“As habilidades sociais não são características dos indivíduos, mas sim dos comportamentos de cada um, pois trata-se de uma habilidade social e é determinada pelo seu conteúdo e as suas consequências, onde desempenha um papel importante na determinação das condutas que devem ser consideradas corretas”. (Caballo, 2005 e Stephen y Lang, 2004)[4]Sendo assim, quando o indivíduo e/ou um grupo aprendem a desenvolver suas habilidades sociais, constroem juntos, pois estão motivados e convivem em harmonia de objetivos e metas, formando um time ou uma equipe coesa e imbricados no mesmo desejo de crescimento e desenvolvimento comum. Quando estamos envolvidos numa organização educacional, somos expostos a diferentes cenários que acabam, por nos exigir comportamentos e habilidades específicas para conseguirmos lidar com nossos colegas de trabalho e alunos. A Relação Interpessoal dentro da escola, entre professor e aluno, pode contribuir para o melhor desenvolvimento e aquisição do conhecimento. Segundo Báez e Jymenex (1994): “A Educação é um processo de interação comunicativa estruturada entre diversos atores”. Como Professores, somos influenciadores de opiniões de nossos alunos. E as Relações Interpessoais contribuem ativamente no desenvolvimento cognitivo e social dos alunos. No ambiente escolar, lidamos com várias situações, colegas, chefes, pressão, estresse e cobranças. São muitos os desafios para se criar uma sinergia entre todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Então, como desenvolver estas habilidades? Sabemos que as habilidades são atributos relacionados não apenas ao saber-fazer, mas aos saberes, conhecimentos, ao saber ser e ao saber-agir. As habilidades básicas podem ser entendidas em uma ampla escala de atributos, que parte de habilidades mais essenciais, como ler, interpretar, calcular, até chegar ao desenvolvimento de funções cognitivas que propiciem o desenvolvimento de raciocínios mais elaborados e até mesmo, no desenvolvimento das relações interpessoais. Essas habilidades podem ser entendidas como competências, que devem ser graduadas tendo-se em vista o nível de complexidade da entrega de cada indivíduo. Tal graduação permite um melhor acompanhamento da evolução da pessoa em relação à sua entrega para a organização a qual está inserida. Uma vez que graduamos as competências em relação à complexidade da entrega esperada, temos uma escala mais adequada para acompanhar sua evolução. Podemos observar o crescimento e maturidade de uma equipe quando existe:
- Comprometimento e Responsabilidade;
- Comunicação entre os membros do grupo;
- Liberdade para que todos expressem suas necessidades, medos, ideias;
- Persistência nos objetivos;
- Aceitação de novas pessoas ao grupo;
- Confiança;
- Integração satisfatória dos objetivos individuais;
- Educação entre os membros do grupo;
- Cooperação.
O Coaching é a melhor e mais eficiente metodologia de desenvolvimento e capacitação humana que existe atualmente, e também a carreira que mais cresce no mundo. É um conjunto de conhecimentos, técnicas e mais de 100 ferramentas que, aliadas a diversas ciências como a administração, a gestão de pessoas, os recursos humanos, psicologia, neurociência, visam o alcance de resultados rápidos e assertivos em todas as áreas da vida do indivíduo: pessoal, profissional, social, familiar e espiritual. O Coaching pode ser aplicado individualmente ou em grupo, sempre com o auxílio de um profissional chamado Coach, que é o responsável por conduzir o processo. O objetivo principal é aumentar a conquista de resultados e levar o cliente a alcançar seu estado desejado, saindo do estado atual. Por meio do “Coaching”, os profissionais desenvolverão todas as habilidades necessárias para expandir o relacionamento interpessoal, entre elas: comunicação, liderança, trabalho em equipe, adaptação a mudanças, foco, motivação, aumento de performance e de produtividade, respeito as diferenças, planejamento e feedbacks. Já, para a expansão no relacionamento intrapessoal, são trabalhados aspectos como o autoconhecimento, emoções, sentimentos, autocontrole emocional, quebra de crenças e barreiras limitantes, definição de valores e missão de vida, definição de objetivos e metas pessoais e profissionais, autoestima, autodesenvolvimento e melhoria contínua. (José Roberto Marques, 2014)[5]Assim, a habilidade intrapessoal é a nossa relação com os nossos desejos, angústias, emoções e tudo que se refere aos nossos próprios sentimentos, sejam eles, positivos ou negativos. O relacionamento interpessoal refere-se