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O desafio da modernização dos currículos universitários

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

23/01/2018 05:23:37

Gabriel Mario Rodrigues2Gabriel Mario Rodrigues Presidente do Conselho de Administração da ABMES *** “O aprendizado contínuo para se adaptar às mudanças globais e a estratégias de inovação são cada vez mais necessários para os países manterem a economia em crescimento.” (Thomas L. Friedman)  A evasão no sistema universitário brasileiro é assustadora, quer nas instituições particulares quer nas públicas. O professor Naercio Menezes Filho mencionou em artigo no Valor Econômico do último dia 19 que em 2014 a taxa de abandono acumulada de estudantes que se matricularam nas faculdades particulares em 2010 foi de 53% e nas públicas de 40%. Deve haver mais de duas dezenas de motivos para isso ocorrer, mas certamente a desatualização dos planos curriculares é um deles. A polêmica sobre a ineficiência do ensino superior não é nova, porém adquire contornos mais definidos neste início de século onde velhos paradigmas estão sendo rompidos e, cada vez mais, o diploma universitário perde seu valor e não capacita o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos estudantes, como seu espírito crítico e sua capacidade de resolver problemas. Hoje a questão não é saber se os alunos aprenderam conteúdos específicos de conhecimento; é se eles estão aprendendo alguma coisa. De saída podemos apontar para a péssima formação do ensino básico. E, depois, com a universidade, que não acompanha o mundo em transformação. No fim, o estudante entra na faculdade e sai da mesma forma que entrou. É isso o que pensa o ex-reitor da Universidade Harvard Derek Bok. “Apanhou muito” com os líderes acadêmicos quando apontou que, apesar dos seus muitos benefícios, as faculdades e as universidades americanas “oferecem muito menos para seus alunos do que deveriam (...) Muitos formados deixam a instituição com um diploma cobiçado e dispendioso sem poder corresponder o suficiente para satisfazer os empregadores (...) ou raciocinar claramente ou executar de forma competente a análise de problemas complexos e não técnicos”. Segundo ele, convém abraçar as mudanças e correr riscos para manter a Universidade Harvard moderna por meio de constante revisão curricular. “O ensino superior americano é uma bagunça. Com altos custos, baixas taxas de graduação, professores infelizes e estudantes amedrontados, as universidades estão prestes a ser radicalmente desestabilizadas, por mudanças maciças e tecnicamente impulsionadas”, escreve ele em seus artigos. A tarefa de entender que a universidade não pode funcionar, como vem atuando até agora é questão de sobrevivência do próprio sistema. O artigo do “Daily Signal”, publicado pela Gazeta do Povo, mostra o emburrecimento dos currículos universitários americanos.  Derek Bok, duas vezes presidente da Harvard, é citado pelo seu livro “Educação Superior na América”, que é uma analise dos desafios e oportunidades que as faculdades e universidades americanas enfrentam. À preocupação em manter Harvard sempre atual somou-se a preocupação de delinear as atuais necessidades da sociedade e dos cidadãos de um tempo histórico marcado, entre outros fenômenos, por um mundo de comunicação em tempo real, pela integração das culturas, pelas necessidades humanas globais, pelo cuidado com o meio ambiente e pelas novas formas de produção de conhecimento. A estratégia adequada expressa-se no núcleo curricular (core curriculum) descrito como mais enfático no domínio do pensamento do que no de conteúdos disciplinares. Com base nesse entendimento, foi delineado o que o estudante deveria desenvolver para assegurar as condições básicas de um indivíduo educado para o século XXI. Sua proposta curricular está organizada por meio de impactantes teorias, múltiplas disciplinas e tradições disciplinares. Não serão mais cursos introdutórios para disciplinas, quaisquer que sejam, nem cursos de responsabilidade de um departamento específico. Serão cursos integrados, rompendo com a perspectiva disciplinar que tem definido a vida acadêmica da universidade moderna. Qualquer que seja a escolha, a meta principal é o fortalecimento da capacidade crítica, do pensamento reflexivo, do desenvolvimento da argumentação fundamentada, da capacidade da leitura, da escrita, da apresentação oral e da capacidade de interpretar e utilizar os métodos quantitativos quando forem apropriados. Relacionar-se bem, dominar as técnicas de liderança e no século da inteligência usar suas capacidades criativas. Cabe à universidade criar as condições para essa inovadora forma de ensinar e apoiar a preparação de seus professores para esse novo desafio curricular. Aqui no Brasil o domínio das competências sócio-emocionais também é reivindicado como um dos objetivos principais do ensino superior. Mas o compromisso com ele parece muito distante da realidade. "A chave para a reforma educacional", escreve Bok, "consiste em reunir evidências que convencerão os professores de que os métodos de ensino atuais não estão realizando os resultados que a sociedade espera de seu sistema educacional”. E, por incrível, essas são justamente as habilidades que os empregadores esperam cada vez mais dos graduados com diploma de ensino superior. Uma pesquisa de 2013 sobre empregabilidade, feita pela Association of American Colleges and Universities, constatou que 93% dos empregadores dizem que a capacidade de pensar de forma crítica, comunicar-se com clareza e resolver problemas complexos é mais importante do que a graduação de um candidato. Estamos num novo tempo onde a economia, a tecnologia e o meio ambiente estão transformando a realidade em que a humanidade vivia. O fato é que a sustentabilidade do planeta necessita de pessoas cada vez mais preparadas técnica, profissional e socialmente para enfrentar os desafios da competição global, das demandas sociais e da qualidade de vida das pessoas. Ao nosso ver, a questão de um curso universitário não está só na estruturação de um bom currículo. E a responsabilidade de encontrar caminhos e soluções para isto deve estar além do sistema universitário, com o estado, com as empresas, com os professores, com os especialistas e com os trabalhadores. Mas, acima de tudo, com as próprias pessoas, em buscar seu desenvolvimento contínuo.  

