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EDUCAÇÃO FLEXÍVEL - 3

Paulo Vadas

07/12/2009 10:08:55

Prof. Paulo Vadas

Dezembro 2009

Imagine o contexto. Recém chegado aos Estados Unidos, dois anos depois concluiu o High School (segundo grau) e, aos 18 anos, em função das suas notas, foi aceito (sem vestibular) e ingressou na Universidade Estadual da Califórnia, em Northridge (California State University, Northridge – CSUN). Era o ano de 1965. Como, mesmo sendo instituição pública, os cursos são caros (a universidade pública mais barata nos Estados Unidos é mais cara do que a grande maioria das universidades particulares brasileiras), trabalhava à noite e aos finais de semana e estudava durante o dia para pagar o valor do seu curso. No primeiro semestre, se matriculou em tempo integral: cinco disciplinas de educação geral. O trabalho, no entanto, ocupava boa parte do seu tempo e, ainda sem muita experiência em estudos universitários, foi difícil compartilhar trabalho e estudos com a carga de disciplinas em que se matriculou. Resultado: não foi muito bem – passou nas cinco disciplinas, mas com média abaixo do conceito “C” (equivalente a média 7,5 no Brasil). Foi colocado em condicional – tinha mais um semestre para levantar sua média ou seria desligado como membro do corpo discente. Um pouco arrogante, achou que seria fácil levantar sua média. Não foi. O segundo semestre, com cinco disciplinas que escolheu sem critério, foi igual ao primeiro – acabou sendo desligado da CSUN. Sorte dele: estava nos Estados Unidos. Podia se matricular em uma Community College para continuar seus estudos. Matriculou-se na Santa Monica City College - SMCC. Só que, desta vez, foi muito mais criterioso. Matriculou-se em só uma disciplina do chamado “Summer Courses”  (disciplinas condensadas e cursadas mais rapidamente, durante o verão). Passou com conceito “A”. No semestre imediato, se matriculou em tempo parcial: só duas disciplinas, mas, desta vez, elas foram escolhidas com critério – eram disciplinas mais “fáceis” (aprendeu que a escolha das disciplinas no terceiro grau era uma decisão estratégica do aluno). Tirou conceito “A” nas duas. Para não ficar muito para trás, no semestre seguinte resolveu arriscar: se matriculou de novo em tempo integral: cinco disciplinas, todas elas escolhidas com muita cautela. Passou em três com conceito “A” e duas com conceito “B”. Agora, sua média global estava acima do conceito mínimo “C”. Solicitou transferência de volta para a CSUN. Foi aceito na condição de manter sua média acima de “C”. Todas as disciplinas cursadas na SMCC foram creditadas pela CSUN. Feliz de poder retornar não arriscou, no primeiro momento só se matriculou em duas disciplinas escolhidas em função do grau de dificuldade que teria para estudá-las – afinal, tinha que continuar trabalhando para subsidiar seus estudos e estava preocupado em garantir sua média para não ser desligado novamente. Passou com um “A” e um “B”. Mais confiante, no semestre seguinte decidiu se matricular em três disciplinas. Passou com conceito “A” em duas e “B” em uma. No verão, decidiu se matricular na Los Angeles City College - LACC em uma disciplina “difícil”: Psicologia Fisiológica – uma disciplina que tratava dos efeitos fisiológicos no comportamento humano. Passou, com muito esforço, com conceito “A”. Agora sim, sabia que tinha aprendido a estudar. Confiante, se matriculou em mais duas disciplinas de verão. Passou com conceito “A” nas duas. As três disciplinas cursadas na LACC foram creditadas no curso da CSUN. Sua meta, agora, era chegar à média “B” (equivalente à média 8,5 no Brasil) para poder continuar seus estudos de pós graduação. Nesse meio tempo, casou-se. Agora tinha que gerenciar seu tempo para acomodar seu trabalho, seus estudos, e sua família. Ainda estava atrasado em relação à onde deveria estar em termos de disciplinas cursadas. Faltavam 15 disciplinas para concluir o curso. Na média, demoraria um ano e meio. Queria terminá-las em um ano. Planejou as disciplinas em que iria se matricular. Seriam cinco em um semestre, quatro durante o verão, e mais seis no outro semestre. Era difícil mas dava para fazer. E fez. Das 15 matérias, três concluiu com conceito “C”, cinco com conceito “B”, e sete com conceito “A”. Concluiu o curso todo com media “B”. Foi aceito no mestrado e, um ano e meio depois, aos 27 anos de idade, era mestre em Ciências Políticas. Em função da sua titulação, aos 28 anos de idade foi trabalhar no programa espacial da NASA. Aos 29, virou empresário, criou quatro filhos e se tornou financeiramente independente. Aos 40 retornou ao Brasil onde iniciou sua carreira acadêmica como professor, depois coordenador, diretor, e pró-reitor. Hoje, de volta aos Estados Unidos, está construindo sua própria universidade. Tudo isso porque o sistema educacional americano, sistema baseado em créditos, lhe proporcionou as oportunidades de acesso, a possibilidade de fazer seu curso no seu tempo, escolhendo as disciplinas que mais iam ao encontro do que ele queria aprender, cursando tantas disciplinas quantas podia cursar em um determinado semestre e buscando compatibilizar seu tempo de estudo com seu tempo de trabalho e seu tempo com a família. Tudo isso também porque o nível superior americano, com todas as suas diferenças de cursos e disciplinas, proporciona amplas oportunidades de aproveitamento das disciplinas cursadas, independente de onde elas foram cursadas. Em suma, esta é a história da minha vida e das oportunidades que tive para poder chegar aonde cheguei. Pergunto, será que eu teria essas mesmas oportunidades no Brasil? Porque é possível nos Estados Unidos e não no Brasil? Porque o Brasil não adota um sistema flexível de educação superior que vá ao encontro das necessidades e capacidades do aluno, principalmente em relação ao acesso universal – sem vestibular ou qualquer barreira competitiva. Porque não se adota o sistema por créditos de forma ampla para que os alunos possam aproveitar ao máximo seus estudos e conhecimentos? Porque não se adota o sistema de créditos para que o aluno possa cursar seu curso no seu tempo, estudando em tempo integral ou em tempo parcial de acordo com sua disponibilidade financeira e temporal? Porque não se adota o sistema de créditos para que TUDO que já foi estudado ou aprendido possa ser aproveitado quando um aluno se transfere de uma IES para outra? Em outras palavras: está na hora de se adotar um sistema educacional prático; pertinente às necessidades de cada aluno; relevante para uma sociedade que busca a rápida e contínua capacitação da sua força de trabalho, sem desperdícios; flexível para que o aluno possa aprender em função da sua disponibilidade de tempo; acessível para garantir que qualquer pessoa que queira estudar possa fazê-lo, a qualquer momento; enfim, um sistema que respeite o indivíduo e que lhe proporcione a oportunidade de conquistar uma vida digna por meio do prestígio que a educação superior confere a todos que, por meio dela, obtém seus diplomas.  

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