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Um mundo melhor é possível?

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

18/03/2014 04:36:06

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***

 "Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro". (Provérbio indígena)

Vilhena é um município brasileiro situado em Rondônia/RO. Com 78.686 habitantes, é a quarta cidade do estado e a 33ª mais populosa do norte do Brasil; possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de RO e o 9º da região norte. Vilhena é conhecida como “Portal da Amazônia” e “Cidade Clima da Amazônia” por situar-se na “entrada” da região Amazônica Ocidental e por apresentar uma temperatura mais amena, se comparada com as de outras cidades da região. O nome “Vilhena” foi dado pelo militar e sertanista brasileiro, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon,  em homenagem ao engenheiro maranhense Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, chefe da Organização Telegráfica Pública. Aproveitamos os dados disponíveis na Internet sobre a cidade para fazer algumas reflexões sobre a derrota do Clube Vilhena, quadro de futebol da cidade,  na quarta-feira passada (12/3), pela Sociedade Esportiva Palmeiras. A equipe rondoniense tem uma despesa mensal de R$ 80 mil e a palmeirense, no mínimo, 40 vezes superior. Sem comentar a partida, observo que, em matéria de futebol, o resultado do jogo não refletiu os custos de manutenção das equipes, porque a paulista venceu “apertado”: apenas por 1x0.

Domenico De Masi, sociólogo italiano contemporâneo, em entrevista no ano passado na TV Cultura, citou o caso da empresa Olivetti, quando dirigida por Adriano Olivetti. Este, como CEO, criou a “regra” de que a remuneração do presidente, isto é, a dele, deveria ser, no máximo, cinco vezes superior a de um operário. Porém, com o correr dos tempos, os presidentes de grandes empresas vêm aumentando exponencialmente os seus salários e, com isso, não só criam maior distanciamento entre os ganhos de dirigentes e funcionários como também contribuem para aumentar as desigualdades.

Sergio Marchionne, o atual presidente da Fiat, ganha tanto quanto 1.070 operários juntos e Silvio Berlusconi da Mediaset, tanto quanto 12.000. De Masi comenta o fato como “a morte do capitalismo”. Isto porque Berlusconi com o salário que recebe não poderá usar 12.000 paletós, calças, sapatos. Assim todo consumo se reduz. O grande inimigo do capitalismo é o capitalismo doente dominante neste momento em todo mundo. E o grande desafio atual – tal como De Masi procura mostrar no seu recém-lançado livro, “O futuro chegou: modelos de vida para uma sociedade desorientada” (Editora Casa da Palavra) – é o de criar um modelo político-econômico que possa equilibrar as desigualdades.

Tal como no esporte – em que o DNA, a aplicação, a vontade e o treino explicam as diferenças entre as performances dos indivíduos –, na empresa as pessoas deverão ter recompensas salariais, de acordo com desempenhos e cargos diferenciados. Mas não absurdamente distantes como as demonstradas por De Masi. A nosso ver, a correção só poderá ser realizada se puderem ser oferecidas condições educacionais iguais para todos, tal como ocorre em muitos países.

Apesar da conceituação de felicidade não ser idêntica para cada pessoa, a sua busca constante não é novidade. Todos a procuram e a desejam. E ser feliz implica realização pessoal, profissional e financeira.

Há pessoas que se contentam com uma “casa no campo” (..) onde eu possa ficar do tamanho da paz” – eternizada numa canção pelo cantor e compositor Zé Rodrix. Para outros, a agitação constante, o “estar ligado no 220 volts”, é o combustível para a felicidade.

O Senhor profetizou no Gênesis: “ganharás o pão com o suor do teu rosto” (e como já disse Cesare Pavese, “lavorare stanca[1]”). O nó górdio da questão é conjugar trabalho com felicidade, estudo e ludicidade. Em outras palavras, conseguir, produzir riqueza, criar conhecimento e ter alegria.

Um indivíduo infeliz normalmente torna-se agressivo e é desse mal que a sociedade contemporânea tem padecido, com hordas de insatisfeitos reclamando muitas vezes sem saber o porquê.  Invariavelmente, são alienados pelo sistema e o que reivindicam é poder consumir mais. Mas a desigualdade social é a raiz de todos os problemas.