23/01/2018

Raulino Tramontin

Caro Amigo! Artigo bem colocado e dele podemos tecer algumas considerações fundamentais: 1. A sequência de números de evasão, repetência e abandono no ensino superior brasileiro, tanto público como privado é um sinal de alerta que de amarelo passou para vermelho, pois começamos a beirar, tanto no público como no privado, 50%; 2. A produtividade ao longo dos anos sempre foi baixa, mas agora chegou a níveis alarmantes, pois isso significa custos tanto públicos – nossos impostos, como privados – falta de receitas e não cumprimento do planejamento o que inviabiliza medidas de qualidade; 3. Lamentavelmente no Brasil ao longo do tempo fomos cristalizados um cem número de cursos com nome e CPF e não saímos daí e, se por acaso, alguém se atreve a criar algo, sempre é visto como forasteiro e que cria problemas para o sistema regulatório. Aí está o primeiro problema brasileiro – a interferência absoluta do estado no sistema de ensino superior regulando tudo, não importa que agora tenham feito reformas que minimizaram algumas exigências. Mas continuamos tanto na graduação acadêmica, como tecnologia muito amarrados; 4. Temos lamentavelmente um sistema de currículos fechados – nosso sistema é por demais curricularizados o que inviabiliza uma maior prática – tudo em nome de transferências possíveis e vamos lá em nome de uma burocracia que analisa papéis e não conhecimentos, habilidades e competências; 5. Isso demonstra que o sistema esgotou o que tinha que dar. Sendo assim precisamos pensar um sistema mais aberto onde o aluno está em contato direto com a realidade do mundo do trabalho, do mundo do divertimento, do mundo da cultura, do mundo espiritual e dentro dele é que se vai construir propostas curriculares. Mas achamos que tudo deve estar na caixinha de currículos e assim os alongamos o que no final, quando o aluno termina o curso já chegou atrasado, pois o conhecimento muda a cada dois anos. Assim ele precisa, de saída começar a estudar de novo, pois o que oferecemos foi coisa de livros velhos. Somos extremamente conservadores e, no ensino particular, até podemos encontrar uma explicação, pois qualquer mudança impacta nas finanças e por isso quando mais patronizado mais fácil de controlar e é por isso que apesar de mostrar uma face a verdadeira fica escondida que são as aulas teorias em sua maioria, apesar da propaganda massiva de aliar ensino teórico com a pratica; 6. Creio que algumas instituições até tentam fazer algo de novo, inovar, criar espaço para criação, mas com cautela para não se tornar inviável; 7. Por outro lado, temos algo perverso que é a regulamentação de profissões, algo pelo seu tamanho inédito no mundo, onde são poucas as profissões controladas, isto é regulamentadas, o resto são livres e dependem do conhecimento, da competência e da habilidade; 8. Apesar da propaganda, o diploma continua ainda valendo para todos e sua validade é procurada para ostentar algo meramente burocrático; 9. O mundo mudou, a tecnologia mudou, as instituições se modernizaram em seus processos produtivos, tudo se tornou virtual, automático, nano e nós continuamos pesados com um sistema tradicional que preserva a burocracia de um CNE e de “n” secretarias especificas dentro do MEC que lutam para preservar o poder; 10. Mas outros dizem que o problema começa na base e tem razão, mas não justifica, pois você recebe o aluno que quer e é tua responsabilidade a