Hamilton Werneck

Pedagogo, escritor e conferencista

O Dia, publicado em 8 de fevereiro de 2011

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Rio - Em seu discurso de posse, há cerca de um mês, a presidenta Dilma Rousseff deu recados para vários setores do governo e da sociedade. Quando tratou da educação, entre outras, a frase mais forte foi direta: “Professores, vocês são a autoridade em sala de aula”. É frase para colocar o bonde em cima dos trilhos porque a quantidade de gente que nada entende, enfiando-se por qualquer porta para dar palpites sem fundamento, vem aumentando, o que acarreta a diminuição da autoridade do profissional que ali se encontra. Entendi o recado como um pensamento de duas vertentes: a primeira dirige-se aos poderes constituídos, como a dizer que devem consultar os mestres antes de tomar alguma decisão; endereçada está, sem dúvidas, para a sociedade, como quem diz que os educadores merecem respeito e devem exercer a autoridade que as famílias conferem; a segunda vertente diz respeito ao próprio profissional, que não pode descurar a sua formação continuada e sua atualização; que deve estar atento para o fato importante relativo ao aprendizado das crianças; que não deve burlar os horários de formação, pagos pelo poder público, para aumentar algum ganho em outro sistema de ensino. E, como coroamento de tudo o que pode ser embutido neste pensamento do discurso de posse, está implícito que toda a sociedade, enquanto governo e enquanto gestora, precisa pensar em adequar os quadros para pode remunerar melhor os profissionais, inclusive exigindo deles avaliações do próprio trabalho e dos sistemas de educação. Hoje, qualquer profissional é avaliado, inclusive para se aprimorar nos dias futuros. Na educação mais ainda porque as informações mudam constantemente e a atualização é condição necessária para um bom desempenho profissional.