![Gabriel Mario Rodrigues2](http://blog.abmes.org.br/wp-content/uploads/2016/01/Gabriel-Mario-Rodrigues2-150x150.jpg)
A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas ou más, foram lhe dadas pela sociedade, não pela natureza. (Charles Chaplin)O futuro tecnológico bate à nossa porta e, sem esperar resposta, invade nossa casa, nossas relações comerciais, bancárias, profissionais e afetivas, enfim, nossa vida. Para quem é um imigrante digital, como eu, esse fascinante mundo novo pode assustar, pois nos obriga a sair da nossa zona de conforto e tentar nos engajar na grande quantidade de inovações que estão por toda a parte: smartphones, aplicativos, compra de bilhetes, likes, curtidas e “cutucadas”. Estudo da eMarketer, instituto especializado em pesquisas de mercado, estima que, em 2017, um terço da população mundial, ou 2,46 bilhões de pessoas, comunicam-se em programas de redes sociais (Facebook, Twitter, etc.) pelo menos uma vez por mês. De acordo com os dados do censo anual de redes sociais, esse número representa 71% de toda a população da internet global e equivale a um crescimento de 8,2% sobre o total de usuários de redes sociais do estudo de 2016. Para 2021, a estimativa do eMarketer é ter 3,02 bilhões de pessoas em redes sociais globalmente.
![](https://blog.abmes.org.br/wp-content/uploads/2017/11/social-media-mobile-emarketer.jpg)
“As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha”, alertava o recém-falecido sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman.A internet, e consequentemente as redes sociais, parte quase indissociável da vida dos jovens, traz riscos com os quais, muitas vezes, eles não estão preparados para lidar. A última pesquisa do TIC Kids Online Brasil revelou que 79% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos estão ativas na internet – número que representa 23,7 milhões de jovens, dos quais 85% acessam por dispositivos móveis, com os quais têm mais privacidade ao navegar online, sem necessariamente ter a mediação dos responsáveis, o que aumenta exponencialmente os perigos. Em junho deste ano, o Google lançou nos EUA o projeto Be Internet Awesome: Helping kids make smart decisions online, uma plataforma informativa para pais e professores com princípios para uma internet segura. Para as crianças há um jogo interativo chamado Interland, em que elas devem combater hackers, phishers (golpistas online), oversharers (aqueles que compartilham informações em excesso na rede) e valentões, praticando as habilidades que precisam para serem bons cidadãos digitais. O objetivo é fazer com que os jovens tomem decisões inteligentes por conta própria. A tecnologia que capacitou a internet e viabilizou as redes de relacionamento foi desenvolvida pela inteligência criativa do homem. Mas, para construir a sociedade ideal, há muito a ser feito. O mundo não é perfeito, as comunidades são heterogêneas e as pessoas, individualistas. Cada um pensa sempre primeiro no que lhe é mais vantajoso. Nesse contexto a família é importante, o credo também e uma administração da sociedade mais ainda. Mas a educação tem papel fundamental, porque é na escola que se reforça a consciência dos valores morais, éticos, de justiça, de paz, de solidariedade e de compaixão, capazes de construir uma sociedade menos desigual e mais feliz. E porque não utilizar as redes sociais como ferramenta nessa construção de um mundo melhor?