Debates. 22.01.2014.
 

28/01/2014

Giovane Domingos

O artigo poderia ter explorado melhor a questão dos desafios que a inovação provoca e que precisam ser enfrentados de uma outra forma, onde a regulação não seja tão presente e a flexibilidade dentro das salas de aula seja maior, uma vez que hoje, as fronteiras do mundo em todos os seguimentos foram rompidas com o advento e a evolução constante da tecnologia. Nossos ministros ainda estão vivendo o padrão do modelo francês, importado pela USP, que instalou e nele se fortaleceu. A insistência da não aceitação do novo é mais forte dentro poder público(que "amarra" os pesquisadores nos intramuros das universidades), do que talvez do próprio setor produtivo,(que prefere comprar o que está pronto, pois o investimento é menor)já que a pesquisa precisa ter consonância com o tempo e o mundo, e não pode ficar ad eternum para ser incorporada pelo mesmo. Esse é um dos motivos do não avanço tecnológico na produção. Estamos anos luz longe dos que "vendem" tecnologia, pois demoramos muito para entender que somente o academicismo não gera produtividade. Veja que o próprio agente de fomento inovador (o professor), está preso a modelos ultrapassados, que não levam o educando a ter uma formação mais adequada para o hoje e o amanhã. Ou seja, não há aceite do mundo do conhecimento sem fronteiras. Obrigado.

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