à relação com os outros, é a competência por meio da qual o indivíduo se relaciona bem com as pessoas que interage. É a habilidade para entender e responder adequadamente aos temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas. Dentro do que foi lido e pesquisado, considero que o relacionamento humano, além, de desafiador, de alguma forma, deve sempre superar o perfil técnico. Percebemos que muitos líderes que eram inaptos na área que chefiavam, mas por outro lado, eram carismáticos, excelentes em delegar atividades e responsabilidades, e muito efetivos em suas missões. Nesse ínterim, o ideal é que, exista um equilíbrio entre uma boa formação acadêmica, um bom equilíbrio emocional, alguns “dons naturais”, dedicação, e empatia pelo próximo, independente, dele ser um igual na escala hierárquica, superior ou inferior a posição que o indivíduo ocupe. A Relação Intrapessoal e Interpessoal deve ser praticada todos os dias, pois saber se relacionar com os colegas no trabalho é tão relevante quanto ter competência profissional. Como pretendemos criar pontes entre nós indivíduos, pessoas com falhas inúmeras e anseios diversos, sem antes, procurarmos desenvolver dentro de nós a habilidade emocional, que com toda certeza fará a diferença que precisamos para aprendermos a lidar com as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia. Ao ler inúmeros artigos, matérias e textos sobre Relações Interpessoais e, pesquisando outros mais, me deparei com uma mensagem no Site “Momento Espírita”[6] que em um texto de autoria desconhecida, exprime bem o significado de Criar Pontes. Segue na integra o escrito.
Construindo Pontes! Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. O que começara com um pequeno mal-entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu bater à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro em sua mão, que lhe disse: – Estou procurando por trabalho, talvez você tenha um serviço para mim? – Sim! – disse o fazendeiro. – Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho, na realidade, meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo. – Acho que entendo a situação, – disse o carpinteiro. – Mostre-me onde estão o martelo e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito. Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca! Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado do riacho ao outro. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou: – Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei! No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte. Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partir para construir mais pontes. (Autoria desconhecida)[7]Dessa forma, podemos analisar e chegar à seguinte consideração que, entre nós profissionais, também deveriam haver mais pontes, para que pudéssemos nos aproximar mais uns dos outros. Essas pontes poderiam extirpar todos os abismos que nos separam uns dos outros, eliminar as tantas “coisas” que nos separam. Criar pontes entre nós, prolonga, facilita e multiplica as oportunidades para o encontro e desenvolvimento de um trabalho em excelência, além, de propiciar o desenvolvimento constante das habilidades e inteligências emocionais. [1] Aversa, Pablo. Opus citatum, 2012. [2] TZU, Sun. A Arte da Guerra. Ed. Jardim de Livros.1910. [3] Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17ª. Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. [4] Habilidades interpersonales. Concepto, importancia, componentes y modelos. -bueno1001.pdf. Disponível: Elearning UAB – UC Relações Interpessoais. [5] Marques, José Roberto, 2014. Relacionamento Interpessoal e Intrapessoal no Trabalho: Saiba como desenvolver essas habilidades. José Roberto Marques, é Presidente Fundador do IBC, Master Coach Senior e Trainer. Disponível em: https://etiquetaprofissionalromaly.wordpress.com/2014/10/03/relacao-intrapessoal-e-interpessoal-saber-se-relacionar-com-os-colegas-no-trabalho-e-tao-relevante-quanto-ter-competencia-tecnica/ [6] Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada. Em 16/11/2010. Disponível em: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=138&stat=0 [7] Momento Espírita. Opus citatum, 2010. Referências Complementares Lages, J.R.2010. Relação Intrapessoal e Interpessoal. Disponível em: http://blog.jrlages.com.br/2010/09/relacao-intrapessoal-e-interpessoal/. Relações Interpessoais - Apostila Senac. Ed. Senac, 2014. Prof.ª Claudia Helena. Relações Interpessoais. 2011. Disponível: http://pt.slideshare.net/LeandroLopes3/relacionalmento-interpessoal