forma como ele sai. Não há compromisso com a saída. Se houvesse compromisso com o que as IES prometem a coisa poderia te mudar em parte, pois se o graduado não consegue se estabelecer ele pode reclamar, voltar a estudar etc. 11. Nosso ensino médio é e continuará sendo uma tragédia mal digerida, pois apesar da reforma, a mesma vai demorar a ser implantada e estamos sujeitos a ter remendos de algo novo para tecido velho. Quero dizer, vamos fazer o ensino integral, profissional em alguns casos com os mesmos recursos humanos despreparados para a ruptura necessária do sistema formador. Acreditarei na reforma do ensino médio quando ela for realmente uma realidade com resultados, o resto e conversa. 12. Fizemos um esforço para aprovar a DCN, mas ficamos por aí, não pensamos no professor. 13. A educação precisa ser vista como sistêmica onde um nível interfere no outro e o resultado de um é um requisito para o resultado do outro. Reclamar que as IES recebem alunos do EJA sabendo mal e mal soletrar não é novidade, a novidade é que ele vai passar, pagando mensalidades e terá um diploma universitário. Diploma universitário no Brasil é uma questão de tempo e não de saber e isso é terrível; 14. Mas o sistema está esgotado como um todo e o pior que o público demonstra uma fragilidade, um corporativismo atávico perigoso, que apenas consome recursos e não se renova, não se reimagina, não se reestrutura, pois como vivem de nossos recursos deveriam ser os primeiros a dar exemplo e não dão; 15. Lamentar não adianta, precisamos refletir, repensar, reimaginar; 16. O projeto de reforma que está parado no Congresso previa um sistema que eu pessoalmente considero bom: A estrutura do ensino superior seria diferente: a) Teríamos um básico de dois anos para cultura geral; b) Teríamos um pré-profissional de 1,5 anos por área de conhecimento; c) Teríamos um profissional variando de 1 para 1,5 e em alguns casos para 2 ou três anos a depender da área; 17. Faríamos uma verdadeira resolução, pois tudo deveria mudar, começando por eliminar as profissões regulamentadas; 18. Qual a vantagem do novo sistema: mobilidade social – o profissional pode mudar de ocupação, duas, três, quatro vezes durante a vida, voltando para o sistema formador sempre que necessário com metodologia apropriada e aí sim teríamos o EAD com uma ferramenta poderosa; 19. Eliminaríamos a necessidade de titulação exclusiva. Ela continuaria a existir, mas com mais seriedade, pois hoje ter título de mestre e doutor virou rotina mal feita em muitos, casos, inclusive com um sistema interno na CAPES; 20. A palavra de ordem seria criar antes, pois segundo pesquisas os alunos que estão hoje no fundamental, quando se formarem as carreiras serão outras e isso é um alerta para nosso paquidérmico sistema; 21. Criar antes significa dar mais importância para grupos pensantes. Precisamos urgentemente dar mais valor como fundamento do ensino a pesquisa, a investigação e aí o novo acontece, caso contrário, ficamos no “pé com palha, pé sem palha” parados fazendo buracos e de buracos o sistema está cheio; 22. Mas para que isso aconteça precisa acontecer um milagre, pois os valores mudaram, os princípios mudaram, as pessoas mudaram e hoje vil metal prevalece sobre tudo. Claro que e importante os resultados, mas não podemos por ele em primeiro lugar, mas lamento, hoje no particular o lucro prevalece sobre tudo e por isso enxugamos tudo até onde não precisa.

