a) a árdua luta dos pais pela sua sobrevivência profissional;
b) o necessário cumprimento dos deveres no importante papel de provedores;
c) que a dedicação ao trabalho é fator de realização pessoal e é modelo de responsabilidade.
Busca-se, evidentemente, a prevalência do bom senso, da medida, do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar. Nesse contexto, importa mais a qualidade do afeto que a quantidade de tempo disponível aos filhos. O abraço afetuoso, o beijo estalado, a imposição de limites, o diálogo objetivo e adequado à idade, o acompanhamento do rendimento escolar, a presença nos momentos de lazer ou doença e a transmissão (pela palavra e pelo exemplo) de valores éticos e de cidadania, podem ser praticados diariamente — com ênfase nos finais de semana — por pais que trabalham cerca de oito, nove ou dez horas por dia. O consultor Gutemberg B. de Macedo dá seu depoimento em um de seus livros: “Conheço executivos bem-sucedidos que mantêm uma vida balanceada. São bons profissionalmente e, até prova em contrário, bons maridos, bons pais, bons líderes e bons cidadãos. O segredo? Saber dividir, compartimentar esses diferentes papéis. É preciso parar para refletir com profundidade. A vida é uma bênção de Deus. Desequilibrá-la é destruí-la. E destruí-la é uma espécie de estupro da própria divindade. Se Ele descansou, quem afinal você pensa que é para querer ir além”? “Devo dar segurança do meu amor” – deve ser um mantra diário de todo o pai. Significa, sim, menos lazer, menos convivência com os amigos, menos academia. Mesmo cansados, posso ir além para cumprir o papel de pai (ou mãe). A paternidade responsável é uma missão e um dever a que não se pode furtar. No entanto, veem-se nas escolas filhos órfãos de pais vivos. E, na maioria das vezes, falta de tempo é apenas uma desculpa para a sua omissão. A vida profissional, apesar de suas elevadas exigências, pode muito bem ser ajustada a uma vida particular equilibrada. É uma questão de ênfase e dosagem de tempo.