Luciano Blumentritt
Diretor da Estácio/RS
Jornal do Comércio, publicado em 20/12/2016
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Diante de um ambiente em constante mutação, o mercado e a sociedade como um todo exigem uma nova postura das instituições de ensino. Vivenciamos um período em que tudo muda o tempo todo, onde as tecnologias criaram uma ampliação do espaço no qual recebemos milhares de informações. Nesse cenário, ficou cada vez mais difícil gerir o tempo, ou melhor, arranjar tempo.
Há três anos, o futurista Michell Zappa divulgou um infográfico que indicava 2016 como o marco de avanços no ensino, com salas de aula digitalizadas, além da disseminação da informação em qualquer lugar, não só na escola. As previsões foram confirmadas e o mercado da educação superior privada no Brasil, que já soma 5 milhões de alunos, está se consolidando cada vez mais como um modelo híbrido de ensino, ou seja, uma mistura de elementos de aulas presenciais e a distância.
Com base nesse formato, as aulas são mais dinâmicas, acessíveis e flexíveis aos alunos, pois eles podem escolher onde e quando querem aprender. Percebemos, por meio dos números, que a transformação do ambiente de aprendizagem já é uma realidade: de 2014 para 2015, 51% das instituições aumentaram os recursos destinados à melhoria e implementação do ensino a distância, de acordo com os dados do Censo EaD Brasil.
Isso significa um aumento de demanda dos cursos on-line pela nova geração que já nasceu em um ambiente totalmente digital e que considera tempo, dinheiro. É preciso acompanhar essa evolução diariamente e entregar ao aluno um conteúdo de qualidade que não difere da formação presencial. No entanto, ele também tem responsabilidade em relação ao desenvolvimento deste formato, para que, dessa forma, a sociedade como um todo não faça mais distinção entre o ambiente físico e on-line. A escolha sobre cursar semestres na modalidade presencial ou à distância pode e deve ser do próprio acadêmico.