23/01/2018

Cecília Anderlini

Se em Harvard existe a preocupação com um ensino superior que leve a melhores resultados, em nossas paragens tupiniquins vivemos um eterno “sou o dono dessa mudança. Cada mudança no MEC estamos todos de prontidão para atender as inúmeras mudanças dos órgãos reguladores da educação brasileira, mesmo assim as instituições encontram espaços para, com criatividade, envolver seus alunos em projetos dos cursos escolhidos”. Pobre dela. Sofrida desde a infância, atravessa a adolescência sabe- se lá como e “caminha” na vida adulta, quando consegue, dentro de um sistema que não a favorece. Pequenas mudanças dariam grandes resultados, porém, é tanto desperdício de egos inflados que convivemos com essa realidade quase sem possibilidade de reversão. Vivemos olhando pra fora, os de fora, não o que somos, quem somos e o que podemos fazer com o que temos. Gostei do artigo!

25/01/2018

PAUL VADAS

Professor Gabriel, mais uma vez o senhor levanta um tema dos mais importantes para a sobrevivencia das escolas. Tema esse que é digno de discussão ampla e profunda beirando, inclusive, nas questões fundamentais para o futuro das instituições educacionais: 1) quais as funções e objetivos das instituições educacionais?; e 2) como atingir essas funções e objetivos com pertinencia, relevância, e eficiencia? Como bem colocado no seu artigo e nos comentários da Mirian e do Thiago, a resposta para a questão 1 nos direciona ao desenvolvimento de competencias. Alem de ser atual, o tema sobre desenvolvimento de Competency Based Education é pertinente, relevante e vai ao encontro das necessidades do mundo real. Estamos falando da indissociabilidade das competencias pessoais (refletivas, comportamentais, decisorias), socio-culturais (valorativas, reflexivas, relacionais), e profissionais (performativas). Fica o desafio da resposta para a questão 2: como fazê-lo? Como, dado aos talentos específicos de cada aprendiz, desenvolver metodologias apropriadas para o desenvolvimento dessas competencias de forma personalizada? Neste momento, faço tres considerações: 1. O ser humano, por natureza, é curioso - é um verdadeiro pesquisador. A curiosidade/pesquisa é o motor da aprendizagem. A função da escola é a de fomentar continuamente essa curiosidade natural de cada um e incentivá-la. 2. O ser humano, por natureza, é um sonhador com poderes de imaginação. A imaginação é a fonte da criatividade e da inovação. A função da escola é a de fomentar continuamente essa imaginação natural de cada um e valorizá-la. 3. A motivação é o motor da ação. A função da escola é a de utilizar metodologias apropriadas para o desenvolvimento das competencias pessoais, socio-culturais, e profissionais, utilizando temas, tecnicas, e tecnologias com as quais os aprendizes, individualmente, se identificam e que, por isso, os motivam ao aprendizado continuo.

23/01/2018

Mirian Nere

Parabéns pelo excelente artigo, tema atual e muito necessário. A frase do Bok, "A chave para a reforma educacional”, consiste em reunir evidências que convencerão os professores de que os métodos de ensino atuais não estão realizando os resultados que a sociedade espera de seu sistema educacional”, é realmente a CHAVE para a mudança necessária no cenário da educação primária, secundária e superior. Como educadora curriculista, ouvi durante todas as aulas do meu mestrado que devemos respeitar as aptidões naturais dos meus alunos, que os alunos devem ser protagonistas da sua aprendizagem, que é preciso respeitar a individualidade de cada um deles...e os livros me reafirmavam com os seus teóricos e personagens da educação desde a antiguidade falavam sobre essa mesma "educação humanista, libertadora, criativa..." . A UNESCO, o Fórum mundial de DAVOS, em 2014, já direcionam as competências socioemocionais para a educação há muito tempo. O MEC inseriu na BNCC as competências socioemocionais para o ensino básico apenas em 2017. Ainda assim, é preciso um caminho longo para a aplicabilidade das competências sociemocionais nas salas de aula. A pergunta que não quer calar é a seguinte: Quem serão os responsáveis por ensinar, aplicar o desenvolvimento das competências socioemocionais nas salas de aula, seja no ensino básico, no médio ou no superior? A resposta: OS PROFESSORES. Outra pergunta: Eles estão preparados? Resposta: NÃO Como prepará-los,(obviamente começa pela formação de professoes), se eles sequer entendem que é preciso mudar???!!! Voltamos à frase inicial, do Ex-reitor de Harvard, Derek Bok:em outras palavras... "é preciso convencer os professores" que temos um formato de sala de aula do século passado, professores com metodologias de ensino obsoletas e alunos com expectativas e capacidades do século XXI. Precisamos mudar e a mudança passa, além desse convencimento de que falamos, pelo ensino das competências socioemocionais que requer ambientes modernos de aprendizagem e professores preparados para a mudança e sobretudo comprometidos com a educação do futuro! Profa. Ms. Mirian Nere

