Maria Carmen Tavares Christóvão
Mestre em Gestão da Inovação e Gestora Educacional
Consultora em Inovação Educacional da Revista Linha Direta
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"El futuro de la educación estará profundamente signado por la tecnología de la información. Pero más aún, por cómo los educadores y estudiantes utilizan las TICs para el aprendizaje continuo." (Stanley Williams)No final de dezembro de 2017, foram publicados os novos instrumentos de Avaliação Externa do INEP/MEC. Dentre os vários indicadores um novo indicador para tecnologias TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) no processo ensino aprendizagem tem sido amplamente estudado por gestores, pois no processo de Avaliação Externa para se obter um conceito máximo (5) nesse indicador será necessário que a IES crie soluções tecnológicas que permitam a interação permanente com os alunos, como pode ser observado no quadro abaixo: [caption id="attachment_13471" align="aligncenter" width="445"]
Fonte: Instrumentos de Avaliação Externa/INEP[/caption]
Se compreendermos o processo de educação a distância como um processo em que há a transmissão de conhecimento – ensino; a captação, internalização e reformulação pelo indivíduo, resultando na construção do conhecimento – aprendizagem; através da comunicação entre professor e aluno, pode se afirmar que não há diferença de valor entre o “ensino presencial” e “ensino a distância”, pois a comunicação no caso de separação física entre os autores é intermediada por meios tecnológicos.
À medida que o Projeto Pedagógico do Curso prevê ambientes dinâmicos, espaços integrados de produção, construção, armazenamento, acesso e encontro colaborativo entre discentes e docentes o mesmo aponta para a matriz de todo o fazer. O maior problema está na operacionalização desse processo, onde as IES ao se utilizarem de ambientes interativos enfrentam grandes dificuldades para provocar e manter as interações entre os participantes envolvidos no processo ensino aprendizagem. Portanto, não adianta somente implementar um ambiente virtual se não sensibilizar os participantes, o que é complexo na prática, portanto deve existir uma estrutura de métodos bem estruturados para tal.
Um dos avanços apontado por esse indicador é a exigência de que os repositórios de objetos de aprendizagem deixem de funcionar como espaços de curadoria de conteúdos e propiciem experiências de aprendizagem onde haja interatividade, o que pressupõe criar espaços virtuais de convergência. Uma solução onde o investimento em inovação e novas soluções não é pequeno, uma vez que no contexto da produção, acesso e reuso da informação as TICs foram modeladas com base em protótipos, ou seja, estáticas e não disponibilizam requisitos funcionais nos processos de produção do conhecimento de forma que provoquem e ampliem interações entre pessoas o que se entende como cultura de produção colaborativa, onde os discentes possam experimentar as novas tecnologias que vão surgindo, adequando-se aos novos modelos mentais de consumo de informação e interatividade.
O processo de aquisição de conhecimento deve ser compreendido como decorrência das trocas que o aluno estabelece na interação com o meio (natural, social e cultural), cabendo ao professor exercer a mediação nesse processo e articular tais trocas, tendo em vista a assimilação crítica e ativa de conteúdos significativos, vivos e atualizados.
A compreensão acerca do processo de elaboração do conhecimento obriga à superação da abordagem comportamentalista da aprendizagem. Consequentemente, os métodos de ensino passam a fundamentar-se nos princípios da psicologia cognitiva, que privilegia a atividade e iniciativa dos discentes. Os métodos utilizados, além de propiciar o diálogo, a interatividade e a colaboração, visam respeitar os interesses e os diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo dos alunos, favorecem a autonomia e a transferência de aprendizagem, visando, tanto o “aprender a fazer” , “aprender a aprender” e o “aprender a conviver”.
Outro aspecto a ser avaliado é a acessibilidade digital e comunicacional, ou seja, o quanto os recursos digitais e comunicacionais obedecem às políticas de acessibilidade. Acredito que esse seja o maior desafio do indicador em pauta. Nesse sentido a comunicação deve ser caracterizada pela diversidade de atividades na produção, armazenamento e distribuição ou difusão de informações e de ideias através de recursos tecnológicos multimidiáticos dirigidos às mais distintas expressões e aos mais diversos públicos com foco na inclusão.
O processo de comunicação deve se pautar na análise das características designadoras do público a que se destina, bem como as diferentes propostas comunicativas, de modo a utilizar de forma competente, recursos inter semióticos viabilizando um resultado estético eficiente e eficaz a partir da aplicação de linguagens sonora, imagética ou impressa isolada ou integradamente.
Portanto, o indicador pretende efetivamente avaliar os aspectos apresentados ao longo do texto, buscando eficiência e eficácia das IES para a realização plena do processo de aprendizagem de modo a estruturar as bases que garantem o desenvolvimento de competências e habilidades para a formação do profissional.




