Antônio de Oliveira
Professor universitário e consultor de legislação do ensino superior da ABMES (1996 a 2001)
antonioliveira2011@live.com
***
Estive meditando sobre o que é e o que não é Páscoa.
E cheguei a algumas conclusões.
Páscoa não é bacalhau nem chocolate nem coelhinhos nem ovos em profusão consumista.
Não é boa forma a qualquer preço.
Não é ceder ao canto da sereia das vitrines.
Não é... tanta coisa!
Mas, na vida, quanta coisa é páscoa!
E quantos exemplos!
Como dar um bom-dia de coração, pois todo dia é páscoa,
passagem da noite para o dia, das trevas para a luz.
É sempre o velho esquema novo, tradição e inovação.
“Eis que faço novas todas as coisas.” (Isaías)
Ao inverno se segue a primavera.
Acreditar na primavera, que dá o ar da graça: “You must believe in spring”.
Páscoa é curar-se nas águas da piscina de Siloé.
Páscoa é revitalização: belo, novo horizonte.
Passagem longa em anos...
Ou de uma hora para a outra, de um instante a outro.
Páscoa é atravessar o Mar Vermelho, em busca da Terra da Promissão.
É resgatar valores legítimos, ainda que tardiamente.
É fazer do arrependimento reparação, do holocausto, lição.
É eliminar preconceitos, privilégios, imunidades e corrupção.
Páscoa é transmitir conhecimentos e lições de vida
independentemente da idade e da condição social.
É ter coragem de romper paradigmas em nome da autenticidade.
Páscoa é passar, de fato, da morte à ressurreição,
da depressão à felicidade, do estresse à descontração,
da solidão à solidariedade, do medo à confiança,
do espírito de desforra à reconciliação.
Páscoa é substituir a arma pela alma, à maneira de Gandhi.
Páscoa é saúde, reciclagem, despoluição, vida nova, renascimento,
natureza viva: Olhai os lírios do campo e os pássaros cantores.
Páscoa é imersão no mistério,
passagem da justiça para a utopia da paz,
transformação do homem velho em homem novo,
eliminação das inúmeras formas de violência.
É acreditar no caminho, na verdade, na vida, no amor.
Só assim, concluo, assim seja feliz a tua Páscoa!




