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Criatividade e inovação aplicadas ao ensino superior

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

02/09/2014 03:59:05

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***
A mente intuitiva é uma dádiva sagrada e a mente racional é um servo fiel. Nós criamos uma sociedade que honra o servo e se esquece da dádiva. (Albert Einstein[1])
O homem ao longo de toda a história vem utilizando sua inteligência, curiosidade e criatividade para descobrir, inventar, transformar e aperfeiçoar materiais e recursos visando melhorar sua qualidade de vida e contribuir para o desenvolvimento da sociedade e, com isso, garantir sua sobrevivência e realização. A partir de sua própria fragilidade, o homem passou a buscar novas formas de vencer os inimigos que o ameaçavam, tais como andar somente sobre duas pernas, liberar as mãos para outras tarefas, trabalhar em conjunto o cérebro, os olhos e as mãos e manter a posição livre do polegar. Essas mudanças contribuíram para a fabricação dos instrumentos com o objetivo de aumentar a força dos seus braços e aperfeiçoar as armas e as ferramentas. A inteligência do homem logo o ensinou que se ele tivesse uma pedra nas mãos seu golpe teria mais força. Se essa pedra tivesse um cabo, seria melhor ainda. E se fosse afiada, poderia cortar a caça e ajudar a raspar as peles dos animais mortos. Enfim com a pedra poderia polir, quebrar, furar, cortar e fazer quase tudo. Mais tarde, por volta de 4.000 A.C., ele percebeu que poderia fazer o mesmo com os metais, começando com o cobre, depois passando para o bronze e, finalmente, o ferro. Martelando a massa aquecida, dava ao metal a forma desejada, o que era impossível de se obter com a pedra. Aplicando as técnicas que sua inteligência ia aprimorando, o homem já dominava, por volta dos anos 500 A. C., uma variedade de ferramentas que — aperfeiçoadas a cada momento, em função dos desafios que ele deveria vencer — chegaram aos nossos dias e foram a matriz do nosso progresso. Das ferramentas se originaram as máquinas, depois veio a industrialização e hoje vive-se a era das tecnologias de informação e comunicação que são aplicadas a todas as áreas das atividades humanas. Mas a rota do progresso sempre esteve atrelada à necessidade do homem em vencer os desafios usando sua inteligência e criatividade. Fazemos esta introdução para abordar neste artigo duas palavras — “criatividade” e “inovação” – que a nosso ver são siamesas e citadas a todo instante, em todos os setores. No entanto seus conceitos precisam ser bem definidos. As dificuldades com as conceituações, incluindo a da qualidade, ocorrem em todas as áreas. Perguntamos certa vez a um coordenador de curso a diferença entre Aritmética e Matemática. Saímos sem entender nada e, desmotivados com as respostas, ficamos na mesma. Fomos então aos dicionários. Segundo Houaiss, Aritmética é a parte da matemática que estuda as operações numéricas: soma, subtração, multiplicação, divisão e outras. A Matemática é a ciência que estuda, por método dedutivo, objetos abstratos (números, figuras, funções) e as relações existentes entre eles. E, conforme os eruditos, a aritmética vem da palavra grega arithmos (número), enquanto que a mathema é a ciência do raciocínio lógico e abstrato que estuda quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações. São conceitos claros que todo professor deveria conhecer e saber explicar. Da mesma forma, há centenas de trabalhos teóricos tentando conceituar o termo “criatividade” com uma sucessão de adjetivações e predicações como sendo algo mirabolante, quase desconcertante. É assunto de reflexão de muitos cientistas e escritores. Para Lev Vygotsky[2], a criatividade é a atividade que faz do homem um ser que se volta para o futuro, erigindo-o e modificando o seu presente. Enfim a humanidade chegou até aqui devido a sua criatividade. Já Antonio Damásio, no seu livro “O erro de Descartes”[3], diz que criar é fazer combinações de ideias que se unem para solucionar um problema e não a junção de ideias que não se relacionam e que não contribuem para resolver determinadas questões. Mais significativa ainda é a observação de Philip Kotler que cita em sua “Bíblia da Inovação” escrita em conjunto com Fernando Trías De Bes[4]: “É verdade que a criatividade — o mais humano dos talentos — quando aplicada ao negócio, leva à inovação. No entanto, uma organização repleta de pessoas criativas, não é necessariamente uma organização inovadora”. Criar só é possível quando o cérebro detém uma grande variedade de conhecimentos e informações, fazendo com que as associações de ideias ocorram de forma fluida e direcionada. Portanto, é nas instituições de ensino que deveria crescer a importância da criatividade. Duailibi e Simonsen Jr.[5] propõem a distinção: a “criatividade” é a faísca, a “inovação” é a mistura gasosa. A primeira dura um pequeno instante, a segunda perdura e realiza-se no tempo. É a diferença entre inspiração e transpiração, descoberta e trabalho. Mas de forma mais clara podemos dizer que a criatividade está associada à intuição e a inovação à racionalidade. Não existe inovação sem criatividade, pois a inovação é a aplicação prática da criatividade. Uma ideia resultante de um processo criativo só será considerada inovação caso seja realmente aplicada. Do contrário, é apenas uma invenção. Assim, invenção é transformar dinheiro em ideias, enquanto inovação é transformar ideias em dinheiro. Inovação pode ser também tratada da seguinte forma: “fazer mais com menos recursos”, por permitir ganhos de eficiência em processos produtivos, administrativos, financeiros, prestação de serviços, além de potencializar e ser motor de competitividade. A inovação quando cria aumentos de competitividade pode ser considerada um fator fundamental no crescimento econômico de uma sociedade. O mais importante de tudo é que a inovação tem uma tipologia diferenciada, que deve ser adotada ao ensino da seguinte forma:
  1. Inovação do produto (de cursos). Introdução no mercado de novos ou significativamente melhorados produtos ou serviços. Inclui alterações profundas em suas especificações técnicas, componentes, materiais, software incorporado, interface com o utilizador ou outras características funcionais;

