Não é de hoje que discutimos os rumos da nossa Educação. Mas, muito especialmente nos últimos anos, estamos ainda mais centrados no sentido, no significado e impacto das inovações tecnológicas, no acesso irrestrito à informação, nas novas estruturas e, até, nos hábitos familiares. Nos perguntamos, invariavelmente, como lidar com essas questões em âmbito institucional? Ou, minimamente, como potencializar o ensino e a aprendizagem, conferindo experiências significativas? A verdade é que, independente do porte ou região de atuação, também invariavelmente, queremos sobretudo, perspectiva de futuro aos discentes que confiam em cada uma das Faculdades e/ou Universidades onde investimos esforços – e, por conseguinte, a nós gestores – seus sonhos.
Viemos nos deparando com uma infinidade de dados. A Pearson PLC, maior empresa de educação do mundo, nos passa alguns: 46% dos alunos aprenderam sozinhos usando recursos da internet, cursos rápidos e ferramentas gratuitas quando estavam em busca de novas qualificações para o trabalho; 75% dos alunos concordam com o processo de que o aluno deve ter cada vez mais autonomia e controle sobre o que estudar, sendo eles próprios mais ativos com relação ao aprendizado; 77% dos alunos entendem que a Inteligência Artificial será cada vez mais importante para a educação; 83% acreditam que ela será aliada dos alunos e; 71% que os livros impressos ficarão obsoletos nos próximos 5 anos.
E, em meio a tudo e tanto, aquele denominador comum, o de contribuir para a realização de sonhos, persiste. Apesar de não ter perfil pessoal no Facebook, não discordo do seu CEO, Mark Zuckerberg, que nos lecionou que a educação é claramente o fator que irá conduzir melhorias na economia a longo prazo. Para ele, no futuro, software e tecnologia irão permitir que as pessoas aprendam muito mais com seus colegas.
Experiência, penso. Colaboração, espero. Substância, tenho demandado! Se revisitarmos conceitos, podemos lembrar das três modalidades gerais da aprendizagem: cognitiva, afetiva e psicomotora. O resultado do armazenamento organizado na mente do ser que aprende; o resultado de experiências e sinais internos, tais como, prazer, satisfação, dor e ansiedade. E; envolvendo respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática, respectivamente.
Penso que desejamos tudo isso. David Ausubel dizia que o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe ou o que pode funcionar como ponto de ancoragem para as novas ideias. E, do hoje ao ontem ou vice-versa, não tem jeito, lá está o sonho de cada discente, a trajetória pregressa, aparecendo mais uma vez.
É por tais questões que abro o coração, publicamente. O que quero dizer é que entre tantas tarefas e responsabilidades que exigem a atenção de um gestor, ficar atento às novidades acaba sendo difícil. Assim como nossos alunos e professores, também estamos sendo desafiados. Arrisco-me a dizer que ainda mais, aliás! São canais, são meios de informação, inovação e renovação constantes e, em concomitância, atitude empreendedora. Todos os dias vividos para garantir a qualidade da Instituição e a melhoria contínua dos processos de aprendizagem.
Eu penso, apoio e incentivo toda gama de recursos sempre novos. Espero que eles ganhem sempre força. Acho vital, idealizo, fomento o planejamento e, principalmente, a implantação das principais tendências de modernização do ensino.
Mas, nesse ano letivo que se encaminha para o final, eu quero pontuar minha expectativa central: que pensando no futuro, não esqueçamos que hoje é um presente, literalmente. Estou falando de integração e colaboração entre instituições. Podemos e devemos enxergarmos umas às outras de forma diferente, colaborativa. Estou falando de fomento à pesquisa e capacitação aos nossos educadores, no apoio à inter e transdisciplinariedade e à extensão universitária, pilar de potencial único para àquela aprendizagem significativa. Estou falando, também, de tecnologia, de processo de gestão a, claro, ensino e aprendizagem. Mas estou falando de tudo isso, de verdade, para além do papel, e numa equação de afetividade, a partir do comprometimento do olho no olho, com nossos pares.
Cada vez mais, viemos compreendendo que tudo isso tem haver com pessoas. Estamos aprendendo, juntos, além fronteiras, talvez com diferentes nomenclaturas, mas todos, de alguma forma ou de outra, passam a entender que a decisão de permanecer em toda e qualquer Instituição passa pelas expectativas criadas pelo aluno; também pelo suporte oferecido pela mesma; inclusive pelo feedback do aprendizado, por certo. Mas, vejo e sinto – sobretudo, pelo envolvimento e engajamento social durante toda a jornada acadêmica.
Fato é que nossos alunos ainda querem mudar o mundo. Atender a essa demanda me parece a mais genuína forma de gestão da permanência eficaz. Saibamos perseguir essa meta ou indicador de “suficiência”, a despeito da modalidade e lugar de fala. Eis meu desejo de ano novo.