A democratização do ensino, uma das soluções para o combate à desigualdade, fundamenta-se na oferta de uma educação de qualidade para todos, em todos os níveis, de forma a permitir que, observadas as diferenças individuais, as pessoas de todas as classes sociais possam se qualificar para o exercício de um trabalho digno e compensador.

Hoje as pessoas têm pressa em extrair o máximo de seu tempo para fazer várias “coisas” e, na maioria das vezes, não conseguem realizá-las com exatidão e perfeição. Por exemplo, terminam rapidamente seus cursos de graduação com trabalhos, muitas vezes, sofríveis.

Esse comportamento provoca distúrbios emocionais e afetivos e faz o indivíduo considerar como desnecessários momentos de prazer e descanso, optando por realizar  tarefas que consideram “mais importantes”, sobretudo para conseguir mais dinheiro e consumir mais. Vive-se a era dos excessos, das celebridades instantâneas e momentâneas, dos "quinze minutos de fama", e de uma urgência implacável, causadora de grandes sofrimentos psíquicos. Tudo ocorre com muito imediatismo, fazendo com que o novo pareça ter uma eternidade, se comparado ao novíssimo.

Na vida moderna, tudo parece ser efêmero e vão; a cultura do vazio impulsiona a ação na busca desenfreada do prazer e do poder. Como observa a psicóloga clínica e judiciária Maristela Colombo:
"O mundo está sempre cheio de novidades, os modelos de carros novos, os celulares, os computadores, a internet. A velocidade da transformação é muito rápida e violenta, instigando assim o ser humano a buscar sempre mais, a consumir ilimitadamente, caindo nas malhas do sistema de consumo sem pensar, transformando a adição de coisas em vício, tudo é poder e prazer."
Não resta dúvida de que a educação é o caminho para reverter toda essa situação.

E a “Educação 3.0”, conceituada como aquela que traz a tecnologia para dentro da sala de aula para estimular a troca de conhecimentos, poderá ser a protagonista de um novo mundo em que será possível – como prognosticam dezenas de autores, e como temos destacado em nossos artigos – incluir num só pacote: desenvolvimento, felicidade, riqueza, conhecimento e alegria.

Se o tempo escasseou, porque hoje temos muito mais conexões e links, não nos faltam recursos digitais (e outros, ainda inimagináveis para nós, surgirão) para promover mudanças.

O mundo analógico – dos que ou não dominam, ou abominam as tecnologias informáticas – está fadado ao ostracismo. A mobilidade tem o poder de otimizar o idle time (o tempo ocioso), e não pode ser ignorada. As redes sociais são o espaço colaborativo em que a cultura é produzida por muitos e destinada a muitos, e não podem ser mais ignoradas. É necessário, no entanto, o uso inteligente e ético dessas tecnologias para, entre outras vantagens, conseguir um mundo mais sustentável. Elas permitem, na economia, por exemplo, que as companhias compartilhem conhecimento, parcerias e esforços em escala enquanto reduzem os custos de transação.

Smartphones, tablets e outros artefatos tecnológicos são aliados imprescindíveis na “Educação 3.0” porque liberam tempo na sala de aula para discussão – “Ágora moderna”, espaço da cidadania – e não apenas o locus para mera transmissão de conhecimentos.

A tecnologia poderá não só vir a modificar a própria estrutura física da sala de aula como também diminuir os congestionamentos e, consequentemente, a liberação de CO2 na atmosfera.

Assim, a questão da mobilidade urbana passa também pela “Educação 3.0”, que preconiza um modelo de aprendizado colaborativo, com objetivos compartilhados; mais criativo e crítico, em que haja mais tempo livre para pensar.

É essa mesma educação que pode apontar outro modelo econômico e social em que o teletrabalho seja parte da configuração de uma sociedade pós-industrial, em que o gerenciamento do tempo permita que o homem possa viver num mundo melhor.


[1] Lavorare stanca: trabalhar cansa.
 

Precisamos de uma educação que prepare os estudantes para o futuro

Mozart Neves Ramos

Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

28/11/2025

 

A universidade como a conhecemos vai acabar (e isso é uma boa notícia)

Luiz Cláudio Costa

Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

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Equilíbrio e segurança: STF traz clareza quanto ao intervalo dos professores

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

24/11/2025

 

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