Bárbara Oliveira Administradora e assistente de comunicação na ABMES *** O período atual, em que a economia e a modernidade apontam para uma necessidade de reestruturação do mercado de trabalho, principalmente após a pandemia do novo coronavírus, que trouxe uma nova forma de desempenho de serviços entre empregadores e funcionários e a necessidade de utilizar novas tecnologias, impõe ao profissional a exigência de se reinventar e se adaptar cada vez mais às transformações tecnológicas e às tendências mercadológicas. Onde tem transformação, é necessário ter renovação; e é aí que a casa cai! É neste momento que as pessoas costumam “travar”. Quando sua carreira não é algo que te faz crescer profissionalmente ou quando uma calamidade como a Covid-19 lhe tira do mercado de trabalho, isso lhe incita a pensar em uma recalibração de habilidades. Normalmente, a maioria das pessoas sentem dificuldade em aceitar que estão vivendo uma crise profissional e que precisam buscar conhecimento e novas competências, pois não estão acostumadas a mudanças. Especialistas apontam que as transformações já pensadas para o mercado de trabalho, com a pandemia, foram adiantadas em mais ou menos 5 anos. As relações trabalhistas estão sendo repensadas e novos modelos de negócios estão surgindo rapidamente para que as empresas se mantenham funcionado. A adaptação para o novo mercado tem que ser vista como uma oportunidade, pois, além das organizações valorizarem mais as aptidões dos candidatos, elas estão focadas em absorver profissionais que consigam atender às novas demandas vindas de um mundo pós-pandemia e cheio de inovações. Em um levantamento feito pelo InfoMoney, “As 10 profissões que devem estar em alta pós-pandemia (e as habilidades para consegui-las)”, o veículo traz à tona a importância de o profissional propor ajustes para a sua carreira e diminuir os danos causados pelo isolamento. Muitas profissões exigirão uma dedicada atenção para realizar as atualizações dos currículos. Nesse contexto, desenvolver a adaptabilidade se torna essencial para estar à frente perante as oportunidades. As empresas procuram perfis profissionais que consigam resolver problemas com flexibilidade e resiliência, capazes de desenvolver projetos e trabalhos além de suas habilidades técnicas e acadêmicas. O mercado está à procura de um profissional motivado, empreendedor, com iniciativa, versátil, que saiba liderar, capaz de aumentar suas qualidades fortes e desenvolver novas habilidades. Ser um profissional com todas essas competências é desafiador. Em entrevista ao Valor Econômico, Jason Wingard, reitor da Columbia School of Professional Studies, disse que temos que olhar para o mercado para nos manter a par do que são habilidades transferíveis. O reitor sugere que o profissional, para se manter engajado no mercado, deve se sujeitar às rápidas adaptações das culturas organizacionais. A importância que as empresas dão para uma adaptação veloz dos colaboradores é impressionante! A entrega do seu trabalho tem que demonstrar qualidade e essa qualidade do trabalho define que tipo de profissional você está determinado a ser. E a pandemia certamente veio para acelerar todo esse processo de mudança no mercado e proporcionar uma nova visão de trabalho entre empresa e colaborador. Se o mundo não será mais o mesmo depois da pandemia, as profissões e carreiras conhecidas pelo homem também vão sofrer alterações.merca Você já ouviu a frase “aceita que dói menos”? Pois é, temos que aceitar as mudanças do mercado se quisermos estar inseridos nele, aceitar que as profissões não são mais as mesmas, aceitar que o mundo está mudando e que as novas tecnologias fazem com que isso aconteça na velocidade da luz. Não acompanhar o ritmo das mudanças não é mais uma opção. Ser conectado com o que acontece de inovador no mundo corporativo é a garantia de uma boa percepção do que as empresas procuram. Digo isso com todo o carinho, pois já estive nesse lugar. Estar fora do mercado de trabalho foi sombrio e assustador. Quando me vi fora sem uma colocação profissional senti que as habilidades desenvolvidas durante a minha vida acadêmica não eram mais suficientes como um diferencial entre outros candidatos. Me senti frustrada. Tive que entender quem eu era e quem eu precisava ser para conseguir alcançar meus objetivos. Fui levada a fazer uma reestruturação dos meus conhecimentos, me avaliar e analisar tudo o que tinha que aperfeiçoar, e experimentar novas possibilidades de ocupação. Foi então que deparei com várias habilidades cognitivas que eu nem sabia que existiam em mim. Descobrir tais capacidades me motivaram a investir no meu capital intelectual e encontrar várias formas de me adaptar às exigências do mercado de trabalho. Por mais que amasse a minha profissão, eu entendi que eu poderia desempenhar vários papéis. Contudo, o mais importante é não perder o foco, é perceber seus pontos fortes e aperfeiçoá-los, é reconhecer seus pontos fracos e desenvolver uma estratégia para melhorá-los. A receita mais eficiente para enfrentar os desafios do dia-a-dia das novas estruturas corporativas é ser uma “metamorfose ambulante”. A adaptação é muito difícil no começo, mas vale a pena. Ter que se moldar obriga a investir na aprendizagem e nas novidades tecnológicas, permite enxergar que o novo pode ser algo apaixonante e o faz prospectar uma nova carreira com novas qualidades e aptidões. Outra adaptação que estou vivendo é a de descobrir como me adequar ao Home Office. Na ABMES a transição foi bem rápida, ainda que tranquila, mas me perceber em um teletrabalho foi diferente do que estava acostumada. Nunca trabalhei de casa por tanto tempo. Tive que aprender a controlar a minha jornada de trabalho, a focar em minhas demandas e preparar meu ambiente corporativo dentro da minha casa. Entender como um mercado de trabalho mais flexível e novas tecnologias serão sempre oportunidades para mudança, aceitar que é preciso transformar alguns conceitos, ter em mente que as expertises podem ser aprimoradas e que o pensamento crítico pode garantir bons resultados, define um profissional bem preparado para enfrentar os desafios do futuro. 2