ABMES comemora 33 anos de trabalhos dedicados ao ensino superior

Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular

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Só o grupo pode resistir e recompor os traços de seu passado. Só a inteligência e o trabalho de um grupo podem reconquistar as coisas preciosas que se perderam, enquanto estas são reconquistáveis. Quando não há essa resistência coletiva, os indivíduos se dispersam, são lançados para longe, as raízes partidas. (Ecléa Bosi)[1]

Ao comemorarmos o trigésimo terceiro aniversário da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) – “idade de Cristo” – reverenciamos, em primeiro lugar, a memória de Vera Costa Gissoni, que nos deixou no início desse ano para continuar sua missão missionária numa outra dimensão. Costumávamos dizer que ela, tal qual João Baptista, peregrinou pelo Brasil, do Oiapoque ao Chuí, no início da década de 1980, em busca de parceiros dispostos a instituir uma associação que unisse e representasse as instituições de ensino superior particulares do país. Sua jornada visionária e vitoriosa culminou com a constituição da ABMES, então ABM, em 30 de agosto de 1982, numa histórica reunião na cidade do Rio de Janeiro. No momento de criação da associação, como observa Paulo Newton Paiva Ferreira, um dos fundadores, “vivíamos o clima de preconceito e de vezo ideológico instalado na área pública e não tínhamos o foro e a voz que falasse por nós. A ABMES foi criada para isso, para ser nossa porta-voz e representante sempre que nossos direitos precisassem ser respeitados”. Nenhum de nós, jovens mantenedores presentes naquela data e imbuídos dos mesmos ideais, poderia imaginar que passadas mais de três décadas teríamos tantas razões para comemorar este nosso 33º aniversário. A trajetória de sucesso da ABMES permitiu, de forma natural, a conceituação de sua missão – embora latente desde o início – de “contribuir para o desenvolvimento global das instituições mantenedoras associadas e defender a livre iniciativa visando à melhoria da educação superior no país”. Além disso, consolidou as bases para a definição e concretização de seu projeto institucional de forma coletiva e inovadora. Nesse sentido, gostaríamos de destacar em segundo lugar que, ao lado de mantenedores mais velhos e experientes, novos e competentes afiliados engrossaram nossas fileiras, arregaçaram – e continuam arregaçando – as mangas na adequação de nosso projeto às necessidades atuais das instituições mantenedoras e mantidas, tornando a ABMES a entidade representativa por excelência do ensino superior particular. Creditamos, pois, nossas conquistas, em grande medida, ao esforço conjunto de nossos associados que foram capazes também de assumir posições corajosas voltadas à defesa intransigente do ensino superior particular. Isto não quer dizer que tenhamos superado todos os obstáculos, pois eles, tal como os relógios, têm um movimento pendular: vão e voltam... Mas, certamente, aprendemos a andar com nossas próprias pernas. Em outras palavras, avançamos e acumulamos importantes ganhos, embora reconheçamos que há uma longa e tortuosa rota a percorrer, cujos rumos se definem na nossa travessia. “Caminante no hay caminho, se hace camino al andar (...) golpe a golpe, verso a verso ”, diz, sabiamente, o famoso poeta espanhol Antonio Machado. Podemos afirmar hoje, com total segurança, que a ABMES nasceu, cresceu e amadureceu com a mesma vitalidade que caracterizou o espírito dos jovens fundadores. Ganhou velocidade sem perder a qualidade, ganhou credibilidade, ganhou poder e reconhecimento. Embora convivamos ainda com problemas de natureza ideológica, e mesmo de resistência em relação ao setor privado, temos agora uma voz que fala por nós. O espírito associativo ganhou corpo e realimenta as bases para o nosso trabalho. Com isso, o “cardápio de realizações” da ABMES ganhou reconhecimento público. A “marca” ABMES é garantia de trabalho sério, ético e referência para as instituições brasileiras ligadas à educação. Finalmente, conclamamos todos os que fazem parte da ABMES a comemorar, de forma conjunta, nossas conquistas. Estamos de parabéns! Mas não podemos esmorecer. A luta continua! Seguiremos com coragem para apresentar propostas fundamentadas e consolidar espaços de diálogo na arena política para que a Associação continue como protagonista do ensino superior no país e responsável por um importante legado para a educação brasileira. [1] BOSI, Ecléa. Memória e sociedade – lembranças de velhos. 3ed. São Paulo: Cia. das Letras, 1994. 484p

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