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Hong Kong exemplo de reforma educacional na China

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

29/03/2016 04:41:01

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular
***
Países que tratam educação como assunto estratégico colhem desenvolvimento econômico.   Hong Kong, uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, tem uma história singular. Território chinês, que se tornou colônia do Império Britânico após a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842), foi ocupado pelo Império do Japão durante a Guerra do Pacífico (1941-1945), após a qual o controle britânico foi retomado até 1997, quando a China reassumiu a soberania da cidade. Apesar destas circunstâncias — que poderiam comprometer radicalmente sua economia e demais setores, inclusive o educacional —   Hong Kong é um dos quatro Tigres Asiáticos, ao lado de Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan. O que há em comum entre eles? A capacidade de traçar um plano eficaz para levantar a economia e transformá-los em potências industriais, preocupadas com incentivos à infraestrutura e à educação. Havia escolas chinesas em Hong Kong antes da colonização britânica, mas elas atendiam a menos de 1% da população, em geral por menos de um ano. Durante o período colonial, a educação foi ministrada principalmente por missionários. Ao final da Segunda Guerra Mundial, quando da retomada da ilha pelo Império Britânico, a matrícula escolar era de menos de 50 mil estudantes numa realidade de escolas em ruínas, com equipamentos destruídos e escassez de professores. O crescimento do sistema escolar tomou corpo em 1949 com uma maciça imigração vinda da China continental em razão de Mao Tsé-tung ter implantado o comunismo no país. Em Hong Kong, desde 1971, a educação primária é oferecida gratuitamente para toda a população e, em 1978, a educação gratuita e obrigatória se estendeu ao ensino secundário até o terceiro ano, garantindo assim nove anos de escolarização. Desde o retorno do domínio chinês em 1997, o sistema educacional tem sofrido várias mudanças. Fugindo um pouco do britânico (cujas características, no entanto, são sentidas até hoje), o modelo introduzido no início do ano letivo de 2009/2010 se assemelha mais ao da China continental e ao americano. Essa reforma permitiu que a maioria dos estudantes conseguisse completar 12 anos de educação graças à exclusão de taxas e a possibilidade de realização de uma série de exames públicos no ensino médio. O novo sistema colegial também passou a incluir três anos adicionais de aprendizado nesse nível de ensino, culminando com a obtenção do diploma do Ensino Médio de Hong Kong (HKSDE), que qualifica o estudante para a admissão em uma série de cursos de nível superior. O moderno sistema educacional de Hong Kong teve origem em sua longa tradição cultural de trabalho árduo. Na verdade, Hong Kong é uma das duas regiões administrativas especiais da República Popular da China (RPC) — a outra é Macau —, com poucos recursos naturais, que apostou pragmaticamente na educação como fonte de geração de riqueza. Ao lado desse pragmatismo, outros fatores marcam sua filosofia de ensino:
  1. Paternalismo — trata-se da obrigação de guiar e proteger quem se encontra mais abaixo na escala social. Esse paternalismo apresenta-se sob várias formas: confucionista, colonialista, burocrático, evangélico;
  2. Língua — a utilização do inglês como meio de instrução, até há poucos anos, e a convivência com o vernáculo (cantonês) e o mandarim sempre estiveram no centro dos debates sobre educação;
  3. Fragmentação social — a relação entre as duas comunidades históricas mais importantes de Hong Kong, a chinesa e a britânica, sempre foi simbiótica;
  4. Cultura da responsabilidade — comum aos Tigres Asiáticos, é um dos fatores relevantes do sucesso do modelo educacional, com o envolvimento de todos os agentes envolvidos. Alunos e pais se responsabilizam pela educação e a sociedade valoriza os professores e a academia;
  5. Respeito pelos acadêmicos — tradicionalmente os professores têm sido venerados e tratados com respeito. Paradoxalmente, esse mesmo respeito tem tornado difícil o desenvolvimento de programas de formação de professores com ideias mais modernas;
  6. Ética de trabalho — como grande parte dos habitantes de Hong Kong foi imigrante em algum momento histórico, a ética foi centralmente adotada, sobretudo em relação à educação como chave para a mobilidade social.
Apesar desses fatores, trata-se de um ensino baseado na hierarquia e reconhecido, até há bem pouco tempo, por não primar pela criatividade, mas a ganhar pela “decoreba”. Em vez de serem incentivados a pensar de forma dinâmica, os estudantes eram incentivados a aprender por memorização e, em seguida, repetir o que aprenderam, palavra por palavra, na moda “papagaio”. Mas, cada vez mais, Hong Kong vem implementando novas práticas de ensino visando ao desenvolvimento de competências para o século XXI, como criatividade, resolução de problemas e comunicação. Nancy Law[1] é líder do projeto Learning Design Studio, da Universidade de Hong Kong, que visa auxiliar os professores a planejar suas aulas com foco nas habilidades do novo século. Trata-se de uma plataforma online para apoiar a construção colaborativa e o compartilhamento de práticas pedagógicas e projetos de ensino cujo objetivo é contribuir para transformar professores instrutores em designers de experiências de aprendizado. Segundo Nancy,
Por meio a ciência, sabemos cada vez mais como as pessoas aprendem e a importância da aprendizagem enquanto processo construtivo, em que o estudante esteja ativamente engajado. Os professores desenham as experiências de ensino que vão garantir isso, considerando as questões locais do seu contexto escolar.
Para ela, o uso da tecnologia na educação deve ir além do acesso às novas ferramentas e incluir planejamento pedagógico eficiente para conduzir profundas melhorias na aprendizagem de crianças e jovens. Nancy defende que é preciso alterar o foco: sair da tecnologia como infraestrutura com um fim em si, para a tecnologia como um apoio às mudanças de práticas. Esse processo deve incluir, segundo ela, espaço para a diversidade e uma arquitetura própria para interação e comunicação entre os diferentes atores envolvidos no processo de ensino a aprendizagem. Bob Adamson, chefe do Departamento de Educação Internacional e Aprendizagem Continuada do Instituto de Educação de Hong Kong (HKIEd), afirma:
Há uma sensação de que a nova economia em Hong Kong — indústria de serviços — requer atributos de educação integral do indivíduo e competências relativas à inteligência emocional, como criatividade, pensamento crítico, empreendedorismo, comunicação e resolução de problemas.
Hong Kong é um forte exemplo de reforma educacional na China, juntamente com Xangai, e está entre as primeiras cidades a alcançar o ensino fundamental e o médio universais. Além disso, o engajamento dos estudantes é uma forte exigência, pois alunos não aplicados não são tolerados. A ênfase na educação é comum aos Tigres Asiáticos, inspirados pela filosofia confucionista, que têm uma relação muito forte com o estudo e os valores do trabalho. O investimento em educação, tecnologia e transportes e a adoção de uma economia de mercado permitiram que os Tigres Asiáticos se desenvolvessem de forma marcante: Hong Kong elevou sua renda per capita em cinco vezes mais que a da China continental. “Cá entre nós”, o Brasil não pode ignorar esse exemplo.   [1] Nancy Law é diretora do Centro de Tecnologia da Informação para Educação da Faculdade de Hong Kong. Ela pesquisa o uso de novas tecnologias para suporte de pedagogias inovadoras e também busca desenvolver e avaliar padrões de implementação de novas ferramentas que convertam projetos em atividades de ensino. 2 

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