2. Inovação do processo (currículos). Implementação de novos ou melhorados, processos de produção ou logística de bens ou serviços. Inclui alterações significativas de técnicas, equipamentos ou software;

3. Inovação organizacional. Implementação de novos métodos organizacionais na prática do negócio, organização do trabalho e/ou relações externas;

4. Inovação em marketing. Implementação de novos métodos de marketing, envolvendo melhorias significativas no design do produto ou embalagem, preço, distribuição e promoção, até criar-se um novo mercado.

Mas se fôssemos pensar em ensino, a criatividade e a inovação deveriam estar orientadas com o objetivo de permitir maior desempenho em ações que privilegiem diferentes alternativas. Estas, enumeradas seguir, são provocativas e buscam despertar a reflexão de nossos leitores:
  1. novas metodologias de ensino-aprendizagem;
  2. modelos de ensino baseados no mundo virtual;
  3. estruturas curriculares inovadoras;
  4. conteúdos ancorados em atividades práticas;
  5. atividades complementares diferenciadas;
  6. pesquisas - laboratório de ideias;
  7. atividades de interesse comunitário;
  8. técnicas de pensamento crítico;
  9. aprendizado por problemas;
  10. ensino baseado no trabalho;
  11. oferta de cursos para áreas emergentes;
  12. seminários sobre temas instigantes;
  13. eventos com características inusitadas;
  14. projetos colaborativos;
  15. busca dos maiores talentos da instituição;
  16. flexibilização curricular no ensino em articulação com a educação a distância;
  17. integração social mediada pela www;
  18. inovações premiadas pela instituição de ensino;
  19. inteligência coletiva pelo aprendizado colaborativo;
  20. motivação pela autoaprendizagem em projetos especiais, além de outras dezenas de possibilidades
O ensino precisa das inovações para melhorar continuamente sua sustentabilidade e sobrevivência, e este é um dos grandes desafios dos dias atuais. Devemos ensejar e propiciar oportunidades inovadoras para que os desafios atuais da educação sejam superados. Precisamos, pois, da criatividade, das ideias e das inovações de todos os profissionais da educação em todas as áreas – da gestão à aprendizagem, envolvendo todo o processo de transformação e preparação dos que buscam o sistema educacional para sua autorrealização pessoal e profissional. Mas, por que inovar, ou melhor, por que não inovar? Existe no ensino superior brasileiro um cenário competitivo no qual a escolha do estudante por um curso está baseada no valor mais baixo da mensalidade. Ele quer o diploma de curso superior e depois entrar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo há pesquisas como a realizada pela Mackinsey, mostrada em artigo anterior (leia aqui), onde estão claros os desejos dos universitários mais antenados com os novos tempos que, lamentavelmente, nossas escolas superiores não conseguem oferecer. Há uma dissociação da demanda do que o estudante quer com a oferta de cursos. Anualmente mais de oitocentos mil universitários abandonam o sistema, no qual os ingressos são menores do que a evasão. Acreditamos que isto só poderá ser rompido com criatividade e inovação para se atingir a sustentabilidade das atividades educacionais das nossas instituições. Trata-se de um desafio de todas as horas para quem deseja permanecer na atividade de ensinar.   [1] The intuitive mind is a sacred gift and the rational mind is a faithful servant. We have created a society that honors the servant and has forgotten the gift. [2] O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky, pensador bielo-russo e teórico do ensino como processo social. Sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, inclusive no Brasil. [3] http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=10614 [4] Philip Kotler e Fernando Trías de Bes."A Bíblia da Inovação". Editora Lua de Papel, 2011. Kotler, com dezenas de publicações em seu nome, é a personalidade mais reconhecida no mundo quando o assunto é marketing. Fernando Trías de Bes é economista e também atua como Professor de Gestão de Marketing em Barcelona. [5] http://www.buscape.com.br/criatividade-e-marketing-roberto-duailibi-harry-simonsen-jr-857680039x.html#precos    

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