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Trabalhabilidade, Braços Cruzados e Desocupados

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

04/07/2017 04:25:23

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente do Conselho de Administração da ABMES ***
“A criatividade é o recurso mais fecundo que o homem, desde sempre procurou dominar para derrotar seus inimigos atávicos: a fome, o cansaço, a ignorância, o medo, a feiura, a solidão, a dor, e a morte. Em cada esquina do planeta, em cada fase de sua evolução, a criatividade humana consegue atribuir uma forma ao caos e um significado às coisas.” (Domenico De Masi)
Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, já trazia os registros de que ao longo da história o homem sempre lutou pela sobrevivência. Desde as cavernas até os tempos modernos a humanidade se desenvolveu em todos os setores, resultado do trabalho – usando as mãos, as ferramentas, as máquinas e a tecnologia –, para vencer os desafios de sua luta diária por uma vida melhor. E tudo foi acontecendo graças ao desenvolvimento da mente humana para reduzir o esforço físico das pessoas. Há quem diga, entretanto, que trabalhar para sobreviver não será mais necessário. É o que afirma o empreendedor Peter Diamandis, cofundador da Singularity University, escola de negócios do Vale do Silício. Não disse que estaremos todos com os braços cruzados, mas sim que, decorrente do avanço tecnológico, estaremos num mundo onde todo o esforço físico será feito pelos robôs e não precisaremos mais trabalhar para sobreviver. Só para pensar, ter ideias, usufruir do lazer e buscar a realização. Enquanto isso, o filósofo sueco Nick Boström, professor na Universidade de Oxford, no Reino Unido, autor do livro Superintelligence: Paths, Dangers, Strategies (Superinteligência: Caminhos, Perigos e Estratégias), deu o alarme: “Se criarmos inteligências superiores às nossas, poderemos nos tornar obsoletos”. Se máquinas mais inteligentes e poderosas do que nós existirem, nossa sobrevivência dependerá delas. Já em entrevista para a BBC de Londres, o famoso físico britânico Stephen Hawking profetizou: “O desenvolvimento de uma inteligência artificial completa poderia significar o fim da raça humana. A evolução das máquinas ocorreria em uma velocidade crescente contra a qual os humanos não conseguiriam competir”. Daí perguntar, o que garante que elas nos preservarão? Mas Diamandis também faz colocações onde não quer se comprometer, mais próximas de um vaticínio, pois ele não sabe ao certo como a inteligência artificial vai afetar os empregos. Seria exigir muito dele. Um chute aqui outro lá e ele não sabe exatamente e acredita que ninguém sabe se ela irá criar desemprego. A verdade é que vai destruir trabalhos, algo que estamos sempre fazendo conforme a tecnologia se torna melhor. Por outro lado, também inventamos novos trabalhos para substituir os que não existem mais. Então a questão é, vamos criar novos empregos para substituir os que serão perdidos? Talvez. Ele acredita que as pessoas vão precisar atuar em parceria com a inteligência artificial de novas maneiras. Por aqui se inicia um grande dilema, se o homem vai ou não sobrepujar o próprio homem. Podemos aguardar muito sofrimento pela frente. E no atual momento brasileiro amargamos mais de 13 milhões de desempregados sem que a tecnologia seja a grande culpada. O que nos parece mais lógico é que nossos filhos e netos terão que enfrentar a trabalhabilidade nos próximos 20 ou 30 anos de maneira diferente. Nossos filhos estarão prontos para 2030? Nossas escolas estão formando profissionais para trabalhar em uma sociedade totalmente diferente da construída na era industrial? Estamos sob a ótica das grandes transformações pelas quais o mundo dos negócios já está passando e os impactos tecnológicos que continuarão demandando o nascimento de novos profissionais, cada vez mais distantes da revolução agrária e industrial e mais próximos da revolução digital. Para Luciana Allan[1], Diretora do Instituto Crescer para a Cidadania, “apesar desse futuro estar tão perto, e diria já tão presente, nossas escolas ainda insistem em manter um modelo que prepara o aluno a seguir uma carreira linear, focada em uma única área de conhecimento e onde as habilidades técnicas são mais importantes do que as socioemocionais e a capacidade de criar e inovar”. O alerta está dado: a automação da força de trabalho em funções repetitivas, que podem ser substituídas pelas máquinas, exterminará o profissional que desenvolver apenas competências facilmente executadas por robôs. Será mais valorizado quem tiver criatividade, souber se relacionar socialmente e associe saberes em diferentes campos. E as nossas escolas estão preparadas para desenvolver a ‘trabalhabilidade’ em nossos alunos? Estão prontas para formar os profissionais que o mercado irá demandar com o avanço da Inteligência Artificial? Estamos educando nossas crianças e jovens para serem criativos ou para continuar apenas a “apertar parafusos”? Acredito em 5 visões, diz Luciana Allan: 1 – Educar é muito mais do que ensinar a ler e escrever; 2 – O aluno precisa desenvolver sua força criativa para garantir sua carreira no futuro; 3 – Saber resolver problemas é uma competência indispensável; 4 – O aprendizado prático, que permita ao aluno se desenvolver enfrentando situações que serão parte da vida profissional; 5 – Fundear o alicerce para construir uma nova escola conectada com os desafios profissionais do futuro: preparar o professor. O novo professor que a atualidade exige, preparado por novas pedagogias, deverá romper o círculo vicioso do processo de transmissão-reprodução-transmissão, que enfatiza as operações de memorização e do conhecimento enciclopédico. Não basta ensinar o que é conhecido, é necessário capacitar o aluno para questionar, refletir, transformar e criar. Assim, o papel da criatividade no ensino é imperativo: criar é essencial na sociedade do conhecimento, é fator-chave para lidar com as mudanças rápidas e complexas que caracterizam o mundo contemporâneo. A criatividade no ensino superior, no entanto, ainda é pouco institucionalizada no Brasil, embora seja fundamental para a inovação, empreendedorismo e consequente sucesso das organizações. O aluno não pode mais ser visto apenas como “ matrícula”. Centrar o processo docente no aluno, respeitar a individualidade; orientar o processo de ensino/aprendizagem, para dar liberdade, mas criando responsabilidade; proporcionar um clima colaborativo, usar os dispositivos tecnológicos; desenvolver competências socioemocionais, além, é claro, da transmissão da experiência cultural e científica, revelam comprometimento com um novo fazer pedagógico. Este sim, voltado para a reconstrução permanente de saberes com vistas à formação de profissionais competentes, criativos e habilitados para o mercado. Se não apontarmos nestas direções e empregamos esforço para realizar as metas, vamos mesmo encontrar muitos braços cruzados e bastante desocupados pela frente.   [1] Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) com especialização em tecnologias aplicadas à educação  

07/07/2017

Bernardo Castello Branco

Parabéns pela matéria prof. Gabriel; espero que os robôs não entrem em greve! Abraços

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