“Se você não tem instrumentos de avaliação, não sabe se uma política funcionou ou não, se deve ser continuada, extinta ou ampliada. Eu tenho R$ 100 para gastar. Onde vou gastar? Qual é a prioridade: o Fies, o Pronatec ou o crédito subsidiado?” (Marcos Lisboa, economista)Os setores da mídia que cobrem educação divulgaram, nestas últimas semanas, diversos temas de forma isolada que, a meu ver, fazem parte do mesmo problema. Estão, de fato, interligados profundamente porque compõem os processos de políticas públicas do país visando ao desenvolvimento de recursos humanos. Entre eles, podem ser citados:
- Desaceleração e limitação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), maior programa de inclusão social de estudantes de menor renda ao ensino superior, reformulado pelo Governo Luiz Inácio Lula da Silva e estimulado pela presidente Dilma Rousseff;
- Descumprimento do sistema de dedicação exclusiva dos professores e desenvolvimento de atividades de objetivo privado registradas em algumas universidades públicas;
- Preocupação do ministro Renato Janine Ribeiro, desde o primeiro dia de sua posse, com a racionalização dos gastos das universidades federais em tempos de escassez de recursos orçamentários;
- Recorrência da questão do caráter gratuito das universidades públicas para atender estudantes oriundos das classes mais abastadas;
- Ausência de um organismo preocupado em avaliar, dentro do conceito custo-benefício, os R$ 714 bilhões que foram gastos, desde 1950, nas universidades públicas.