A formação contínua deve ser suficientemente diversificada, de modo a assegurar o complemento, aprofundamento e atualização de conhecimentos e de competências profissionais, bem como possibilitar a mobilidade e a progressão na carreira. Lei nº 46/86 de 14 de OutubroAlém, deste item, refletindo, também, para poder fazer uma analogia mais coerente e realista do momento ao qual vivemos, Lembrei-me de uma entrevista cedida pelo o Dr. Prof. Mário Sergio Cortella[ii], a Revista Escola Particular, onde ele pondera que: “No contexto atual da educação, temos alunos do século XXI, professores do século XX que utilizam uma metodologia do século XIX”, bom, preciso procurar de uma forma ou outra conseguir expor minha posição de educadora que, de fato, procura estar sempre à frente dos alunos, para despertar neles (alunos) interesse em descobrir mais. Sou extremamente digital, percorro a internet a “caça” de novos meios e métodos para ensinar, pois, eu sei que meus alunos, vivem mergulhados na rede, então, percebo, que em pleno século XXI, docentes que insistem em se manter no obscurantismo, com tanta tecnologia eclodindo em cada "esquina", o professor do século XXI tem que pensar como se estivesse beirando o Século XXV. Sim! Beirando o século XXV. Pois, creio, que nós professores precisamos estar inúmeros passos à frente de nossos discentes. Sagacidade é o que falta para nossos professores. São pouquíssimos os que procuram se aprofundar nas tecnologias. Parecem sentir medo! “Estar à frente de nossos alunos é o mesmo que ser espelho deles!”, creio nisso. Não sei se estou conseguindo me expressar bem, mas, vamos lá! O professor tem que ser espelho de seu aluno, onde, ele possa mostrar com habilidade e responsabilidade, o que as ferramentas tecnológicas podem fazer para o crescimento do ser humano. Quando o professor se capacita, e aprende a refletir mais sobre sua formação, ele passa a ser “o Educador” ao invés do simples “mais um professor”. Precisamos resgatar o respeito ao docente, mas enquanto o mesmo continuar agindo e utilizando metodologias obsoletas e arcaicas, ele jamais será digno de admiração de seus alunos. Eu lembro quando fiz o curso de web designer, nossa eu ficava de boca aberta, olhando meu professor fazer “miséria” com o programa Corel Draw e Photoshop. E eu queria aprender a ser melhor que ele naquilo. É disso que me refiro! O aluno, precisar querer aprender a fazer o correto com professor e ser melhor, quem sabe, que ele, para que, a banalização não só, do respeito aos professores acabe, como também, ao da educação, da família. Nós educadores, sempre fomos sinônimo de respeito e exemplo para nossos alunos, mas quando deixamos de nos atualizar, estudar e aprender a aprender, perdemos não só o respeito, como também, perdemos a referência para nossos alunos. Acabou a graduação? Então, vamos continuar, qual a próxima meta? Se especializar. Concluiu a especialização (Pós-graduação)? O que temos como meta? Qual próximo nível? Stricto Sensu (mestrado ou doutorado). Um, dois, três, quatro mestrados, não pare! Finalizou o mestrado? Acabou? Ainda temos mais um degrau para subir. Doutorado? Sim! Quantos quiser, quantos puder. Findaram as possibilidades? Claro que não! Mas, se não puder ou não quiser um mestrado e/ou doutorado, ao menos, continue todos os dias a ler. A estudar. A viver. Continue a aprender a aprender. Todos os dias. Seja um educador inovador, criativo, dinâmico, visionário! Exemplo para seus alunos. Tenha conhecimentos contínuos. Diários. Acredite, se você educador, ama o que faz, não esqueça, lá fora da escola, é tudo mais idílico, encantador, curioso; você pode perder seu aluno para qualquer um. Ruben Alves (2002)[iii], cita em seu Livro Por uma educação romântica: Gaiola ou Asas? que,
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Ruben Alves (2002)É isso! A escola precisa junto com seus gestores, professores e equipe pedagógica, aprender a encantar, encorajar, a escola não pode simplesmente, dar as respostas as perguntas realizadas, ela precisa encorajar os alunos a irem atrás das respostas diferentes das já existentes. Percorrer o desconhecido e aprender com o novo. Ruben Alves nos induz a refletir sobre nossas práticas pedagógicas, de forma que consigamos despertar o sentimento de alvedrio em aprender, para podermos demonstrar aos nossos alunos coisas novas, sem aprisionar ou deter a criatividade dos mesmos, pois, se não demonstrarmos o quão importante é para o educando, aprender, com métodos e técnicas ousadas, criativas, instigantes e novas, a escola continuará a ser um campo de batalha entre professor e aluno, onde, o docente será sempre desrespeitado, desvalorizado e leis e mais leis, terão de ser impostas aos alunos para que eles venham a respeitar os docentes, dentro e fora de sala. Posso até ser meio radical, ou fora da casinha, como muitos dizem, mas eu obtenho mais resultados, quando eu insuflo e excito meus alunos a pensar. Não gosto do óbvio, não existe apenas uma resposta, elas são diversas. Não basta ter uma formação continuada, ela precisa ser contínua... o hábito de ler, para o professor deve ser imprescindível, é sine qua non! O professor que tem esse hábito encanta seus alunos. Sei disso na prática! Pois, já despertei em diversos alunos a paixão pela leitura, depois de contar a quantidade de livros que leio por mês, e o aplicativo que utilizo para leitura em meu tele móvel. Me sinto realizada, quando um aluno diz que devorou um livro e me conta em detalhes o que sentiu ao ler. Me refiro à alunos adultos, agora imagine, se todos nós professores despertássemos esse hábito em nós mesmos e consecutivamente, nos alunos? Teríamos menos traficantes, bandidos, estupradores, enfim, apresentaríamos a sociedade, mais profissionais intelectuais, habilidosos e responsáveis, aptos a desempenhar qualquer tipo de atividade, e assumir quaisquer tipos de responsabilidades. [i] Docente do Instituto de Educação e Psicologia da universidade do Minho, Portugal. E-mail: anasilva@iep.uminho.pt [ii] Entrevista realizada pela Revista Escola Particular - por Paula Hernandes, com o Filósofo Dr. Prof. Mário Sérgio Cortella. Disponível em: http://www.methodus.com.br/artigo/840/precisamos-ter-desejo-pelo-conhecimento.html [iii] Alves, Rubem. Por uma educação romântica – Gaiolas ou Asas? Campinas/SP: Papirus, 2002. 207p.