23/01/2018

Thiago Dantas

Excelente artigo Professor, reflete o que nos deparamos diariamente no ensino superior, mas toco num ponto ainda mais delicado, é um tema que já está em pauta há algum tempo, mas poucos dirigentes ou mantenedores tem realmente encarado esse desafio, que hoje se torna um tema crítica para sustentabilidade do setor. É evidente a falta de atratividade desconexão entre o conteúdo e disciplinas apresentadas no ensino superior, ainda de forma fragmentada, como se fossem separadas, departamentalizadas e hierarquizadas. Fazem-me remeter aos tempos de Alexandre o Grande, onde vimos na prática a origem dos organogramas das empresas que se refletem em muitos casos até hoje. Estamos a reproduzir um sistema arcaico, embora queiramos mudanças. É um contrassenso entre a vontade e a ação, como se fôssemos todos míopes ou, ainda, sofrêssemos de dupla personalidade. O Fato é que, no século XXI, esses modelos arcaicos cada vez mais tornam-se desinteressantes, já que a organicidade presente nas relações interpessoais das empresas trazem problemas que não respeitam a linearidade de pensamento (do simples ao complexo), ou seja, a complexidade das situações simplesmente coloca as pessoas diante da necessidade da tomada de decisões complexas e transversais, algo que as Instituições de Ensino parecem não se importar. O mundo demanda hoje um profissional com visão sistêmica, mas utilizamos uma educação linear que remonta à Revolução Industrial, ou seja, focamos somente no sistema técnico e deixamos o humano de lado. O mais engraçado é que, nas mais diversas rodas de discussão que participo, ninguém refuta a necessidade de mudança, mas nada é feito para agir nesse sentido. Precisamos investir mais em processos de criatividade e ampliação da percepção para que efetivamente consigamos criar ações coordenadas e esses problemas sejam genuinamente solucionados, para que gerem resultados claros e possamos mudar a cultura da educação em nossa sociedade. O próprio Einstein já dizia, é insano querermos resultados diferentes fazendo todos os dias as mesmas coisas, mas é assim que “insanamente” agimos. Esse cenário complexo faz com que os estudantes do ensino superior evadam e busquem formações rasas ou outras fórmulas salvadoras, que imaginam que resolverão seus problemas de maneira mais emergencial, como se buscassem uma aspirina para sua dor, o que não existe em um cenário de constante mudanças. Isso os afasta de uma formação superior, já que não mais percebem valor e oportunidades atreladas a um diploma, afetando a atratividade desse mercado. Temos uma escolarização líquida baixíssima e precisamos entender o que efetivamente afasta o jovem do ensino superior, buscando alternativas de atração para que retomemos o crescimento, já que há um grande contingente de pessoas passível de ser atingido. Penso que precisamos construir o conceito de competências e desenvolvê-las dentro das temáticas, que não seguem ordem estabelecidas pelas IES, mas sim pelo interesse e necessidade do alunado, estamos falando sobre competências universais como: Criatividade, Aplicabilidade, Organização, Senso Critico, Inovação, Comunicabilidade, entre outras. E a partir destas competências, atrelar conteúdos por meio de metodologias ativas, desenvolvendo habilidades, completando assim as esferas de uma competência. Nesse sentido, requerer-se-á grande empenho dos atores institucionais para um movimento de reforma pedagógica dentro de cada IES. É com base em todas essas inquietações, que desenvolvemos o blox, que está baseado em pilares como, inteligência curricular flexível, otimização de margem operacional, tecnologia e gestão de acompanhamento da evolução dos alunos, acompanhamento e aculturamento dos docentes e coordenadores de curso, ou seja, uma nova visão em que é possível envolver todos os atores institucionais em um processo de mudança, inovação e criatividade, aumentando a relação entre todos e, ainda, trazendo grandes ganhos operacionais. Já temos, hoje, quase 50 mil alunos que serão impactados por esse processo de mudança nos próximos meses. Esse artigo reflete muito de nossa conversa da última semana, e o conceito do Blox para o ensino superior, visa reorganizar, baratear e torná-la atrativa e adaptada ao nosso século e ao nosso país.

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